Inflação em Belém fica em 0,11% em novembro com alta em hospedagem
Índice da capital paraense foi menor que a média nacional; alimentos ficaram mais baratos, mas setor de serviços e turismo puxou custos
A inflação em Belém fechou o mês de novembro de 2025 com variação de 0,11%, índice inferior à média registrada no Brasil, que foi de 0,18%. Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da desaceleração geral, o custo de vida na capital paraense foi impactado drasticamente pelo setor de serviços, com um aumento expressivo nas despesas pessoais e recreação.
O grande vilão do bolso do belenense em novembro foi o item hospedagem, impactado diretamente pela alta demanda gerada pela realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30) na capital paraense. Dentro do grupo de Despesas Pessoais — que teve a maior alta entre todos os grupos em Belém (4,51%) —, o subitem hospedagem registrou uma disparada de 178,93% apenas no mês em que a cidade sediou a conferência climática. No acumulado do ano, a alta desse serviço já chega a 232,96%.
Outro fator que pesou no orçamento foi o transporte. As passagens aéreas, item tradicionalmente volátil nesta época do ano, subiram 25,32% na Região Metropolitana de Belém. O transporte por aplicativo também ficou mais caro, com variação de 5,02%.
Alimentação tem queda de preços e alivia o índice
Se os serviços puxaram a inflação para cima, a comida na mesa do paraense segurou o índice geral. O grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação (queda de preços) de 0,27% em Belém. Comer em casa ficou 0,65% mais barato em novembro.
Entre as quedas mais significativas nos alimentos, destacam-se o frango inteiro, que recuou 4,87%, e a cebola, com baixa de 4,67%. O açaí, item essencial na dieta local, também apresentou queda expressiva de 7,95% no mês.
No entanto, nem todos os alimentos deram trégua. O consumidor pagou mais caro pelo peixe dourada, que subiu 8,27%, e pelo filhote, com alta de 5,08%. O óleo de soja também pesou mais no carrinho, com aumento de 3,73%.
Café é o vilão do ano e açaí acumula queda
Olhando para o cenário de 2025 até o momento, o café moído se consolida como um dos itens que mais encareceram, acumulando alta de 38,15% no ano em Belém. O açúcar cristal, por outro lado, acumula queda de 15,15% nos últimos 11 meses.
O açaí, apesar das oscilações sazonais, registra uma queda acumulada de 3,00% no ano. Já quem precisou de serviços de hospedagem sentiu o maior impacto de 2025, com os preços mais do que dobrando em relação ao início do ano.
Confira os itens que mais subiram e desceram em novembro
Maiores altas em Belém (nov/25)
Hospedagem: 178,93%
Passagem aérea: 25,32%
Peixe dourada: 8,27%
Transporte por aplicativo: 5,02%
Manicure: 4,47%
Maiores quedas em Belém (nov/25)
Perfume: -7,50%
Maquiagem: -5,71%
Frango inteiro: -4,87%
Cebola: -4,67%
Azeite de oliva: -4,07%
Fonte: IPCA
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