Índices de turismo feito por paraenses despencaram durante a pandemia

De acordo com o IBGE, o Pará foi um dos 10 destinos mais procurados pelos turistas brasileiros

Fabrício Queiroz
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O volume de viagens turísticas feitas pelos paraenses reduziu em mais de 50% no último ano em relação a 2019. Naquele ano, pouco mais de 1 milhão de viagens foram realizadas; em 2020, houve uma redução para cerca de 634 mil; e em 2021, foram cerca de 493 mil, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua Turismo 2020-2021, divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar desses dados, o estado do Pará foi o sétimo com maior número de viagens tanto em 2020 quanto em 2021. Os primeiros lugares do ranking são: Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Bahia, Minas Gerais e São Paulo, respectivamente. Por outro lado, os paraenses têm um dos menores gastos per capita em comparação os moradores de outros estados. O gasto médio diário dos paraenses é de R$ 121, figurando na antepenúltima colocação do ranking. Brasilienses, cariocas e catarinenses gastam de R$ 257 a R$ 292 por diária.

Nesse período, mudou o perfil dos principais meios de transporte utilizados. Em 2020, os paraenses viajaram mais utilizando van ou perueiro (30,6%), ônibus de excursão, fretado ou turismo (28,3%) e motocicleta (25,1%). Já no ano passado, as viagens ocorreram por meio de motocicleta (56,2%), ônibus de excursão, fretado ou turismo (24,6%) e van ou perueiro (24,0%). Em ambos os anos, os aviões foram responsáveis por 18,7% dos deslocamentos.

Em relação às regiões mais visitadas pelos paraenses, o próprio Norte aparece em primeiro lugar como principal destino, com 84,9% das viagens em 2020 e 83,8% das viagens em 2021. As regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul aparecem na mesma sequência nos dois levantamentos.

No âmbito nacional, o IBGE aponta que a proporção de domicílios em que os moradores realizaram ao menos uma viagem também caiu no comparativo com o período pré-pandemia. Em 2019, ao menos uma viagem tinha sido realizada em 21,8% dos lares. No ano seguinte, foram 13,9% e, em 2021, o índice chegou a 12,7%. Em razão disso, também caiu o volume de gastos com turismo no Brasil. No primeiro ano da pandemia, os gastos com viagens nacionais totalizaram R$ 11 bilhões, já no ano passado foram R$ 9,8 bilhões.

RETOMADA

Apesar da grande queda no número de viagens feitas pelos paraenses, a pesquisa do IBGE indica que o estado tem se destacado no setor. No ranking das unidades da federação mais procuradas, o Pará aparece no 9º lugar entre os principais destinos brasileiros, recebendo cerca de 3,9% dos turistas. As primeiras colocações são ocupadas por São Paulo, Minas Gerais e Bahia.

Quem atua com turismo na região sentiu no dia a dia do trabalho a queda das viagens. Andrea Scafi, que é responsável por uma agência de turismo especializado no destino Marajó, conta que o movimento caiu drasticamente no empreendimento, reduzindo de cerca de 200 atendimentos ao ano para apenas 30.

Para ela, os dois anos da pandemia foram difíceis, mas ela crê em uma retomada intensa já neste verão. “Esse é primeiro verão que vai ser após esse período crítico da pandemia e nós estamos bem otimistas”. Andrea Scafi acredita ainda que o segmento tem se beneficiado por investimentos e a maior divulgação do arquipélago, o que impulsiona o fortalecimento de uma tendência pelo chamado turismo de experiência. “A partir do segundo semestre de 2021, a gente percebeu que quem ia para a Europa nos anos anteriores, optou por ambientes naturais e passou a frequentar o Marajó com mais intensidade”, diz a empreendedora que é uma das idealizadoras da rede feminina de turismo criativo Viva Marajó.

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