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Cesta básica já consome mais da metade do salário mínimo em Belém, aponta Dieese

Em um ano, a cesta básica ficou 20% mais cara

O Liberal

Com a alta da inflação elevando o preço dos alimentos, o custo da cesta básica em Belém ficou 20,07% mais cara nos últimos 12 meses, o que é considerado um percentual superior à inflação, que foi estimada em torno de 9,50% para o período, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA). 

De acordo com os dados da análise nacional de agosto de 2021, Belém ocupa a 12ª posição no ranking das capitais brasileiras com o maior custo na alimentação. Atualmente, na cidade, a cesta básica consome cerca de 52,10% do atual salário mínimo de R$ 1.100,00 (em vigor desde 01/01/2021), o que equivale a R$ 530,13, e para conseguir adquirir os 12 itens da cesta, o trabalhador precisa trabalhar 106 horas e 02 minutos das 220 horas previstas em Lei. 

 É o sétimo mês consecutivo que a alimentação registra aumento. Nos oito primeiros meses deste ano (Jan-Ago/2021), a maioria dos produtos que compõem a alimentação apresentou reajustes superiores à inflação estimada em torno de 5,00% (INPC/IBGE) para o período. Os maiores aumentos aconteceram nos preços do café (12,07%); carne bovina (9,75%); leite (6,19%) e o pão (6,10%). Durante o período analisado, apenas o tomate apresentou recuo no preço, a queda foi de 3,52%. 

O balanço aponta que nos últimos 12 meses todos os alimentos apresentaram aumento nos preços, mas o destaque foi para o óleo de cozinha de soja (73,11%); arroz (47,02%); café (36,99%); carne bovina (32,04%); tomate (30,10); açúcar (27,71%); manteiga (15,00%) e banana (13,06%). 

Sheila Ribeiro, dona de casa, afirma que sempre pesquisa os melhores locais para realizar as compras do mês."Antes nós comprávamos uma cesta e dava para quase o mês todo e era um valor razoável. Agora a cesta acaba rápido e quando queremos uma que venha com uma quantidade melhor, o preço é absurdo. Então agora a gente tenta ir em supermercados que venda em atacado pra tentar amenizar essa falta. Mesmo assim os valores ainda são altos", conta.

Para Everson Costa, técnico do Dieese Pará, diferente de outros locais, os reajustes no Estado são expressivos e maiores que a inflação e a condição de renda dos paraenses é mais baixa que em outros estados, levando em consideração o índice de trabalho da população. Além disso, a logística e a dependência externa também influencia no alto custo da cesta básica.

 “O que chega nos supermercados vem de outros estados, nós não temos uma produção que atenda à nossa demanda, então tu tens que buscar mais da metade dos produtos da cesta básica em outros estados. Quando tu fazes isso, estamos sujeitos à sazonalidades, geadas, calor, fatores de comercialização e os fretes praticados pra cá, pra região Norte, são um dos mais caros do país”, ressalta. 

De acordo com o especialista, não há perspectiva de queda nos preços até o fim do ano. O alto custo de produção é resultado dos aumentos na energia elétrica e nos combustíveis. “Não tem refresco até o fim do ano, a perspectiva é que a gente continue apresentando elevação de preços na cesta básica”, destaca Everson Costa. 

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