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Profissionais flexíveis vão se destacar no mercado de trabalho do futuro

Outras habilidades e competências também serão avaliadas pelos recrutadores

Elisa Vaz

O mercado de trabalho após a pandemia da covid-19 sofreu diversas transformações, sendo a principal a adoção do home office ou do sistema híbrido de trabalho pela maioria das empresas. Mas especialistas apontam que o comportamento do trabalhador em relação às organizações empresariais também mudou, e agora as exigências serão diferentes dentro do trabalho.

Uma pesquisa realizada pelo site de empregos Indeed mostrou que o mercado pedirá profissionais mais flexíveis a partir de agora. A flexibilização do local e horário de trabalho foi mencionada por 70% dos entrevistados. Para o doutor em administração Murilo Fonseca, coordenador dos cursos de graduação de administração e ciências contábeis da Universidade da Amazônia (Unama) de Ananindeua, o profissional flexível está relacionado à sua liberdade e autonomia dentro das organizações, para fazer seus próprios horários e planejar sua própria rotina produtiva.

Segundo ele, esse profissional conseguirá se mostrar por meio de suas habilidades de organização, e também se autopromover em sua carreira, já que, na maioria dos processos de seleção, são identificadas as habilidades e competências deste futuro colaborador. "O poder de se autoavaliar e autogerir faz parte da importância de ser um profissional flexível. Cada vez mais, será necessário o profissional ser flexível, pois as mudanças nos diversos cenários, seja no âmbito social, econômico ou tecnológico, por exemplo, estão provocando mudanças significativas no mercado de trabalho, que tangenciam o surgimento de novas formas de trabalho no contexto organizacional", diz.

Porém, é necessário tomar alguns cuidados com essa flexibilização. Murilo alerta que todo movimento de ruptura paradigmática pauta-se em vantagens e desvantagens, e na mudança de comportamento pessoal e organizacional não é diferente. Portanto, essa flexibilização pode trazer algumas desvantagens, tais como a socialização organizacional, que trata da interação presencial do funcionário na organização, que no home office pode diminuir. Outro problema está relacionado às demandas advindas do lar e da família, os problemas domésticos, que são fatores que podem resultar em uma produção negativa. O trabalhador, então, deverá ter organização e saber separar as atividades domésticas das organizacionais.

A pesquisa mostrou que 85% dos chefes entrevistados acreditam que os papéis de trabalho serão menos definidos no futuro e serão necessários profissionais capazes de se empenhar em projetos ou áreas diferentes. O coordenador da Unama afirma que isso já vem ocorrendo e que a prática multifuncional é muito comum. Mas, para isso, o profissional tem que se manter atualizado, principalmente em sua área, e buscar conhecimentos em áreas que somarão para seu melhor desenvolvimento no trabalho.

Um dado da pesquisa que surpreendeu especialistas foi o fato de 34% dos chefes entrevistados considerarem que modelos de equipe não hierárquicos serão parte fundamental para o futuro do trabalho, e que os colaboradores atuarão na autogestão. A autogestão surgiu com a necessidade de divisão de tarefas, poderes e responsabilidades, tornando os colaboradores coparticipantes até mesmo coprodutores, tomando suas próprias decisões, de acordo com o administrador Murilo Fonseca. Assim, o funcionário cria suas próprias metas para alcançar resultados. Para que isso seja possível, no entanto, a organização deverá fortalecer as habilidades e competências de seus funcionários, melhorar o clima organizacional, identificar e potencializar talentos e fortalecer seu plano de cargos e carreira.

Além da flexibilidade e da organização, outras características serão essenciais para o “trabalhador do futuro”, como a criatividade, inteligência emocional, proatividade, atitude, poder de ação e reação, capacidade de desenvolver atividades em outras áreas, bom relacionamento, valores e a ética profissional. Para demonstrar que está preparado para essas transformações, segundo Murilo, o trabalhador pode aumentar o engajamento nas atividades e mostrar interesse em novos desafios e aprendizagens. "Se capacitar, fazer cursos, oficinas, palestras, submeter artigos em revistas, colocar sua opinião baseadas em dados. Isso ajudará, quase que automaticamente, na mudança de seu currículo, e certamente estará bem atualizado para realização de qualquer entrevista", pontua o profissional.

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