Carne, TV e cerveja: comércio se prepara para a Copa do Mundo

Lojistas esperam que torneio alavanque vendas na capital paraense

O Liberal
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Criar o clima de festa e churrasco para acompanhar os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo é sempre prioridade de quem gosta de futebol e os comerciantes e lojistas de Belém já estão de olho nessa fatia do mercado.

Gerson Pinto é gerente de um açougue na travessa Mauriti, no bairro da Pedreira, e conta que a expectativa de vendas já está alta. Ele conta que torce para que a seleção chegue até a final, pois quanto mais jogos, mais farra com cerveja e carne.

"Depende de até onde a gente vai chegar. Só que hoje, como a carne em si está mais cara, estão comprando muita carne suína. A partir de R$17 já temos pernil de boa qualidade", conta ele, ao comentar os impactos da inflação da carne vermelha nos hábitos de consumo.

Ele recomenda que as melhores carnes para a hora do jogo são a fraldinha, o contra-filé, ou alcatra, maminha e, para quem está com as finanças menos comprometidas, a picanha. Mas ele também lembra que as carnes dianteiras, conhecidas como "de segunda", cabem no bolso e são gostosas.

É o caso da agulha sem osso e pá sem osso. O estabelecimento também vende acompanhamentos como arroz, feijão e macarrão, além do pão de alho ("a entrada do churrasco", diz Gerson). As carnes de origem bovina, desde o começo da pandemia, em março de 2020, registraram aumento médio de 42,6%, mais que o dobro da inflação geral para o período, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Luís Santos possui um depósito no bairro da Sacramenta e conta que a venda de bebidas tem estado numa crescente há alguns meses. Ele ainda não parou para se planejar para a Copa do Mundo, mas tem certeza que o faturamento vai ser alto.

"Alguns preços aumentaram, mas não acho que foi uma alta significativa para diminuir o consumo. Lembro que em 2018 pediam muita entrega no meio do jogo. Já até falei com meu filho para contratarmos um entregador a mais nos dias de jogo do Brasil", afirma. 

Há também os que se preocupam com as telas onde irão assistir os dribles, passes e gols. A venda de televisões costuma ser alta no período e as lojas do ramo de móveis e eletrodomésticos aproveitam para fazer promoções direcionadas aos apreciadores do futebol.

Armando Contente é sócio-diretor de uma loja do ramo e conta que as televisões tem sido bem procuradas não só pela Copa, mas também pelo Círio, já que muitas pessoas gostam de acompanhar a procissão na TV. A expectativa dele é alta para os meses de outubro e setembro.

"As pessoas também compram sala de estar para melhorar o conforto da casa. A gente vai focar para o cliente sair com a TV, o sofá e a mesa. Também temos brindes. É uma estratégia. A gente sempre concilia as vendas", conta.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os aparelhos de TV, som e informática já acumulam aumento de 11,04% em 2022 na comparação com 2021.

Contente afirma que os fornecedores estão tendo dificuldades para retomar o estoque com rapidez, por conta da escassez global de insumos. Para Contente, mais do que o preço final, as altas taxas de juros também reprimem muitos clientes, já que boa parte dessas compras são feitas no cartão de crédito.

"O cliente pesquisa mais, vai atrás de mais desconto na hora de fazer compras. Ele sabe que os produtos estão escassos e os preços aumentaram pela inflação. Além disso, o poder de crédito diminuiu em relação uns anos atrás", afirma.

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