Hotéis de Belém registram menor taxa de reservas para o Círio da história, diz sindicato

Em agosto 2019, cerca de 40% dos quartos já estavam reservados. Agora, a taxa de reservas varia entre 5% e 7%

Abílio Dantas
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Enquanto em agosto de 2019, antes da chegada da pandemia de covid-19, os hotéis de Belém registraram reserva de cerca de 40% da quantidade de quartos de seus estabelecimentos para o Círio de Nazaré, neste ano, até o momento, o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará (SHRBS-PA) informa que o percentual reservado varia de 5% a 7%, o que significa a pior crise da história para o segmento, que não foi minimizada nem mesmo pela divulgação da programação do Círio 2021, no dia 8 de agosto. “É muito pouco para o período do Círio de Nazaré, que significa tanto para o setor”, avalia o assessor jurídico do Sindicato, Fernando Soares.

De acordo com o representante do SHRBS, no entanto, a baixa procura motivada pela crise sanitária e socioeconômica do coronavírus não foi suficiente para motivar uma migração de empresários para diferentes setores. “O que está ocorrendo é que alguns estabelecimentos do setor estão modernizando seus perfis. Ou seja, alguns grupos mais tradicionais estão passando a oferecer apart hotéis (apartamentos completos com serviços de hotelaria) ou outros como ‘day use’, que ocorre quando o hóspede passa apenas um dia e é mais utilizado por executivos. Estão utilizando essas duas alternativas, até onde eu tenho conhecimento”, afirma.

Com a baixa procura de leitos nos hotéis do Pará, Fernando Soares observa que a alta da energia elétrica, com a adoção da bandeira vermelha patamar 2, não tem trazido grandes alterações aos custos dos empresários. “Mas na parte de hospedagem fora do lar muitas empresas têm optado pela energia solar. Está começando a haver um ‘boom’ de instalação de painéis de energia solar. Também o setor de motéis, que possui uma grande rotatividade de clientes, está adentrando na modalidade”, acrescenta.

A estabilização do movimento de hóspedes e, consequentemente, das finanças do setor de hotelaria não deverá ocorrer neste ano, anuncia Fernando Soares. “Segundo estudos da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), junto com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), há primeiro a necessidade de implementar a vacinação Brasil afora para que o turismo seja encorajado, nem que seja internamente. Em segundo lugar, apostamos que mesmo com a vacinação total não deverão haver muitas viagens internacionais, porque existem algumas restrições entre os países. Então a gente acredita que com o avanço da vacinação o maior incremento do turismo deverá ser interno, como é o caso de Foz do Iguaçu, que até onde a gente tem notícias tem tido a abertura de novos estabelecimentos, algo que não era esperado tão cedo, o que já é um alento. Mas a estabilização é esperada mesmo para o segundo semestre de 2020, quando esperamos ter também uma estabilização maior da pandemia, o que deve encorajar as pessoas”, projeta.

O cenário do setor até a estabilização da pandemia, para o assessor do SHRBS, deve ser de muita cautela, com poucos investimentos. “Ou investimentos pontuais em algumas regiões do país, onde você tem nitidamente um acréscimo de hospedagem, de fluxo de turistas, como Foz do Iguaçu, que acabei de citar. Mas isso é pontual. Até em cidades com fortes atrativos, como Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Fortaleza, o que notamos é uma baixa no turismo”, conclui.

Público paralelo ao Círio

Proprietário de um hotel em Salinópolis, o empresário e administrador Geraldo Ramos Barros afirma que o seu público durante o Círio de Belém, em outubro, é formado por pessoas que preferem sair da capital durante a maior festa popular do Pará. “São pessoas de outra religião, como evangélicas, ou que simplesmente preferem fugir da movimentação e do barulho também que tem durante o Círio. Por isso, para nós aqui, não houve tanta alteração durante a data por conta da pandemia. Nosso público é 80% de Belém, ainda atingimos poucas pessoas de outros estados. Mas após o Círio, sim, algumas que vieram para a procissão acabam vindo também conhecer Salinas”, pondera.

De acordo com Geraldo Ramos, o setor hoteleiro em Salinas já vem se recuperando desde o ano passado dos períodos em que foi preciso fechar em razão da pandemia. “Neste momento, já temos reserva para outubro. Ainda no ano passado, no segundo semestre, também foi possível recuperar as perdas financeiras do primeiro semestre”, destaca.

 

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