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Banco comunitário implementa moeda ecológica para financiar crédito a empreendedores

Parcelas do empréstimo podem ser quitadas com resíduos recicláveis, como papelão, metal, e etc.

Emilly Melo

Um banco comunitário, localizado no município de Igarapé-Açu, implementou uma moeda ecológica que será usada para oferecer microcrédito aos pequenos empreendedores da região. A principal novidade é que as parcelas do empréstimo poderão ser quitadas com resíduos recicláveis, como papel, metal, plástico, lixo eletrônico e óleo de cozinha usado.

A iniciativa do Banco Comunitário Moeda Verde foi desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Amazônia Sustentável (Ideassu). Para abrir a Semana do Meio Ambiente 2023, no dia 5 de junho, será realizado um mutirão de microcrédito para atender aos microempreendedores locais que estejam, de alguma forma, excluídos ou impossibilitados de acessar linhas de crédito por meio das instituições financeiras tradicionais.

Além do mutirão, o evento também incluirá, a troca de resíduos recicláveis por moeda ecológica, apresentação musical com artistas locais, distribuição de material informativo e entrega de mudas da flora amazônica a quem fizer a troca voluntária de garrafas de vidro usadas.

As propostas de negócios serão recebidas e analisadas por técnicos do banco comunitário. Após a aprovação, o empreendedor contemplado com o crédito passará a encaminhar, mensalmente, os resíduos até a Central de Valorização de Resíduos de Igarapé-Açu, onde os materiais serão pesados separadamente e, de acordo com os valores apresentados na tabela de trocas de resíduos, transformados em créditos que, imediatamente, serão descontados no montante da dívida.

Solução para a questão do lixo

Carol Magalhães, empreendedora social do banco comunitário, revela que a ideia surgiu a partir da percepção da necessidade de inserir as pessoas em vulnerabilidade social no mercado de trabalho e no empreendedorismo. 

“Estamos falando, por exemplo, da manicure que tem vontade de voltar a trabalhar, mas não tem dinheiro nem para comprar um alicate, um esmalte ou o material para voltar a fazer unhas”, conta

Carol pontua que essa iniciativa pode ser compartilhada para outros municípios, especialmente por sugerir soluções para a questão do lixo e de materiais recicláveis, além de impactar no desenvolvimento econômico local.

“Essa moeda é aceita em mais de 52 comércios aqui da cidade. Ao final do ciclo, nós vamos até o estabelecimento e resgatamos as moedas verdes e trocamos o dinheiro. Esse dinheiro vem da venda de material reciclável.

O Ideassu pretende emprestar R$ 20 mil em moeda social nesta fase de consolidação das operações do Banco no município. O Banco Comunitário Moeda Verde iniciou as operações em novembro de 2021 e está no segundo ciclo de empréstimos.

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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