Dia da Amazônia: Insumos da floresta amazônica impulsionam a indústria de cosméticos
Produtos com óleos e manteigas como andiroba, cupuaçu, murumuru, têm demanda no mercado nacional e exterior

No Dia da Amazônia, nesta sexta-feira (5), a força econômica dos cosméticos que utilizam insumos da floresta, como óleos e essências extraídas de sementes e frutos amazônicos, são um bom exemplo de alternativa sustentável de geração de renda para a população local. O açaí também tem papel de destaque como oportunidade econômica.
“Atualmente, os insumos amazônicos para cosméticos são os mais procurados em nível nacional e mundial, puxado pela busca por ingredientes naturais e rastreáveis (óleos e manteigas como andiroba, murumuru, cupuaçu, açaí, ucuuba)”, afirma o ambientalista Caio Abdon, vice-presidente do IDEA (Instituto de Desenvolvimento da Amazônia), que promove o desenvolvimento regional, em parceria com a administração pública.
Perguntado sobre o tamanho atual do mercado de cosméticos feitos a partir de insumos amazônicos, Abdon argumentou que, “na prática, o tamanho da oportunidade cresce onde há oferta regular, qualidade padronizada e história de origem, combinação que já levou grandes marcas e marcas independentes a escalar linhas com ativos da Amazônia e ampliar exportações”.
“Entre as matérias primas extraídas da nossa floresta, temos o açaí como o primeiro do ranking, tanto no extrativismo ribeirinho ou de regiões alegadas, como no crescente comércio do que é cultivado. A plantação de açaí irrigado está em uma crescente na Amazônia, cujo comércio é feito para o Brasil, e para o mercado internacional. Esse mercado de exportação interna e externa possui uma característica comum: o produto é exportado congelado e muitas vezes misturado com a necessidade do cliente e suas preferências, não comuns no mercado local”, observou ele.
Sobre se esse crescimento tem refletido em geração de renda significativa para comunidades extrativistas, Caio Abdon destaca que o Açaí caiu no gosto do mercado nacional e internacional e isto trouxe um significativo aumento do preço. “Contudo, o que falta para as comunidades extrativistas é se associarem e verticalizar a produção, tornando-se exportadores, ao invés de venderem o produto in natura. Esse movimento passa pela conscientização da necessidade de se adaptarem ao novo mercado: extrair, bater o produto, embalá-lo e congelá-lo, com características típicas do mercado do Sul e Sudeste do Brasil”.
Angela Pinhati é a diretora de Sustentabilidade de Natura &Co. Ela informa que “a Natura utiliza 46 bioingredientes amazônicos, como castanha, murumuru, babaçu, ingá, pataqueira e priprioca. Esses ativos estão presentes em diversas marcas da empresa, como Chronos, Lumina, UNA, linhas de perfumaria e na icônica Natura Ekos. Todos são obtidos por meio de parcerias com comunidades extrativistas e agroindústrias locais, garantindo que o desenvolvimento econômico esteja sempre alinhado com a conservação ambiental”.
“A empresa trabalha em parceria com 45 comunidades fornecedoras e 21 agroindústrias locais, impactando mais de 10 mil famílias em toda a Pan-Amazônia. A coleta é feita de forma sustentável, sem comprometer os ciclos da floresta, e acompanhada pela plataforma Natura-GIS, que permite rastreabilidade em tempo real por GPS. Além disso, a Natura não firma contratos de exclusividade, incentivando a diversificação produtiva e fortalecendo a autonomia das comunidades. Atualmente, já contribui para a conservação de 2,2 milhões de hectares de floresta, com meta de chegar a 3 milhões até 2030”, frisou Pinhati.
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