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Exportações do Pará já caíram 28,7% em 2022

Covid-19 e crise imobiliária na China afetaram venda de minério de ferro

O Liberal

As exportações do Pará registram uma variação negativa de 28,7% entre janeiro e agosto de 2022 na comparação com o mesmo período de 2021. Já as importações tiveram variação positiva 90,7% no período.

Enquanto o Pará gastou U$1,7 bilhão com importações, o estado arrecadou R$14,8 bilhões com as exportações. Segundo Cassandra Lobato, do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Pará, a baixa demanda da China por minério de ferro é a principal responsável pela queda nas exportações, já que o produto é o principal produzido no Pará quando o assunto é comércio exterior.

"Ainda é o grande segmento pujante. Quando a mineração sente essa queda, todo mundo sente também. Principalmente o minério de ferro. A região Norte fechou as exportações também com índice negativo, 18% menor. Ou seja, a força do comércio exterior paraense pesa na balança de toda a região", avalia. 

No período, o Pará apresentou o 3º saldo no Brasil, atrás somente do Mato Grosso e de Minas Gerais.

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Medidas restritivas recentes de combate a novos focos de covid-19 na China acenderam o alerta no mundo todo, já que elas criaram barreiras para o comércio internacional.

Além disso, o mercado imobiliário do país asiático vive uma estagnação. Apesar do governo afirmar que a situação é pontual e controlada, o boicote a hipotecas ultrapassa US$145 bilhões, segundo a consultoria S&P Global, e diminuiu o volume de investimentos de construtoras e empresas relacionadas ao setor da construção civil.

Tudo isso unido ao último trimestre, quando o Produto Interno Bruto do país cresceu apenas 0,4%, tem impacto direto na economia paraense. Isso é porque só em 2022 o país respondeu pela compra de 49% das exportações do Pará, quase U$7,4 bilhões.

Lobato lembra que se trata de uma questão exógena e não por conta de problemas interiores que prejudicam o fornecimento. Assim que a demanda ganhar fôlego na China, o montante arrecadado pelas exportações paraenses deve crescer.

"O minério de ferro do Pará é importante para os chineses e eles sabem disso. Mas o número de produtos cresceu. No mesmo período de 2021 eram 994 produtos e em 2022 já estamos em 1098", diz. 

Outros dados positivos também merecem destaque, na opinião de Lobato: a madeira teve variação positiva de 92%, com os Estados Unidos liderando as compras, enquanto a carne bovina apresentou um resultado 29% maior que o mesmo período do ano passado. 

"Temos algo que é imprevisível, que é a eleição. Todo processo de eleição deixa a percepção do mundo sobre um país instável. Tivemos também a guerra na Ucrânia. Isso pode afetar a geração de novos empregos, claro, mas até agora está estável. Se não houver outro foco de covid-19, podemos ter uma boa melhora até final do ano. Talvez não seja o mesmo desempenho do ano passado, principalmente na mineração. 2022 não foi um ano com desempenho bom como 2021", afirma.

No total, o minério de ferro respondeu por 60% das exportações do Pará em 2022, seguido pela soja (8,3%), alumina (7,8%) e minério de cobre (7,2%). Na pauta de importações, a liderança fica para os adubos e fertilizantes (24%), seguidos pelos óleos combustíveis de petróleo (20%) e elementos químicos inorgânicos (13%). 

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