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Confiança dos empresários nortistas é a menor da história com pandemia

Índice de Confiança do Empresário Industrial da região registrou queda recorde entre março e abril, de 21,5 pontos

Thiago Vilarins

Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, em meio à pandemia do novo coronavírus, a confiança da indústria nortista é a mais baixa da história. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da região Norte registou queda recorde de 21,5 pontos e ficou em 38,1 pontos, numa escala de 0 a 100. É o menor patamar e a maior baixa da série histórica iniciada em 2010. O índice também já havia recuado em fevereiro e março; o recuo acumulado em 2020 foi de 26,8 pontos. Para efeito de comparação, há um ano, em abril de 2019, o índice de confiança dos empresários da região Norte era de 60,6 pontos.

Em todo o País, a queda foi ainda mais acentuada. Nos últimos dois meses o índice de confiança despencou 25,8 pontos, estacionando em 34,5 pontos em abril - 30,8 pontos inferior ao de janeiro. A redução da confiança é generalizada entre as regiões geográficas do Brasil, mas é mais sentida entre os empresários da Região Sul, cujo índice acumulou uma queda de 34,6 pontos entre janeiro e abril, alcançando índice de 32,6 pontos em abril. Na sequencia, surge o Sudeste (34,1 pontos), o Nordeste (34,2), o Centro-Oeste (37,6) e o Norte.

"A queda na confiança dos empresários pode contribuir para a paralização dos investimentos, ou seja, para o agravamento da crise econômica", avalia o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. "Há dificuldades no fluxo de insumos, mercadorias e trabalhadores e as medidas de isolamento social e o consequente 'desaparecimento do consumidor' resultou em forte queda na receita das empresas", explica o relatório técnico  do ICEI, que também pontua a redução e o encarecimento do crédito, enquanto as despesas fixas continuam.

Antes da queda registrada entre março e abril, o maior recuo num único mês havia sido de em junho de 2018, como consequência da greve dos caminhoneiros - 6,5 pontos na região Norte e 5,8 pontos em todo o País. A atual redução traduz o cenário atual de queda forte contração na atividade e elevada incerteza em razão da pandemia da Covid-19. O ICEI é o resultado de dois componentes: as condições atuais e as expectativas. A queda registrada no último mês está mais relacionada com as expectativas que são negativas e geram incertezas do que com as condições atuais, que são de redução da atividade até o momento. O índice nacional de Condições Atuais caiu 20,2 pontos, para 34,1 pontos, enquanto o índice de Expectativas, caiu 28,6 pontos, para 34,7 pontos.

No Norte, o Índice de Condições Atuais, que registra a percepção de melhora na economia em relação aos últimos seis meses, registrou decréscimo de 18,8 pontos nos últimos dois meses, alcançando 34,3 pontos - menor nível desde maio de 2016 (27,6). Já o índice de expectativa da região chegou a 40,0 pontos em abril, diferença de 22,9 pontos em relação a março - pior resultado deste o início da pesquisa. A falta de confiança alcança todos os setores de atividade industrial. O indicador de confiança é menor entre os empresários da Indústria de Transformação (34,3 pontos) e de Construção (34,8 pontos) e um pouco maior entre os da Indústria Extrativa (39,1 pontos).

Entre os setores da Indústria de Transformação, aqueles com maiores indicadores de confiança são Perfumaria, sabões, detergentes, produtos de limpeza e de higiene pessoal; Farmoquímicos e farmacêuticos; e Alimentos, com índices de, respectivamente, 42,9 pontos; 42,4 pontos; e 40,5 pontos. No outro extremo, temos produtores de bens de consumo duráveis como Móveis (26,0 pontos), Vestuário e acessórios (29,1 pontos), Calçados e suas partes (29,4 pontos) e Produtos têxteis (30,0 pontos).

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Economia
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