Fotografia 360° amplia experiências imersivas em Belém e revoluciona o mercado digital
Em Belém, a empresa Leonardo Mendonça Fotografia oferece a ferramenta para uso no setor imobiliário e e-commerce

Já imaginou fazer uma viagem no tempo e no espaço sem sair do lugar? Com a fotografia 360°, isso é possível. Registrada no Brasil pela primeira vez em 1957, essa técnica permite capturar ambientes em todos os ângulos, oferecendo uma experiência imersiva como se o observador estivesse dentro da cena, podendo girar a imagem para visualizar todos os detalhes. Utilizada em áreas como turismo, mercado imobiliário, e-commerce e até investigações criminais, a imagem 360 graus se conecta a tecnologias do futuro, como a realidade virtual e o metaverso.
Para o fotógrafo Leonardo Mendonça, a fotografia 360º permite que as pessoas visitem virtualmente diversos lugares do mundo. “É uma forma muito democrática de acesso à informação visual, principalmente para quem não tem condições econômicas de viajar fisicamente”, afirma.
Dono da Leonardo Mendonça Fotografia, o empresário de Belém defende que a imagem 360° também é uma verdadeira “máquina do tempo”. Ele explica que ela permite que, no futuro, alguém possa revisitar um local da maneira como ele era décadas antes, atuando como um registro histórico. Antigamente, anuários registravam cidades e estabelecimentos. Hoje, a fotografia 360° cumpre esse papel para as próximas gerações.
Uso comercial: tecnologia atrai setor imobiliário e de e-commerce
A fotografia 360° vem se consolidando como um diferencial competitivo no mercado por proporcionar experiências imersivas. Com ela, é possível criar tours virtuais de hotéis, imóveis, lojas, museus e outros espaços, além de apresentar produtos e paisagens de forma mais completa. A técnica ajuda a atrair clientes, facilita decisões de compra ou visita e agrega valor à experiência do usuário.
“Hoje, o setor imobiliário já usa bastante — corretores apresentam imóveis por meio de tours virtuais. Já na área do e-commerce, é uma forma de apresentar uma estrutura de maneira virtual e levar o cliente potencial para dentro da empresa — mesmo que ele esteja a quilômetros de distância. E o melhor: dá pra fazer isso com ferramentas gratuitas, como a do Google, o que pode ser um diferencial importante na hora da venda ou de atrair visitas presenciais. É uma vantagem competitiva real diante dos concorrentes", defende.
Leonardo compartilha que a fotografia 360° é um destaque entre os serviços que oferece aos clientes e tem grande potencial de se popularizar ainda mais em um futuro próximo. Um dos exemplos é o uso da técnica para transformar lojas físicas em vitrines virtuais, onde o cliente pode explorar o ambiente online e clicar em produtos para ser direcionado à compra. Segundo ele, o maior desafio para quem trabalha com essa tecnologia é entender como criar experiências que realmente envolvam o público — não basta produzir a imagem, é preciso pensar em como ela será consumida, se vai atrair e manter a atenção do usuário.
Imagens 360º pode ser usada em perícias criminais
Entre os muitos usos da fotografia 360º, um dos mais inovadores é na área da perícia criminal. Leonardo pesquisa essa aplicação em locais de crime e destaca o grande potencial da tecnologia, que já o levou a diversas regiões do Brasil para aprofundar e compartilhar esses conhecimentos.
Na prática, o perito pode capturar a cena em 360º e complementar o laudo com imagens comuns de vestígios, lesões ou outros elementos importantes, integradas por meio de links interativos. O resultado é um trabalho mais completo e imersivo, que oferece uma experiência semelhante à navegação em uma loja virtual.
Entenda a evolução tecnológica da fotografia 360°
As imagens 360° são geralmente no formato equirretangular, ou seja, uma projeção de uma esfera em um plano. Inicialmente, a fotografia 360° era capturada por câmeras do tipo Digital Single-Lens Reflex (DSLR), famosas pelo uso profissional, em tripés especiais. A partir disso, as imagens precisavam ser “costuradas” digitalmente. Hoje, câmeras de disparo único, como as da Insta360 e GoPro, tornaram o processo mais prático — embora, em alguns casos, com perda de qualidade, o que pode comprometer a experiência imersiva em aplicações comerciais.
O que há de mais avançado atualmente são equipamentos como o Pro2, da plataforma Matterport, que utilizam sensores ópticos e laser para gerar uma “nuvem de pontos” com alta precisão. Isso permite a criação de maquetes virtuais, plantas baixas, modelagens digitais e até inserções gráficas no espaço. Outro salto importante foi o uso de drones para capturas aéreas em 360°, oferecendo uma visão ampla e estratégica, ideal para representar grandes áreas com a perspectiva de um voo.
Google e fotografia 360°: Leonardo foi pioneiro em Belém
Restaurantes, imobiliárias e empresas que desejam destacar a estrutura física estão entre os principais clientes da fotografia 360º atualmente, seja para uso nos próprios sites ou no Google. Leonardo foi o primeiro fotógrafo 360º de Belém autorizado pelo programa Google Street View Trusted — hoje conhecido como Google Meu Negócio.
Na época, o Google, já tendo mapeado as ruas do mundo, decidiu expandir para o interior de estabelecimentos comerciais. Selecionou fotógrafos em diversas regiões, ofereceu capacitação e criou uma rede mundial. Convidado por uma empresa local, Leonardo participou do treinamento e passou a representar oficialmente o programa no Pará. Muitas das imagens do fotógrafo ainda estão disponíveis na plataforma, e ele destaca que ter uma imagem virtual 360º no Google, a maior ferramenta de busca do mundo, é um grande diferencial para qualquer empresa.
Realidade virtual e aumentada: como a imagem 360° costura o futuro
Uma das grandes possibilidades para a fotografia 360° é a integração com os óculos de realidade virtual. Com os avanços desses dispositivos e os investimentos de gigantes como Apple, Meta e Google, a fotografia 360º vem ganhando cada vez mais espaço. “À medida que os óculos ficarem mais leves, acessíveis e potentes, a demanda por conteúdos imersivos deve crescer de forma exponencial”, destaca Leonardo.
Além disso, a combinação com a realidade aumentada amplia ainda mais as interações possíveis. Usando os óculos, o usuário não apenas visualiza imagens em 360º, mas também pode interagir com elementos digitais sobrepostos ao ambiente real — um conceito semelhante ao do jogo virtual Pokémon Go, que insere camadas digitais em mídias reais. “A fotografia 360º já é uma forma de realidade virtual, mas acredito que, no futuro, essas tecnologias vão se fundir cada vez mais — e isso já está começando. Imagine alguém conversando com você dentro de uma loja virtual, em tempo real. Acredito que é como a inteligência artificial: algo que parecia distante há pouco tempo e hoje já faz parte do nosso cotidiano”, diz.
Nesse cenário, a fotografia 360º não apenas se consolida como tecnologia transformadora, mas também abre caminho para experiências digitais cada vez mais imersivas e interativas, que prometem revolucionar a forma que a sociedade consome os mais diversos conteúdos.
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