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Com 14 feriados prolongados em 2026, turismo e serviços devem aquecer economia de Belém

Ao todo, a capital paraense terá 14 datas com possibilidade de folga prolongada, distribuídas ao longo de nove meses, criando um cenário considerado positivo para a economia local

Fabyo Cruz e Lívia Ximenes
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O calendário de 2026 promete ser um dos mais favoráveis dos últimos anos para os setores de turismo, comércio e serviços em Belém. Ao todo, a capital paraense terá 14 datas com possibilidade de folga prolongada, distribuídas ao longo de nove meses, criando um cenário considerado positivo para a economia local, especialmente após a cidade ganhar maior visibilidade no cenário nacional e internacional no pós-COP.

Para o turismólogo, geógrafo e mestre em Turismo e Hotelaria Jonathan Nunes, o próximo ano reúne condições ideais para ampliar o fluxo de visitantes. Segundo ele, a capital paraense passou a ocupar definitivamente o radar de quem busca experiências culturais, gastronômicas e de contato com a natureza. Com a sequência de feriados, a tendência é de crescimento nas viagens de curta duração, especialmente com turistas que vêm passar três ou quatro dias, movimentam a economia local e acabam retornando em outras oportunidades.

A expectativa do setor é de maior ocupação da rede hoteleira, aumento da procura por passeios, restaurantes e eventos, além do fortalecimento do turismo interno, que vem apresentando crescimento após os grandes eventos realizados na cidade.

Entre os períodos de maior impacto econômico, outubro segue como o mês mais movimentado do ano em Belém, impulsionado pelas celebrações do Círio de Nazaré e do Recírio. Em 2026, o calendário traz duas datas prolongadas no mês, potencializando ainda mais os efeitos econômicos.

Jonathan destaca que o Círio e o Recírio, historicamente, representam os momentos de maior demanda para o setor turístico. Hotéis operam com alta taxa de ocupação, restaurantes ampliam horários de funcionamento, os serviços turísticos trabalham em capacidade máxima e a cidade vive intensamente a atmosfera religiosa e cultural. A expectativa é de que o fluxo seja ainda maior, diante do aumento da visibilidade de Belém após a COP.

“Outubro segue sendo imbatível. O mês do Círio movimenta a cidade como nenhum outro, seja pelo turismo religioso, seja pelo turismo cultural. Novembro também tem impacto positivo, especialmente quando os feriados se articulam com eventos e festivais, mas nada supera o fluxo econômico gerado pela festa do Círio”, disse Jonathan Nunes.

Na mesma linha, o economista e conselheiro do Corecon PA/AP, Nelio Bordalo Filho, avalia que o período do Círio é um fenômeno econômico à parte. O evento movimenta toda a cadeia produtiva, desde pequenos produtores que abastecem as ceia religiosas até grandes centros comerciais, além de impulsionar a venda de passagens, hospedagem, alimentação, artigos religiosos e souvenirs.

Turismo puxa cadeia produtiva

De acordo com Nelio Bordalo, o cenário de múltiplos feriados tende a aquecer principalmente os setores ligados ao consumo e lazer. Turismo, hotelaria, gastronomia, transporte e comércio varejista de bens não essenciais aparecem entre os mais beneficiados. Restaurantes, bares e mercados, especialmente os que comercializam produtos típicos como peixes, açaí e farinha, devem registrar aumento de vendas nos períodos de maior circulação de pessoas.

Os serviços de transporte, incluindo aplicativos, táxis, transporte rodoviário e fluvial, também devem sentir o impacto positivo do aumento da demanda. Por outro lado, setores como indústria, manufatura, serviços financeiros e atividades burocráticas podem enfrentar desafios com a interrupção ou redução do ritmo produtivo nos dias de folga.

Segundo o economista, há diferença significativa entre feriados que caem em segundas ou sextas-feiras — que naturalmente prolongam o descanso — e aqueles no meio da semana. “Os feriados prolongados estimulam viagens mais longas e elevam o consumo em vários setores por mais dias consecutivos. Já os feriados no meio da semana tendem a gerar ‘pontes’ informais, com queda de produtividade em até três dias úteis, enquanto o consumo se concentra mais no lazer local”, explicou.

Turismo de base comunitária e responsabilidade ambiental

Além dos reflexos diretos na economia urbana, Jonathan Nunes chama atenção para o crescimento do Turismo de Base Comunitária (TBC), especialmente nas ilhas de Belém. Comunidades vêm se estruturando para receber visitantes de maneira responsável, valorizando os modos de vida, a cultura local e a geração de renda.

No entanto, ele alerta que, sem ordenamento adequado, existe o risco de essas áreas se tornarem alvos de turismo predatório. Para o turismólogo, o momento exige não apenas aproveitar as oportunidades econômicas, mas também assumir compromissos com planejamento, sustentabilidade e preservação ambiental, especialmente no cenário pós-COP.

Entre as principais necessidades apontadas estão a qualificação da mão de obra, melhoria da sinalização turística, organização do transporte, reforço da limpeza urbana e ampliação da promoção do destino.

Políticas públicas e estratégias empresariais

Na avaliação do economista Nelio Bordalo, para que os impactos positivos sejam potencializados ao longo de 2026, será fundamental adotar políticas públicas e estratégias empresariais integradas. Entre as medidas necessárias estão o fomento ao turismo sustentável, planejamento logístico entre transporte, comércio e hotelaria, incentivo ao consumo de produtos locais, flexibilização de jornadas de trabalho e ampliação da digitalização dos serviços públicos e financeiros.

Segundo ele, esse conjunto de ações pode reduzir prejuízos produtivos, evitar gargalos logísticos e ampliar a circulação de renda dentro do próprio estado.

Calendário favorável ao descanso e à economia

O ano começa com a Confraternização Universal, em 1º de janeiro (quinta-feira), seguida pelo Aniversário de Belém, em 12 de janeiro (segunda-feira). Em fevereiro, o Carnaval ocorre de 16 a 18, com ponto facultativo até o meio-dia da Quarta-feira de Cinzas.

Abril traz a Sexta-feira Santa em 3 de abril, além de Tiradentes, em 21 de abril (terça-feira). Em maio, o Dia do Trabalhador, em 1º de maio (sexta-feira), garante mais um feriado prolongado. Junho tem o Corpus Christi, em 4 de junho (quinta-feira), e setembro traz a Independência do Brasil, em 7 de setembro (segunda-feira).

Em outubro, além do Dia de Nossa Senhora Aparecida e Pós-Círio, em 12 de outubro (segunda-feira), ocorre o Recírio, em 26 de outubro, com ponto facultativo até o meio-dia. Novembro conta com o Dia de Finados, em 2 de novembro (segunda-feira), e o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro (sexta-feira). Já dezembro fecha o calendário com o Dia de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro (terça-feira, ponto facultativo), e o Natal, em 25 de dezembro (sexta-feira).

Feriados e Pontos Facultativos – Belém 2026

JANEIRO
• 01/01 (quinta) – Confraternização Universal
• 12/01 (segunda) – Aniversário de Belém

FEVEREIRO
• 16 a 18/02 (segunda a quarta) – Carnaval
(Ponto facultativo até 12h na Quarta-feira de Cinzas)

ABRIL
• 03/04 (sexta) – Sexta-feira Santa
• 21/04 (terça) – Tiradentes

MAIO
• 01/05 (sexta) – Dia do Trabalhador


JUNHO
• 04/06 (quinta) – Corpus Christi

SETEMBRO
• 07/09 (segunda) – Independência do Brasil

OUTUBRO
• 12/10 (segunda) – Nossa Senhora Aparecida / Pós-Círio
• 26/10 (segunda) – Recírio
(Ponto facultativo até 12h)

NOVEMBRO
• 02/11 (segunda) – Finados
• 20/11 (sexta) – Dia da Consciência Negra

DEZEMBRO
• 08/12 (terça) – Nossa Senhora da Conceição
(Ponto facultativo)
• 25/12 (sexta) – Natal

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