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Estado do Pará participa de estudo nacional sobre doença que afeta suínos

Existem 27.561 propriedades cadastradas com criação de suínos, no território paraense, com um rebanho 498.512 animais. A proposta é decretar o Pará uma área livre da doença

O Liberal
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está realizando um estudo soroepidemiológico para verificar se existe a circulação do vírus da Peste Suína Clássica (PSC) no país. No Pará, o estudo começou no mês de agosto e segue neste mês de setembro, período em que estão sendo cadastrados e atualizados cadastros com criação de suínos pelo serviço oficial do Pará. A pesquisa está sendo realizada em 58 municípios localizados nas regiões do Baixo Amazonas, Sul e Sudeste do estado, que são classificados como a Região III do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC. Os estados do Amazonas e Roraima também realizarão desse projeto.

A iniciativa leva em consideração a importância socioeconômica desse segmento para o Brasil. que é o quarto maior produtor e exportador mundial de carne suína, com uma produção de aproximadamente 4,5 milhões de toneladas em 2020, o que representa cerca de 3,5% do total mundial. No Pará, existem 27.561 propriedades cadastradas com criação de suínos, com um rebanho 498.512 animais, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), a autarquia que tem como missão planejar e executar ações que promovam a sanidade e a qualidade da produção agropecuária, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e competitivo do agronegócio no Pará.

Atualmente, as exportações de carne suína representam cerca de 23% da produção nacional e o Brasil atingiu um recorde de 1,024 milhão de toneladas exportadas em 2020, uma alta de 26,75% em relação ao ano anterior.

A concentração regional da produção de carne suína está na região Sul do Brasil, responsável, em 2020 por 70,91% dos abates sob inspeção oficial. A região Sudeste respondeu, naquele ano, por cerca de 12,94%, e o Centro-Oeste, por 16,06%. As regiões Norte e Nordeste responderam pelo restante. Dentre os estados, destacaram-se os de Santa Catarina, com 30,73% do total de abates, Rio Grande do Sul com 19,08% e Paraná com 21,10%. Os dados são do Relatório Anual 2021 ABPA.

Estudo

As atividades previstas nessa capacitação estão inseridas nas estratégias do Programa Nacional de Sanidade dos Suídeos (PNSS), que propõe o fortalecimento do serviço veterinário oficial e a institucionalização do Plano Estratégico Brasil Livre de PSC. O objetivo do Plano Estratégico é erradicar a PSC na Zona não livre do Brasil, reduzindo as perdas diretas e indiretas causadas pela doença e gerando benefícios pelo status sanitário de país livre da doença.

Como base de sua estratégia, o Plano proposto visa promover o fortalecimento do Sistema Veterinário Oficial (SVO) e do sistema de vigilância para as doenças dos suínos, incluindo a implantação de um programa de vacinação sistemática contra a PSC de forma regionalizada.

O estudo está sendo realizado por meio de uma amostragem, em municípios do Pará e a veracidade dessas informações contribuirá para a base nacional de dados sobre a doença no Brasil. Ademais, a proposta é decretar o Pará uma área livre da doença e esse plano subsidiará esse pretenso status.

Qualidade

No município de Altamira, sudoeste do Pará, estão sendo coletadas amostras em 37 propriedades rurais. O município possui o cadastro oficial de 3.024 propriedades, com aproximadamente 38.300 suídeos e está entre os maiores produtores de suídeos do Pará.

O médico veterinário Giovani Luidy Girardeli, fiscal estadual Agropecuário da Adepará e responsável pela pesquisa na regional de Altamira, explica que o critério para a escolha das propriedades está baseada nos riscos sanitários que as mesmas podem apresentar.

Na regional, a pesquisa foi iniciada no dia 16 de agosto e segue até o próximo dia 10. “Ao final teremos em torno de 350 animais coletados para o Inquérito de Peste Suína Clássica. Esse trabalho nos permitirá saber na prática como está a sanidade suídea em todos os municípios da Regional e servirá de embasamento para permitir possíveis novas ações sanitárias”, avalia o médico.

Durante coleta realizada na propriedade Tatajuba, próxima de Altamira, no último dia 2, o médico veterinário e diretor da Adepará, Jamir Macedo, destacou a importância da adoção de medidas de biosseguridade que visam evitar a entrada e a propagação de doenças no plantel, proporcionando melhores condições para se preservar a saúde dos animais e, consequentemente, a segurança dos alimentos. “Fazemos parte deste estudo e seguimos todas as recomendações preconizadas pelo Mapa, pois entendemos que o agronegócio paraense dever estar de acordo com as normativas nacionais e internacionais, porque isso só nos traz benefícios em qualidade de alimentos, fortalece a nossa economia e traz desenvolvimento ao Pará, que é fundamentalmente um estado agro”, avalia.

Biosseguridade
O bem-estar dos animais faz parte da pauta de uma produção sustentável e este quesito vem se destacando cada vez mais no Brasil. O arcabouço regulatório do Brasil conta com normas de abate humanitário, como a Instrução Normativa 3/2000, e a IN 56/2008, que estabelece recomendações de Boas Práticas de Bem-estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico nos sistemas de produção e transporte, que incluem nossas cadeias de aves e suínos.

A publicação da Instrução Normativa Nº 113, de 16 de dezembro de 2020, que estabelece as boas práticas de manejo e bem-estar animal nas granjas de suínos de criação comercial consolida as tendências que já vêm sendo adotadas por várias empresas brasileiras no que diz respeito ao bem-estar na suinocultura.

Essa norma representa mais um avanço regulatório importante para o Brasil, para o qual, o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal desde 1952, já prevê obrigações das indústrias para com a temática do bem-estar animal em todas as espécies criadas para o abate industrial.

Capacitação

Os médicos veterinários da Agência de Defesa do Pará participaram de um treinamento o Inquérito Soroepidemiológico para a PSC. O treinamento foi ministrado pelos médicos veterinários e auditores federais agropecuários do Mapa, Guilherme Takeda e Newton Galvão, ocorrendo em duas etapas, módulo prático ocorreu nos dias 9 e 10 de agosto e módulo teórico ocorreu por via remota nos dias 27 e 28 de julho de 2021.

A capacitação foi desenvolvida em aulas teóricas e práticas (em modo virtual e à campo) e priorizou o desenvolvimento do raciocínio epidemiológico, através do domínio das ferramentas básicas do trabalho da vigilância. Com destaque para sistema de vigilância de síndromes hemorrágicas dos suínos, aspectos clínicos e epidemiológicos do agente etiológico da Peste Suína Clássica, atendimento à notificação de síndromes hemorrágicas, eutanásia, necropsia, colheita e envio de amostras para o laboratório.

Na oportunidade, o médico veterinário Guilherme Zaha Takeda, chefe da divisão de unidade de suídeos do Mapa, que ministrou o curso, informou que além da preparação dos servidores, esse inquérito é importante porque contribuirá para a construção de um estudo no Pará, que irá mapear a presença/ ausência da doença, no estado. “A realização desse inquérito soroepidemiológico para PSC, em parte do Pará, irá suprir a deficiência de informações e ações de vigilância, além da necessidade de melhor caracterização do sistema produtivo de suínos e da condição epidemiológica da PSC”, informou.

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Economia
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