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Carreira militar: 70 mil alistamentos são esperados no Pará este ano

O prazo termina no próximo dia 31 de agosto. Existem diferentes possibilidades de atuação na área

Elisa Vaz

A carreira militar pode ser uma saída para quem busca espaço no mercado de trabalho aliado a uma boa educação. Neste mês, no dia 31, encerra o prazo para quem quer se alistar no Exército Brasileiro, pouco depois da celebração do Dia do Soldado, em 25 de agosto. A expectativa do Comando Militar do Norte (CMN) é de que, em 2021, cerca de 70 mil alistamentos sejam feitos no Exército aqui no Pará.

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Essa é a mesma média do ano de 2018, quando 70.173 pessoas se alistaram. Em 2019, o número caiu cerca de 13%, terminando com 61.015 alistamentos militares. Já em 2020, mesmo com a pandemia, 69.255 jovens se alistaram no Exército, o que representa uma alta de 13,5%.

Algumas das vantagens para quem ingressa nas Forças Armadas são a estabilidade, a boa remuneração e os benefícios, especialmente no momento que o país vive um cenário de desemprego e perda de renda, resultado da pandemia da covid-19. Segundo o tenente-coronel Jaime Geminiano de Sousa Neto, chefe da Seção de Serviço Militar do CMN, a procura pelo alistamento militar, que é o serviço obrigatório, que todos os jovens de 18 anos têm obrigatoriedade de fazer, tem sido alta.

“A busca pela carreira militar tem se mostrado crescente, até mesmo antes da pandemia. O Exército Brasileiro é uma instituição que desperta a atenção dos jovens por permear a cultura de valores éticos e morais que são atributos essenciais na consolidação do processo de socialização do jovem, bem como um estímulo ao acatamento às leis e instituições”, comenta.

O tenente-coronel ainda afirma que, mesmo com a pandemia, os números permaneceram em uma vertente de crescimento. “Lógico que, em alguns períodos, houve queda, mas logo em seguida a procura manteve uma crescente, até por conta das dificuldades no mercado de trabalho. Não há vagas suficientes. Muitos jovens não servem por isso, mas eles têm a obrigatoriedade de se alistar para não ficar com nenhuma penalidade”.

De acordo com ele, o principal motivo para a queda de 13% na busca pelo serviço militar foi justamente o cenário de empregabilidade no país, que fez com que as pessoas buscassem alternativas mais rápidas para garantir o sustento da família. Embora o Comando Militar do Norte não tenha dados sobre isso, o tenente-coronel Jaime afirma que, em geral, o jovem que se alista no Exército em Belém é de origem mais carente, apesar de a maioria ter o nível médio completo.

Há várias possibilidades para quem quer ser um militar, explica o chefe da Seção. Uma delas é o alistamento militar, que é obrigatório a todos os homens que completam 18 anos, que podem ser chamados para servir no Exército. Após cumprir essa obrigatoriedade, o segundo grupo de profissionais é escolhido por meio do processo seletivo voluntário, que ocorre anualmente, convocando trabalhadores de diversas áreas de nível superior, médio e fundamental. Nessa seleção, o tenente-coronel garante que a procura também tem crescido. No ano passado, foram 6 mil inscritos e neste ano quase 7 mil, em todos os níveis de escolaridade.

“Existe também a possibilidade de concurso público, que já tem mais estabilidade. No Exército, temos a Escola de Sargentos das Armas (EsSA), para pessoas de 17 a 24 anos no ano de inscrição; a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), de 17 a 22 anos de idade; e para oficiais temos a Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), para pessoas de até 32 anos; além da Escola de Saúde do Exército (EsSEx)”, comenta.

Todas essas áreas oferecem remuneração. No serviço militar obrigatório, quem ingressa ganha um salário superior ao mínimo, por conta dos acréscimos oferecidos. Quem se inscreve no processo seletivo voluntário também recebe cerca de R$ 7 mil, mais as vantagens. Já quem passa pelas escolas preparatórias pode receber como sargento, com remuneração média de R$ 4 mil; cabo, de R$ 2 mil a R$ 3 mil; ou oficiais, que ingressam como aspirante e chegam a tenente – eles podem alcançar um salário de R$ 8 mil em até oito anos de trabalho, que é o tempo limite para o voluntariado. No caso do tenente-coronel, o salário bruto pode chegar a R$ 13 mil.

Mesmo durante a escola preparatória, esses alunos já recebem uma remuneração compatível com a carreira militar, além de ter acesso aos estudos, alojamento, plano de saúde, alimentação e outros benefícios. Mais informações sobre a carreira militar podem ser encontradas no site do Comando Militar do Norte.

“A carreira militar dá muitas possibilidades. As Forças Armadas contribuem por meio do desenvolvimento e da consolidação de valores morais aos jovens. A gente tem essa vertente do estímulo do tratamento das leis. O jovem tem mais capacidade para entrar no mercado, isso estimula. A cada ano que passa, o interesse tem aumentado. É uma oportunidade grande”, avalia o chefe da Seção de Serviço Militar do CMN.

Auxiliar da Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Norte, o soldado Matheus Corrêa, de 21 anos, ingressou na carreira por meio do serviço militar obrigatório, aos 18 anos de idade, mas desde os 15 ele já almejava uma vaga no Exército. “Eu sempre ficava vendo chamadas na televisão, com ações do Exército, e sabia do valor que as Forças Armadas têm, isso me encantava”, lembra.

Após cumprir a obrigatoriedade, continuou na área. Segundo Matheus, ao longo desses três anos, ele conseguiu extrair muito conhecimento e considera o Exército uma “escola para a vida”, porque quem passa por lá tem boa formação pessoal e profissional. Hoje, ele trabalha com a parte audiovisual, como produtor de vídeos e fotógrafo. Mesmo já tendo um olhar fotográfico antes de ingressar no Comando, foi lá que aprimorou os conhecimentos e adquiriu a técnica necessária.

“Lá fora, o audiovisual, para quem trabalha com freelance, foi decadente, acabaram serviços, muitos fotógrafos tiveram que mudar de profissão, mas aqui dentro me mantive forte. Na pandemia, aqui ficou estável”, comenta. Além de trabalhar, Matheus também tem a oportunidade de estudar, e à noite faz o quarto semestre da faculdade de direito, incentivado pelos colegas do Exército. Uma das alternativas é fazer concurso público após a graduação. “Com certeza a carreira militar é um ramo em alta hoje no Brasil. Muitos jovens querem estar aqui dentro, mas infelizmente não temos vagas para todos. É uma grande oportunidade”, finaliza o soldado.

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