Batata, tomate, cebola: Belém tem deflação de 0,15% em agosto e acompanha tendência do país
Preço de alimentos básicos caiu consideravelmente na capital paraense, puxando índice geral para baixo; Belém teve desempenho semelhante ao do Brasil, que registrou deflação de 0,11% no mês.
Os consumidores de Belém sentiram no bolso um alívio em agosto: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma deflação de 0,15% na capital paraense, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (10/09) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado acompanha a tendência nacional, já que o Brasil teve deflação de 0,11% no mesmo mês. Os principais responsáveis pela queda de preços foram alimentos como arroz, feijão, batata, cebola e tomate.
Brasil registra deflação em agosto, mas inflação acumulada segue acima da meta
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, apontou uma queda de 0,11% nos preços em agosto.
A deflação representa uma desaceleração significativa em relação a julho, quando o índice havia subido 0,26% — uma diferença de 0,37 ponto percentual.
Mesmo com a queda pontual em agosto, a inflação acumulada nos últimos 12 meses chega a 5,13%, permanecendo acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). No acumulado de 2025, os preços já subiram 3,15%.
Além do índice nacional, outras capitais brasileiras também registraram deflação no mês, como Goiânia (-0,40%), Porto Alegre (-0,40%), Rio de Janeiro (-0,34%) e Belo Horizonte (-0,26%).
Entre os nove grupos de consumo analisados pelo IBGE, seis apresentaram queda nos preços em agosto: Habitação (-0,90%); Alimentação e Bebidas (-0,46%); Transportes (-0,27%); Comunicação (-0,09%); e artigos de residência (-0,09%).
Por outro lado, quatro grupos tiveram aumento: Educação (+0,75%); Vestuário (+0,72%); Saúde e cuidados pessoais (+0,54%) e despesas pessoais (+0,40%).
Deflação se intensifica em Belém, puxada por alimentos e transportes
Belém registrou deflação de 0,15% em agosto de 2025, segundo dados do IBGE. O índice foi superior ao registrado em julho, quando a queda nos preços foi de 0,04%, indicando uma desaceleração mais acentuada no último mês.
Ainda assim, a inflação acumulada em 2025 na capital paraense já soma 3,19%, enquanto o acumulado dos últimos 12 meses (de agosto de 2024 a agosto de 2025) é de 5,33%.
O principal destaque entre os grupos de produtos e serviços foi a alimentação e bebidas, que apresentou deflação de 0,76% no mês, refletindo a redução nos preços de itens básicos como arroz, feijão, batata, tomate e cebola. O grupo habitação também teve queda expressiva, de 0,57%, seguido por transportes (-0,47%) e comunicação (-0,20%).
Por outro lado, alguns setores registraram aumento de preços. O grupo saúde e cuidados pessoais teve a maior alta, com 1,01%, seguido de vestuário (0,66%), despesas pessoais (0,49%), educação (0,42%) e artigos de residência (0,39%).
Cebola, batata e tomate entre as maiores quedas
Os preços dos alimentos mais consumidos nas casas paraenses despencaram em agosto e foram determinantes para a deflação de 0,15% registrada em Belém no mês.
Entre os itens com as maiores reduções estão a cebola (-10,62%), a batata inglesa (-9,87%) e o tomate (-8,36%).
Outros alimentos também contribuíram para o alívio no bolso do consumidor, como o arroz (-2,86%), o feijão preto (-2,57%) e a farinha de mandioca (-4,85%).
O movimento de queda também foi observado em massas, como o macarrão (-2,78%), e em produtos derivados de açúcar, como o chocolate em barra e bombom (-3,47%) e o sorvete (-1,99%).
As hortaliças também seguiram essa tendência: o cheiro-verde caiu 3,48% e a alface, 1,21%.
Consumidores percebem queda nos preços e destacam alívio no bolso em supermercado da capital
A deflação registrada em Belém no mês de agosto foi percebida diretamente pelos consumidores. A administradora Cris Moura afirma que a queda foi evidente, principalmente nos produtos mais consumidos no dia a dia.
"Teve a queda no feijão. Você tem várias opções de arroz e ele está com o preço muito bom. Dos legumes que eu consumo muito, a batata, a cebola e o tomate também tiveram queda", comentou.
Segundo ela, antes de agosto, o feijão custava R$ 10, mas agora consegue comprar por R$ 5. A cebola, que chegava a R$ 7, hoje está em torno de R$ 4. O tomate, que já custou até R$ 12, agora pode ser encontrado por cerca de R$ 5.
"O arroz era R$ 6, R$ 7. Agora ele foi pra R$ 3 e pouco", detalhou.
Já o trader de marketing Daniel Ribeiro avalia que a redução nos preços é resultado de uma combinação entre safra abundante e aumento da oferta no varejo.
"O arroz teve uma safra gigantesca, então tem muito arroz estocado. O preço caiu muito. Hoje, se pesquisar, você acha arroz por R$ 2,99, enquanto o valor real costuma ser R$ 4,99 ou R$ 5,49", explicou.
Ele também destaca o surgimento de novas marcas no mercado, o que pressiona ainda mais os preços para baixo.
"Os donos do arroz fazem acordos com supermercados para criar marcas próprias e vender o que está estocado. Começam a aparecer marcas secundárias com preços bem mais em conta, o que vale muito a pena para o consumidor", analisou.
Daniel ainda ressalta que a competição entre atacadões é um fator importante para o consumidor economizar.
"Hoje, num raio de dois quilômetros, você encontra três ou quatro supermercados diferentes. Se quiser comprar barato, tem que pesquisar. Um vende o açúcar mais barato, outro tem o óleo mais em conta. Quem tiver atenção consegue economizar de verdade”, avaliou.
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