Empresários paraenses exaltam legado de Abilio Diniz

A morte do fundador do Grupo Pão de Açúcar foi sentida por empresários paraenses. Jorge Portugal e Oscar Rodrigues estão entre os que fizeram questão de exaltar a atuação “visionária” no ramo varejista.

Amanda Engelke
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Os mais novos não, mas aqueles por volta dos 50 anos - para mais - devem recordar que o espaço localizado na Avenida José Malcher esquina com a Travessa 14 de Março, no bairro de São Brás, em Belém, já foi um das apostas do empresário Abílio Diniz à frente do Grupo Pão de Açúcar. Em meados da década de 70, investindo no conceito de hipermercado, o grupo alugou as lojas da rede Carisma e montou o primeiro hipermercado da capital paraense, o Jumbo. Posteriormente, no local, funcionou a Yamada Plaza. E, atualmente, o Mais Barato.

“Diniz foi um empresário inovador, responsável por introduzir muitas novidades no setor, como o conceito de hipermercado, supermercado em shopping centers e lojas com horário estendido. Ele era conhecido por sua competência e dedicação. E, sim, ele teve presença aqui no Pará com o supermercado Jumbo, que era do grupo Pão de Açúcar. O Jumbo foi uma das primeiras lojas com esse conceito de hipermercado, e isso na década de 70”, recorda Jorge Portugal, presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas).  

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Para Portugal, a morte de Abílio Diniz neste domingo (18), devido a uma insuficiência respiratória, foi sentida por todo o setor supermercadista do Brasil e, no Pará, não foi diferente. “Nós sentimos muito o falecimento dele. Abílio Diniz era uma referência para nós nesse setor. Ele sempre esteve à frente de seu tempo, sempre ousou, e foi um dos fundadores da Associação Brasileira de Supermercados - a ABRAS. Acredito sinceramente que sua partida deixa uma lacuna, mas também que seu legado ficará eternizado”, completa o presidente da Aspas.  

O Jumbo, apesar de funcionar por anos e ter sido uma grande sensação na cidade, afinal, era a primeiro supermercado com ar-condicionado e a inauguração, em 1975, contou até com um elefante trazido da África, fechou as portas devido à distância dos fornecedores, conforme se comentou na época. Mas essa não foi a única aposta do Grupo Pão de Açúcar (GPA) em Belém. Ao todo, foram 11 lojas. Após travar brigas judiciais, Diniz deixou o controle da GPA, mas foi nesse meio tempo que comprou o Assaí, além de criar a Via Varejo, depois de adquirir o Ponto Frio e a Casas Bahia. As ações da Via Varejo, contudo, foram vendidas em 2019. 

Oscar Rodrigues, fundador e administrador do Grupo Líder, também faz questão de expressar sua admiração por Diniz. “Ele foi uma referência no setor varejista como um todo, foi exemplo para nós.  Sempre me inspirei nele, na garra, na boa vontade, na disposição de não parar nunca. Com certeza, Abílio Diniz  deixou uma marca nesse país que nunca será esquecida”, afirma o empresário que teve a oportunidade de encontrar com Abílio e trocar experiências por diversas vezes. “Era sempre um aprendizado”, acrescenta.

Futuras gerações

Para Alex Carvalho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), Abílio Diniz foi um empresário visionário. “Ele deixou sua marca no varejo brasileiro, com ações que determinaram novos rumos do setor, servindo também de inspiração para outros segmentos da economia, entre os quais o industrial, e para novas gerações de profissionais com os quais compartilhou seus extensos conhecimentos.Seu legado foi tão forte que será lembrado por várias gerações”, ressalta o presidente do Sistema FIEPA. 

image Para Alex Carvalho, Abílio Diniz foi visionário  (Ivan Duarte/ O Liberal)

Marcello Verbicaro, do Conselho de Jovens Empresários (Conjove) da Associação Comercial do Pará (ACP), acredita no legado de Diniz como influência para futuras gerações. “Por décadas, ele liderou grandes operações e, em certo momento, passou a compartilhar seu conhecimento com outros empresários e empreendedores. Sua partida nos aponta sobre a importância de seguirmos muitos de seus ensinamentos, no cuidado com a família, com a saúde física e mental, e sobre como o trabalho árduo pode nos levar ao sucesso”, diz. 

Ao comunicar a morte do empresário, a assessoria de imprensa da holding Península, que administra os investimentos da família, afirmou que ele deixou cinco filhos, esposa, netos e bisnetos, e “irá ao encontro do seu filho João Paulo, falecido em 2022”. A nota foi divulgada pela família. A partida, aos 87 anos, ocorreu no hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde estava internado devido a um quadro de pneumonia. Abílio Diniz foi velado e enterrado na capital paulista, onde nasceu, nesta terça-feira (19). O governador Helder Barbalho esteve presente no velório.

image Helder e Temer participam do velório do empresário Abilio Diniz no Salão Nobre do Estádio do Morumbi (Rovena Rosa/Agência Brasil)
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