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Especialistas paraenses falam sobre impacto do novo salário mínimo a ser votado

Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado ao Congresso prevê reajuste de 6,27%

O Liberal

O economista paraense Genardo Chaves de Oliveira afirma que o percentual de correção do salário mínimo é importante, mas insuficiente para compensar os reajustes sobre os preços de bens e serviços dos últimos meses. “O percentual deveria alcançar a casa dos 7,5%, para garantir os direitos constituídos de preservação ao poder de compra do consumidor”, disse ele.

Na terça-feira, 31, o governo federal enviou para aprovação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), com a proposta de reajuste do salário mínimo para o próximo ano. De acordo com o texto, o salário mínimo passará de R$ 1.100 para R$ 1.169, com uma alta de 6,27%. Para a correção, o governo projeta que em 2021 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deverá ficar em 6,2%. 

image Salário mínimo será de R$ 1.169, segundo consta em projeto orçamentário
Valor é R$ 22 maior que o aprovado na LDO

Inicialmente, a Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) previa um reajuste de 4,3%, o que representaria um aumento de R$ 47,00 no valor do atual salário mínimo. Embora a correção prevista no orçamento seja maior, não traz aumento real, apenas repõe a inflação.

Pagamentos atrelados

O economista paraense Nélio Bordalo pondera que “o aumento do salário mínimo, de uma forma muito abrupta, geraria dois impactos diretos: primeiro, o aumento do desemprego, e o outro, o custo fiscal, porque há diversos benefícios atrelados ao salário mínimo, como aposentadoria, e isso geraria uma cadeia de crescimento de gastos para o governo muito grande”. 

De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor do salário mínimo ideal para o mês de junho de 2021 deveria ser de R$ 5.421,84, um valor 4,93 vezes maior que o atual. Entretanto, esse montante deveria ser resultado de reajustes através dos anos, pois, caso se desse por uma correção abrupta, como observou Bordalo, causaria grandes impactos nas contas públicas, principalmente para prefeituras que possuem o salário mínimo como base para o funcionalismo público. 

Poder de compra

Representante do Conselho Regional de Economia PA/AP, Hellen Bentes afirma que os reajustes impactam diretamente no poder de compra dos brasileiros, principalmente após os impactos econômicos gerados durante a pandemia. “Após a retomada da pandemia, mesmo que gradual, alguns setores voltam a aquecer, o grande dilema que a população enfrenta é como equilibrar essa conta que nunca fecha entre a alta de preços maior que alta da remuneração recebida”, ressalta a economista.

O aumento do piso salarial representa a injeção de uma soma significativa na economia do país devido a ser direcionado aos setores de consumo e prestação de serviço.

A assistente administrativa Maricele Queiroz, afirma que, apesar de ser um aumento baixo no salário, “se for comparar com o preço das coisas no mercado, já é uma quantia que faz diferença no dia a dia. Como eu tenho uma filha pequena, os gastos se estendem, por exemplo, ao comprar remédios, material escolar entre outros gastos que uma criança demanda. Então, já é uma quantia que vai entrar para ajudar a suprir uma dessas necessidades".

 (Emilly Melo, estagiária, com supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política e Economia)

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