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Carnaval: busca por fantasias e adereços se intensifica, mas ainda está abaixo do esperado

Comerciante afirma que faturamento caiu em torno de 80% se comparado ao mesmo período de 2019, antes da pandemia

Natália Mello

As buscas por fantasias e adereços de carnaval intensificaram nessa semana que antecede o carnaval, segundo os vendedores do Centro Comercial de Belém. Mas os comerciantes garantem: o faturamento não se compara ao registrado antes do início da pandemia, em março de 2020. Dono e gerente de uma loja de artigos na Rua Treze de Maio, no coração do Comércio da capital, Wellington Bastos afirma que 2022 registrou um faturamento ainda pior do que no ano passado, e que o percentual de lucro do estabelecimento caiu 80% no período, se comparado ao carnaval de 2019, antes do início da pandemia.

A loja tem mais de 15 anos e, segundo Wellington, vem sendo procurada, na maioria dos casos para a aquisição de fantasias infantis. “Fantasia pronta, para colégio. Esses adereços de usar em bloco não estamos vendendo, está praticamente parado. Esse ano foi muito fraco, diminuiu 80% do que estávamos esperando do que é o normal dessa época. Ano passado também foi atípico, mas, na verdade, vem sendo um pouco mais fraco que ano passado”, detalhou.

O comerciante conta que investiu cerca de R$ 300 mil na esperança de vender bem no carnaval, mas começa a contabilizar os prejuízos com um estoque que não sai. “O que compramos em dezembro e investimos, porque achávamos que ia ter carnaval, não está saindo e a mercadoria está parada. Quando chegou janeiro e soubemos que não ia ter, ficamos tristes e até tentamos cancelar alguns pedidos, mas acabamos não conseguindo. Os pedidos chegaram e a gente está com estoque. Até deu uma movimentada melhor esses dias mas não foi aquele boom, não”, concluiu.

As fantasias infantis também têm sido o carro-chefe da procura em outra loja de artigos de carnaval, na mesma rua, onde Clenilson Farias, de 39 anos, é gerente há 4. Apesar da recente demanda, ele conta que o mês de janeiro teve um movimento considerado bastante abaixo do esperado. “Como não foi bom, acabamos nem aumentando o estoque, porque tínhamos produto parado desde o ano passado. Teve muita especulação em cima dessa nova variante de Covid-19. Aí de uma semana para cá as vendas começaram a melhorar, mas em relação a 2019, a gente, mesmo assim, ainda tem uma baixa de 20 a 25% nas vendas de carnaval”, analisa.

Outros produtos que vêm sendo procurados na loja são lança-confetes, confetes e serpentinas – os únicos que foram necessários pedidos de reposição, diferente das fantasias infantis, que só foram tiradas do estoque e colocadas novamente na exposição para os clientes. “Também chegou tintura pra cabelo e já está acabando, colocamos uns chapéus que eram R$ 15, R$ 18, na promoção e estão saindo até R$ 5. E aí vamos nos virando, esperamos que termine melhor o mês vem para podermos pensar em Páscoa. E mesmo com a melhora, ainda vai ficar devendo bastante para o carnaval de 2019”, lamenta.

Clientes compram fantasias para pular carnaval em casa

A psicóloga Evelize Leal, de 25 anos, não deixa de comemorar nunca o carnaval, mas desde o início da pandemia passou a festejar ainda mais intimamente, em casa, com os familiares. Para ela, esse ano, ela comprou adereços para a fantasia de IT – o palhaço Pennywise que ficou famoso nos cinemas pelos filmes de terror –, que irá fazer par com o noivo. “O meu noivo vai ser a criança que morre no filme, atacada pelo palhaço”, brinca.

Para o irmão, ela comprou outros adereços. “Para ele comprei uma espada do Jason – outro personagem de terror que protagoniza os filmes sexta-feira 13 – e outras coisinhas. Nós vamos fazer uma festa em casa mesmo, não tenho tanto hábito de sair, normalmente a gente curte em casa, ainda mais agora. Mas sempre venho no comércio comprar as coisas, porque a gente adora se fantasiar”, finaliza.

A costureira Iracema Rodrigues, de 67 anos, também aproveita o comércio para comprar adereços e diz que é mais uma das foliãs que vai pular o carnaval dentro de casa. “Vim comprar saída de tule, porque é mais prática, bota um body por cima, e a gente não pode gastar muito dinheiro, né?”, reclama. “Também vou participar de uma festinha na Praça Brasil nessa terça-feira, que é do meu grupo de aeróbica, de dança, compro mais um adereço de cabeça e está ótimo”, diz.

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