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Consumo de energia no setor de saneamento aumentou 627% no Pará em 2021; consumo geral cresceu 6,9%

Números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica revelam que o Estado foi que mais gerou energia no ano passado no Brasil

O Liberal
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O consumo de energia elétrica das atividades de saneamento no Pará aumentou em 627% em 2021 em relação ao ano anterior (saindo de 1,4 Megawatt para 10 MWs médios), segundo números da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Enquanto isso, o consumo geral de energia cresceu em torno de 6,9% – saindo de 2.589 MWs para 2.789 MWs e deixando do Estado com o segundo maior aumento no Brasil, perdendo apenas para o Ceará (+ 8,2%). No mercado regulado, que abrange de residências a pequenos comércios, esse crescimento foi ainda maior, chegando a 12% - saindo de 1.340 MWs para 1.502 MWs.

“Retornamos ao ritmo habitual de crescimento do mercado de energia, o que nos mostra que a atividade econômica do país também está sendo retomada, após os períodos mais críticos de isolamento social e paralisações”, diz Rui Altieri, presidente do Conselho de Administração da CCEE.

A Companhia de Saneamento do Pará informou, em nota, que responde por 53 municípios do Pará e apenas nas áreas de abastecimento de água e esgotamento sanitário do setor de saneamento. Diante disso, o aumento do consumo de energia elétrica se deu por três fatores: aumento do número de sistemas em funcionamento com a inauguração de novas obras, aumento da demanda da população e, por fim, a utilização inédita pela Companhia do Ambiente de Contratação Livre (ACL), conhecido como mercado livre de energia. A Cosanpa passou a utilizar esse formato em 2021 e, hoje, conta com 38 unidades nesta modalidade de consumo de energia. A Cosanpa ressalta que trabalha intensamente para reduzir os desperdícios e melhorar a eficiência ambiental dentro de todas as unidades.

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Depois do segmento de saneamento, a metalurgia foi o setor que mais consumiu energia ao longo dos 12 meses, com 990,3 MWs consumidos e um crescimento de 15%; seguido da extração de minerais metálicos, com 334,6 MWs consumidos e aumento de 1%; e comércio, com 39,3 MWs e mais 28% do consumo em relação ao ano anterior. De acordo com o CCEE, as maiores variações de crescimento, historicamente, ficam com a metalurgia, atividade que mais consome energia no Pará.

Um dado importante sobre esse assunto é que, normalmente, um empreendimento desse segmento ou de indústrias, grandes empresas, fábricas e até mesmo shoppings, demanda uma carga mínima 500 MWs, o que significa R$ 110 a R$ 120 mil por mês. O presidente do Conselho de Consumidores da Equatorial do Pará, Carlindo Lins, informou que procurou a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) para obter informações sobre esse aumento tão desproporcional no consumo das atividades de saneamento, e aguarda um retorno do órgão.

“Estou procurando saber o que justifica um crescimento desse. Porque tivemos aumentos e recuos, nas atividades alimentícias aumentou 17%, bebidas caiu 5%, comércio cresceu 28% , madeira e celulosa também aumentou 18%, serviços 30%. Mas imagina um crescimento de 627%. Precisamos saber o que houve”, declarou. A CCEE diz que vários fatores podem ocasionar as quedas e aumentos. No que se refere ao saneamento, “pode ser que novas empresas tenham sido abertas e iniciado a operação”, informou a Câmara.

Pará é o 8º no ranking de maior consumo

Na primeira quinzena de 2022, o Estado aparece como o oitavo que mais consumiu energia nos 12 meses do ano passado, com um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior (2.738 kW), ficando atrás de São Paulo (16.854 MW, -4%); Minas Gerais (6.910 MW, - 3%); Rio de Janeiro (5.885 MW, -12%); Paraná (4.087 MW -1%); Rio Grande do Sul (3.978 MW, -11%); Santa Catarina (3.415 MW, -5%); e Bahia (3.559 MW, -8%). Apesar disso, foi a federação do Brasil que mais gerou energia no período, com 14.565 MW gerados nos primeiros 15 dias deste ano. A média geral do país apresentou uma queda de 4,4% no consumo nessas duas primeiras semanas do ano.

O empresário Alfredo Leão tem uma sorveteria no bairro da Pedreira, em Belém, há 20 anos. Ele conta que, na fábrica, onde prepara o produto, pagava R$ 260 e a última fatura do serviço custou R$ 438. “Isso é quase um aumento de 100%, né. A conta daqui da sorveteria, por exemplo, pagava em torno de R$ 400 e agora está R$ 700. E o meu consumo é quase sempre o mesmo, tenho dois freezers para o sorvete, dois para colocar refrigerante. O ventilador fica ligado, mas não tem nem ar condicionado, porque não dá”, explica.

Kamily Borges trabalha em uma lanchonete, na parte da cozinha, e se divide entre a casa da avó e a casa da namorada. A primeira residência compartilha com outras oito pessoas e contabiliza um aumento de mais de 60% na conta no último ano. “Até a metade do ano, a gente pagava R$ 800, no máximo 900 reais. Hoje esse valor passou para $ 1.300, sendo que só o quarto da vovó e das crianças tem ar condicionado, mas começamos a usar ventilador durante o dia inteiro para não ligar o ar”, conta.

Já na residência da namorada, compartilhada por três pessoas, a conta chegada a no máximo R$ 280. Na última fatura do serviço, esse valor saltou para R$ 350. “Lá passamos a desligar tudo da tomada, a única coisa que deixa ligado na tomada é a geladeira. Ainda mais que comprei dispositivo para ligar e desligar o ventilador, aí lá diz quantos quilowatts usamos por mês e estamos nos baseando por isso na casa dela”, afirma.

Cenário no Brasil em 2021

No Brasil, o consumo de energia elétrica cresceu 4,1% no ano passado. O mercado livre, atualmente, é responsável por 34,5% da fatia desse consumo, mas veículos, têxteis e metalurgia lideram ranking dos ramos de atividade com maiores altas. Geração eólica e solar cresceram 27,1% e 29,3%, respectivamente, e hidrelétricas recuaram 8.8%. Na contramão, o mercado regulado recuou 0,2%, mantendo estabilidade.

A indústria automotiva, uma das mais afetadas pela pandemia de COVID-19 em 2020, representou o segmento com o maior aumento no consumo de energia no ano passado no mercado livre. Se retiradas do cálculo as unidades consumidoras migradas para o ambiente nos últimos 12 meses, o setor de veículos apresentou uma alta de 21%. Em seguida, destacam-se o ramo têxtil, com crescimento de 20% e metalurgia e produtos de metal, com aumento de 12%. 

Também foi possível observar o crescimento da energia renovável no Brasil. Os parques eólicos produziram 8.242 MW médios, volume 27,1%% maior do que no ano anterior. Já as usinas solares fotovoltaicas geraram 878 MW médios, montante 29,3% superior; e as hidrelétricas, principal fonte de energia do país, entregaram 42.462 MW médios para o SIN, quantidade 8,8% menor em relação à 2020, devido ao cenário hídrico desafiador enfrentado pelo país. As térmicas, que ajudaram a garantir o fornecimento nos momentos mais críticos, produziram 16.245 MW médios, alta de 43,5% na comparação anual.

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