Belém registra deflação em julho e contraria tendência nacional de alta nos preços
Enquanto o Brasil teve inflação de 0,26% no mês, Belém registrou queda de 0,04% nos preços, puxada principalmente pelo recuo nos alimentos.

Em julho de 2025, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apontou uma leve aceleração da inflação no Brasil, com alta de 0,26%, o que ficou abaixo das previsões do mercado. No entanto, Belém contrariou a tendência nacional e registrou deflação de 0,04%, puxada principalmente pelos recuos nos preços dos alimentos, como arroz, feijão e legumes. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12/08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em junho, Belém teve uma inflação de 0,16%. O resultado de julho, contudo, foi positivo para a cidade, que apresentou um desempenho bem diferente do cenário nacional. Enquanto o Brasil viu uma aceleração de 0,02 ponto percentual no IPCA em comparação com junho, a capital paraense registrou uma deflação de 0,04%.
Essa queda foi mais expressiva nos preços de alimentos, que, na cidade, tiveram um recuo de 0,81%, enquanto a média nacional foi de -0,27%.
Belém foi uma das poucas capitais a registrar deflação em julho. Junto com Goiânia (-0,14%), Campo Grande (-0,19%) e Rio Branco (-0,15%), a cidade teve um índice negativo, enquanto a maioria das outras capitais observou aumento nos preços, com destaque para São Paulo, que liderou com uma inflação de 0,46%, seguida de Porto Alegre (0,41%) e Curitiba (0,33%).
Queda nos preços dos alimentos
O maior destaque da deflação em Belém foi o setor de alimentação e bebidas, onde itens essenciais como arroz (-5,79%), feijão preto (-3,41%), e legumes em geral, como batata-inglesa (-9,56%) e cebola (-13,01%), apresentaram quedas significativas.
Outros alimentos também ficaram mais baratos, como a cenoura (-13,08%), uva (-5,33%) e até o filé-mignon (-5,08%).
Diferença nos números de cada setor
No setor de alimentação e bebidas, o Brasil registrou um recuo de 0,27% nos preços, enquanto que em Belém a queda foi mais expressiva, atingindo 0,81%.
Já no setor de vestuário, tanto o Brasil quanto Belém apresentaram deflação, embora com intensidades diferentes. O índice nacional foi de -0,54%, enquanto a cidade teve uma variação mais modesta, com um recuo de 0,19%.
No setor de comunicações, o Brasil também teve um pequeno recuo nos preços, com queda de 0,09%. Belém seguiu a tendência, mas com uma queda ligeiramente superior: 0,20% de deflação.
Por outro lado, no setor de habitação, o Brasil registrou uma inflação de 0,91%, mas Belém contrariou essa tendência e teve uma deflação de 1%.
No setor de artigos de residência, o Brasil teve uma variação positiva de 0,09% na inflação de julho, e Belém acompanhou essa tendência com um leve aumento de 0,06%.
No setor de transportes, enquanto o Brasil viu uma inflação de 0,35%, Belém registrou um aumento mais acentuado de 0,83%.
Na saúde e cuidados pessoais, os preços subiram 0,45% no Brasil, mas a capital paraense teve um aumento um pouco superior, de 0,75%.
As despesas pessoais também mostraram um aumento considerável. O Brasil teve uma variação de 0,76%, enquanto em Belém o aumento foi de 1,36%, refletindo uma alta nos custos de bens e serviços utilizados no dia a dia.
Por fim, o setor de educação teve uma variação modesta tanto no Brasil quanto em Belém, com o país registrando 0,02% e a capital paraense apresentando 0,13%.
O panorama econômico de Belém em 2025
Em termos de acumulado anual, Belém apresenta uma inflação de 3,35% até julho, ligeiramente superior à média nacional de 3,26%.
No entanto, quando analisado o acumulado dos últimos 12 meses, a inflação em Belém foi de 5,07%, ficando abaixo da média nacional de 5,23%.
Percepção no supermercado
Apesar da queda nos preços apontada pelos dados oficiais, o alívio no bolso não foi unânime entre os consumidores.
Ao Grupo Liberal, em um supermercado no bairro do Marco, a nutricionista Ângela Vilaça afirma que sentiu diferença apenas em alguns produtos:
"Frutas da época estão mais em conta, e o ovo que tava muito caro diminuiu um pouco. Mas carne, frango, leite… não vi grande diferença. O custo da compra ainda pesa."
Já a autônoma Cláudia Tuma relata oscilações: "Senti queda no arroz, feijão e legumes, mas varia muito. Tem vezes que tá mais alto, outras vezes mais baixo."
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