Belém já garantiu mais de R$ 3,1 bi em investimentos para a COP 30
Valores estão sendo investidos pelos governos federal, estadual e municipal e incluem doação internacional

Dentre revitalizações de espaços históricos, construções de áreas públicas e melhorias na infraestrutura urbana, os investimentos garantidos para a realização da 30ª Conferência do Clima sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP 30) em Belém passam dos R$ 3,1 bilhões. Nesta semana, foram anunciadas a construção de uma faixa rápida para ônibus na avenida Júlio César e a criação do Museu das Amazônias; enquanto outras obras estão em execução na cidade, como a recuperação dos mercados do Ver-o-Peso e de São Brás. Os investimentos incluem aportes dos governos federal, estadual e municipal, e até doação internacional.
A implementação de um Bus Rapid Service (BRS) na avenida que chega ao aeroporto de Belém vai custar R$ 136,6 mi e foi anunciada na terça-feira (11) pelo prefeito Edmilson Rodrigues. As obras serão executadas pelo Consórcio TP BRT Centenário, em duas fases, com a proposta de ser menos invasivo do que um BRT: “Ele não necessita de vias exclusivas concretadas, preservando, assim, o verde da nossa cidade e afetando menos o trânsito”, afirmou Rodrigues durante a assinatura da ordem de serviço.
Com o suporte técnico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o “Museu das Amazônias” será instalado em um dos galpões do Porto de Belém orçado em US$ 800 mil (cerca de R$ 4,2 milhões), cuja concessão foi aprovada pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF) também na terça (11).
A Itaipu Binacional, companhia vinculada ao governo federal, já havia anunciado que aportará mais de R$ 1 bi para melhorias na infraestrutura da capital paraense, incluindo o aprimoramento de infraestrutura viária e implantação do Parque Linear Doca, na avenida Visconde de Souza Franco; a execução de 50 km de rede coletora de esgoto, 4,8 mil ligações de esgoto, pavimentação de vias de acesso à COP 30, implantação de vias marginais do Canal Água Cristal, equipamentos de controle de tráfego, entre outras.
Além disso, a construção do Parque da Cidade e da segunda etapa do Porto Futuro, juntas, somam aportes de R$ 680 milhões.
O economista Cláudio Puty, coordenador do comitê municipal para a COP 30, calcula: “Só de Itaipu, para o governo estadual, virão R$ 1,1 bi; para o governo municipal, cerca de R$ 360 milhões. Só aí, nós já temos algo próximo de R$ 1,5 bi. Se adicionarmos obras que são feitas com recursos próprios [da Prefeitura], temos cerca de R$ 300 milhões em operações de crédito, com a Caixa Econômica e com o Banco do Brasil, para pavimentação na [avenida] Senador Lemos e na [travessa] Padre Eutíquio; reformas da Praça Batista Campos, do Complexo Ver-o-Rio e do Portal da Amazônia”, elenca.
O coordenador do comitê municipal cita, ainda, outras obras que originariamente não eram planejadas em função da COP, como os programas de macrodrenagem da Estrada Nova e do canal do Mata Fome – essa, prevista para iniciar no ano que vem. “Para o Mata Fome, por exemplo, nós conseguimos, além do empréstimo de R$ 300 milhões, mais R$ 200 milhões do PAC por conta da COP, para complementar a obra”, informa.
Investimentos privados também estão previstos. “Hoje, eu conversei com a presidência da República. A expectativa deles é que, por meio do Fungetur, uma linha de crédito de R$ 300 milhões seja destinada para a renovação e construção de novos hoteis em Belém. Na próxima terça-feira, dia 18, nós vamos fazer um evento com o setor turístico de bares e restaurantes sobre isso”, explica Puty.
Legado
Para o economista à frente do comitê municipal para a COP, “o primeiro legado imediato é o aquecimento da construção civil em Belém. Só nas nossas obras [do governo municipal], diretamente, nós contabilizamos quase 3 mil postos de trabalho; fora a cadeia indireta”.
Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal no início deste mês, o governador Helder Barbalho havia declarado que “há uma preocupação do Estado de aproveitar o grande evento para posicionar Belém e o Pará como líderes ambientais e da Amazônia, mas queremos aproveitar este momento para deixar um legado de uma melhor cidade para quem vive na nossa capital”.
Investimentos para a COP 30 em Belém
Parque Linear Doca + outras obras de infraestrutura urbana: R$ 1 bi
Parque da Cidade + 2ª etapa do Porto Futuro: R$ 680 mi
Macrodrenagem da bacia do Mata Fome: R$ 500 mi
Macrodrenagem da bacia da Estrada Nova: R$ 246,7 mi
Construção do Parque Urbano Igarapé São Joaquim: R$ 150 mi
BRS na Avenida Júlio César: R$ 136,6 mi
Renovação da frota de ônibus: R$ R$ 133,6 mi
Recuperação do Mercado de São Brás: R$ 118,3 mi
Revitalização do Complexo Ver-o-Peso: R$ 64 mi
Reforma do Parque Ambiental Gunnar Vingren: R$ 32 mi
Nova avenida Rômulo Maiorana: R$ 27 mi
Incentivo a startups de bioeconomia (em parceria com a UFPA): R$ 20 mi
Instalação do Distrito de Inovação e Bioeconomia de Belém: R$ 7 mi
Revitalização das ruas João Alfredo e Santo Antônio: R$ 5 mi
Museu das Amazônias: US$ 800 mil (cerca de R$ 4,2 milhões)
Valor total: R$ 3.124.400.000
Fontes: Prefeitura de Belém e Governo do Pará
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