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Derrocamento do Pedral do Lourenço reduzirá 30% dos custos logísticos com transporte, diz Ministério

Agro paraense prevê mais emprego e produtividade após licença

Maycon Marte
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O setor produtivo do Pará comemora a liberação da licença para as obras de derrocamento no Pedral do Lourenço, em Itupiranga, no sudeste do estado. A região é estratégica por representar uma importante via de escoamento da produção, embora só seja plenamente navegável durante o período de cheia do rio Tocantins. O Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor) projeta uma redução de até 30% nos custos logísticos, ampliando a competitividade da produção no país. O produtor Vanderlei Ataíde, presidente da Aprosoja-PA, comemora a liberação e prevê: “mais produção, mais investimento do produtor na terra e mais emprego”.

Em resposta ao Grupo Liberal, o ministério destaca o derrocamento como “o principal empreendimento hidroviário previsto no Plano Nacional de Logística (PNL) 2035”, além de ser prioridade no Plano Setorial Hidroviário, lançado pelo Ministério de Portos e Aeroportos (Mpor) este ano. O projeto receberá um investimento total de R$ 1,1 bilhão, com recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), e tem previsão de execução em 30 meses.

Movimentação de cargas deve crescer

Com a licença, a pasta estima uma movimentação de mais de 20 milhões de toneladas por ano na hidrovia, o equivalente a cerca de 500 mil caminhões. A hidrovia do rio Tocantins se estende por mais de 1.700 quilômetros, entre as cidades de Peixe (TO) e Belém (PA), mas tem sua capacidade reduzida no trecho do Pedral.

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A licença ambiental para o início das obras de derrocamento do Pedral do Lourenço, no município de Itupiranga, sudeste do Pará, foi concedida. O anúncio foi feito pelo governador Helder Barbalho nesta segunda-feira (26).

“A Hidrovia do rio Tocantins é um dos principais eixos logísticos do Corredor Centro-Norte, que conecta a maior região produtora de grãos do país aos portos da Região Norte, como o Porto de Vila do Conde, no Pará. A execução das obras de derrocamento do Pedral do Lourenço, que atualmente inviabilizam a navegabilidade por esse corredor, permitirá a movimentação de mais de 20 milhões de toneladas por ano, consolidando a hidrovia como vetor de integração logística, desenvolvimento regional e sustentabilidade”, enfatiza a pasta.

Além dos impactos diretos na redução dos custos logísticos e na ampliação da competitividade na região, a obra também dialoga com metas climáticas, alinhadas ao Plano Clima — guia de ações para o Brasil lidar com as mudanças climáticas, estabelecendo metas e diretrizes de mitigação e adaptação.

“Essa intervenção é central na estratégia nacional de ampliação do transporte hidroviário, que busca aumentar a participação das hidrovias na matriz de transportes, reduzindo custos logísticos, emissões de CO₂ e o tráfego de caminhões nas rodovias, além de estar alinhada às metas climáticas que serão reforçadas no Plano Clima, a ser lançado na COP 30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025]”, afirma o Mpor.

Licença e investimento

A licença para as atividades foi dada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) na última segunda-feira (26) ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), responsável pela obra. O derrocamento está previsto para o trecho do rio Tocantins entre Santa Teresinha do Tauiri e a Ilha do Bogéa, uma área com 35 km de extensão. A autorização também está condicionada ao pagamento de uma compensação ambiental no valor de R$ 4.802.701,94.

Em nota, o DNIT confirma o investimento estimado em R$ 1 bilhão, mas prevê um prazo total de até 36 meses para a execução das obras.

“O trabalho será realizado pelo Consórcio DTA/O’Martin, vencedor do processo licitatório. O valor total estimado do contrato é de aproximadamente R$ 1 bilhão, e a previsão de duração da obra é de 36 meses. O processo técnico de derrocagem envolve o uso de explosivos controlados, com emprego complementar de desmonte mecânico”, informa.

Agro comemora liberação

A decisão era aguardada por representantes do agronegócio paraense, que veem na obra uma oportunidade de ampliar a produção e impulsionar a economia. O produtor Vanderlei Ataíde, presidente da Aprosoja-PA (Associação dos Produtores de Soja, Milho e Arroz do Pará), acredita que a medida valoriza áreas próximas à hidrovia e estimula novos investimentos.

“O derrocamento do Pedral do Lourenço, ali na região de Marabá, vai tornar o sul do estado — aquela região ali próxima — mais atrativa para a produção de grãos, devido ao frete mais barato que poderá incidir sobre os grãos. Então você tem uma competitividade mais atrativa, pode virar a chave para mais áreas cultivadas, mais produção, mais investimento do produtor na terra e, com isso, gerar mais emprego e renda”, explica.

Embora ainda não haja estimativas consolidadas sobre o aumento da produção ou da rentabilidade, é consenso no setor que a melhoria da logística terá efeitos positivos. Ataíde também destaca o potencial de geração de empregos diretos e indiretos, tanto nas propriedades quanto nas cidades do entorno, além de reforçar a importância do transporte hidroviário, considerado por ele o modal mais barato do país.

Outros investimentos em logística

Além das obras de engenharia, o Mpor informa que o projeto contempla 26 programas e subprogramas ambientais. As ações seguirão boas práticas socioambientais, com foco na preservação dos ecossistemas e no respeito às comunidades ribeirinhas. Estão previstas atividades como gestão ambiental, controle de resíduos, monitoramento da fauna, análise da qualidade da água, monitoramento de ruídos e vibrações, além de avaliação da atividade pesqueira.

Para a região Norte, de forma mais ampla, também estão previstas outras iniciativas de fortalecimento da infraestrutura logística, voltadas ao escoamento sustentável da produção agrícola, mineral e industrial do país. Essas ações, em parceria com o Novo PAC, incluem a modernização e ampliação de portos públicos, melhorias nos terminais hidroviários e investimentos em balizamento, dragagem e sinalização das hidrovias.

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Economia
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