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Estudante de Direito? Entenda o que o mercado busca no perfil dos estagiários

Habilidades sociais e visão menos tradicional são atrativos para empresas

Fabrício Queiroz

Responsabilidade, proatividade e bom rendimento escolar são algumas exigências comuns nos processos seletivos de estágio. No entanto, esse perfil geral varia de acordo com a área do conhecimento e a realidade contextual do mercado e da empresa ou instituição que oferece a vaga. E as mudanças ocorrem mesmo em campos tradicionais como o Direito.

Os profissionais com amplo conhecimento técnico nas leis e com facilidade na produção de processos ainda são representativos, mas a tendência é de busca por novas referências. O advogado Renan Gama Malcher avalia que com o grande número de estudantes em formação, é essencial para o aluno ir além do conhecimento teórico e do perfil mais conservador.

“A formação profissional aqui é mais voltada para a solução de problemas do que para a venda de processos judiciais. A gente procura aqueles estudantes de Direito que pensem um pouco mais fora da caixa, que tenham uma boa articulação social e, principalmente, consigam conjugar isso tudo na entrega de soluções”, afirma o especialista em Direito Empresarial, que destaca ainda a importância de conhecimentos em contabilidade, finanças corporativas, governança corporativa e outros temas para os interessados em atuar na área.

Para Malcher, esse é um imperativo do mundo corporativo, já aplicada em outras cidades no Brasil e no mundo e que se evidencia na atuação de CEOs e executivos das maiores empresas. Em razão disso, o escritório em que ele é sócio aposta em uma atuação e em demandas mais antenadas ao que se espera do trabalho na atualidade.

“O nosso foco é muito mais em entregar para o nosso estagiário o que a gente chama de vantagem competitiva. É entregar para ele uma visão mais 360º do mercado para que ele entenda que o jurídico é uma ferramenta muito importante pra basicamente tudo que ele vê no dia a dia”, pontua.

Outras características desejadas em um estagiário tem a ver com o desenvolvimento das chamadas soft skills, que são habilidades comportamentais que diferenciam o desempenho de um estudante ou profissional no contexto da interação com os grupos e com o ambiente. Entre elas destacam-se: criatividade, boa comunicação, interesses multidisciplinares e inteligência emocional.

Renan Malcher considera que, a partir disso, uma experiência de estágio se torna mais proveitosa para a empresa e para o estudante, que tende a se beneficiar a longo prazo do aprendizado adquirido.

“Esse é um profissional que vai estar preparado para a vida. O nosso interesse é que ele continue com a gente, mas se ele for pro mercado, ele vai ter essa mente de solução de problemas que é uma metodologia aplicável em toda e qualquer negócio ou atividade. Isso vale para o gestor público, mas também vale para o contador, para quem atua com finanças corporativas, para o advogado, enfim é um profissional que vai ser multidisciplinar onde ele for”, afirma.

Aprendizado

Quem lida diretamente com a formação dos estudantes que desejam ingressar no mercado também observa as mudanças na área. Luiz Renato Melo, professor do Centro Universitário Fibra, analisa que, no entanto, a maior oferta de vagas ainda é nos campos mais tradicionais, como o Direito Civil, Penal e do Trabalho. Enquanto isso, o Direito Tributário, Ambiental, Digital e Eleitoral, que apesar influenciarem muitas inovações, ainda tem menos oportunidades.

Melo pontua que independente do campo de atuação, o importante é compreender o estágio como um processo de aprendizado em que é possível conjugar mais efetivamente a teoria com a prática.

“O estágio foi feito para o aprendizado e esse aprendizado deve levar em consideração não só a vontade do estudante em aprender, como também com a colaboração, presteza e paciência da equipe do escritório em ensinar”, destaca o professor.

Luiz Renato Melo afirma ainda que, quando isso é posto em prática, o estágio cumpre seu papel no sentido de demonstrar como o Direito é parte da vivência e do cotidiano.  “Muito além da teoria aprendida na faculdade, o estagiário vivenciará que a advocacia vai muito além da doutrina, legislação e jurisprudência demonstrada na academia. O estudante precisará pôr em prática toda a sua argumentação jurídica, aprendendo que o conhecimento está muito além do direito material e processual, mas sim adquirindo conhecimento de vida, afinal, o processo não é um simples conjunto de atos processuais, o processo tem vida de pessoas que esperam uma solução para determinado problema ou conflito”, diz.

Para quem deseja conseguir uma vaga, o professor aconselha a utilizar as ferramentas tecnológicas e sociais para encontrar as melhores oportunidades. Sites e redes sociais publicam diversas vagas diariamente, bem como é possível saber adentrar no mercado ampliando a rede de contatos.

“Apenas procurar a vaga não é suficiente, busque sempre aumentar seu conhecimento através de cursos e atividades extracurriculares, isto pode ser um diferencial”, orienta Melo.

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