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Cesta básica paraense teve maior alta em maio

Variação dos preços detectada em Belém é maior do que a inflação deste ano

Fabrício Queiroz
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Belém foi a capital com a maior alta nos alimentos no mês de maio, segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA). Na variação entre abril e maio, Belém apareceu com reajustes da ordem de 2,99%, seguida de Recife com alta de 2,26% e Salvador com alta de 0,53%. Apenas essas três capitais registraram aumentos entre as 17 cidades pesquisadas.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as altas ficaram em 12,88%, quase o triplo da estimativa da inflação para o período que está em 4,50%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação aos últimos 12 meses, o reajuste acumulado está em 21,86%, bem superior aos 12,50% de inflação do mesmo período.

O estudo aponta ainda que todos os 12 itens básicos da cesta básica dos paraenses aumentaram de preços, porém o feijão, o óleo de cozinha e o tomate tiveram as altas mais expressivas. O quilo do feijão teve uma variação de 8,72% no último mês, chegando ao valor médio de R$ 7,54. No mesmo período, o óleo de cozinha aumentou 7,71% e o tomate de 5,42%. Ao longo do ano, os mesmos itens tiveram também os maiores reajustes acumulados. Foi registrado aumento de 29,27% no preço do feijão, 28,26% no valor do tomate e 28,49% para o óleo de cozinha.

Com isso, o DIEESE avalia que o custo de uma cesta básica ficou em R$ 628,58, o que corresponde a 56,07% do salário mínimo vigente. Quando se considera os custos com alimentação para uma família padrão paraense, composta por dois adultos e duas crianças, o gasto seria de R$ 1.885,84, equivalente a mais de um salário mínimo e meio.

Esse valor coloca Belém como a 11ª capital com maior custo para alimentação no Brasil. A dianteira ficou com São Paulo, que tem custo de R$ 777,93. Em seguida aparecem Florianópolis e Porto Alegre, com custo de R$ 772,07 e R$ 768,76 por cesta básica, respectivamente. Já os menores valores foram registrados em Aracaju, com custo de R$ 548,38, seguida de João Pessoa com o custo de R$ 567,67 e Salvador com o custo de R$ 578,88.

Os aumentos dos preços são sentidos diariamente no bolso pelos consumidores e por quem trabalha com a venda de refeições. Ana Maria Silva vende pratos feitos no bairro da Pedreira, em Belém, e observa na prática o peso dos custos com alimentação. “Eu percebi aumento principalmente no óleo de cozinha. Antes eu comprava a garrafa por R$ 7 e agora está entre R$ 11 e R$ 12. Até por R$ 13 você encontra, dependendo do mercado”, diz a cozinheira que destaca ainda que o arroz e o feijão também estão mais caros.

De acordo com Ana Maria, o efeito dos reajustes nos produtos do uso cotidiano causa impactos diretos na rotina do negócio. “Isso acarreta muito na economia. A gente que trabalha com refeições não podemos vender um PF a R$ 20 reais. Até mês passado, o preço era R$ 15, mas agora eu tive que aumentar para R$ 16 porque é o máximo que dá pra fazer”, conta.

Outra estratégia adotada é a diminuição das porções como tentativa de reduzir o consumo e manter o mínimo de rentabilidade. Apesar disso, Ana Maria Silva afirma que quem trabalha no ramo “não tem lucro. É uma atividade que dá retorno apenas para a sobrevivência”.

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