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BTG e Bradesco estão entre bancos mais expostos à crise das Americanas

Na semana passada, as Americanas revelaram que foram detectados R$ 20 bilhões em "inconsistências contábeis"

O Liberal

Após as Americanas conseguirem uma liminar protegendo-as dos credores, analistas estimam que o BTG Pactual, o Bradesco e o Santander Brasil estão entre os mais expostos à dívida da varejista. Segundo especialistas do JPMorgan e do Citi, o Bradesco tinha a maior exposição nominal à empresa, enquanto o BTG Pactual liderava a exposição como proporção dos empréstimos. As informações são do G1.

As estimativas apontam que o BTG tinha exposição de R$ 1,9 bilhão às Americanas, o que representava cerca de 1,5% dos empréstimos, enquanto o Bradesco tinha exposição de R$ 4,7 bilhões, ou 0,5% dos empréstimos. O Santander Brasil tinha R$ 3,7 bilhões, ou cerca de 0,6% dos empréstimos. Sergio Rial, o ex-presidente-executivo da Americanas que revelou as inconsistências contábeis, é ex-chefe do Santander Brasil, onde ainda atua como presidente do conselho.

O caso

Na semana passada, as Americanas revelaram que foram detectados R$ 20 bilhões em "inconsistências contábeis". Em outras palavras, as Americanas perceberam que o valor bilionário, referente aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores, não havia sido registrado de forma apropriada nos balanços corporativos da empresa.

Em documento publicado, a empresa afirma que a correção das inconsistências contábeis levará à revisão dos resultados financeiros de anos anteriores. Segundo as Americanas, os números referentes ao grau de endividamento e seu ao capital de giro serão alterados. Isso levará ao descumprimento de contratos e ao vencimento antecipado e imediato de dívidas. De acordo com o documento judicial, o montante de dívidas pode chegar a R$ 40 bilhões.

Consequências

O presidente-executivo e o diretor financeiro das Americanas renunciaram e as ações da varejista caíram quase 80% até agora neste ano. A empresa tem um prazo de 30 dias para pedir recuperação judicial.

O BTG recorreu, no último sábado (14), da decisão que protege as Americanas dos credores, atacando os acionistas da varejista, um trio de bilionários e fundadores da 3G Capital. Nesta segunda-feira (16), Bank of America e BV também recorreram da decisão, segundo o jornal O Globo.

De acordo com o Valor Online, o BTG Pactual voltou à Justiça e pediu o bloqueio de R$ 1,2 bilhão em aplicações das Americanas no banco, como garantia de pagamento antecipado de dívidas, após uma negativa no fim de semana pelo desembargador de plantão.

O pedido foi novamente negado no fim da noite de segunda-feira (16) com o argumento de que o BTG possui "notório patrimônio líquido" de mais de R$ 42 bilhões, com valor de mercado próximo aos R$ 85,18 bilhões, e que, por isso, não haveria maior prejuízo ao banco.

As ações do BTG caíram mais de 4% na segunda-feira, enquanto as do Santander Brasil e do Bradesco caíram mais de 3% cada, ante queda de 1,5% do Ibovespa. As ações da Americanas despencaram 38,4%, para R$ 1,94, na segunda-feira.

Economia