Aumento do gás diminui faturamento de restaurantes do Ver-o-Peso

Funcionária de box de peixe frito afirma que gastos com o gás mais que dobraram.

Natalia Mello
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O aumento no preço do gás, que registrou um reajuste de 40% nos últimos 12 meses na região metropolitana de Belém, tem diminuído o faturamento dos restaurantes do Ver-o-Peso. Segundo a Kátia Costa, que faz o atendimento ao público em um box das boieiras, os gastos com o produto ficaram sempre perto dos R$ 200 por semana. Atualmente, esse custo chega perto dos R$ 500, ou seja, um aumento de mais de 100%;

Somente no acumulado deste ano, de janeiro a agosto, o reajuste chegou a 25%. “Por semana, nós usamos uma média de quatro botijões de gás, então fica realmente difícil. A gente tenta aumentar no cardápio, mas o cliente reclama. E foi aumento no gás, no óleo, em outros ingredientes que usamos para cozinhar. Acabou que aumentamos 10 reais no preço de um dos nossos principais pratos, o peixe ao molho de camarão. Também aumentamos cinco reais em outros”, afirmou a funcionária, que trabalha no box há dois anos.

A atendente comenta ainda sobre as dificuldades também com o movimento, que ainda não foi recuperado em sua totalidade. “A dona Lúcia tenta equilibrar para não demitir ninguém, porque sabe que todos precisam, mas o nosso movimento caiu em torno de 30%. Mesmo nesse final de semana do Círio, só tivemos um movimento bom no sábado. Mas sexta-feira, domingo, super fraco, ainda mais com o negócio do peixe (doença da urina preta)”, concluiu Kátia.

Dono de uma barraca que vende açaí com peixe frito, Clemilson Pimenta está há 29 anos no Ver-o-Peso. Com o consumo de um botijão de gás a cada quatro dias (em média), os gastos saltaram de R$ 800 para R$ 1.400 – um aumento de 75%. “Agora o açaí está na safra, então o preço ainda está bom, o nosso açaí bom custa 12 reais. Agora daqui a três meses, quando tiver saído da safra, vai ter que aumentar”, prevê o comerciante, natural do Marajó.

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima que o impacto desse aumento para quem ganha um salário mínimo de R$ 1.100 é de 9% por mês. O departamento de pesquisa afirma ainda que, saindo da Grande Belém, outras regiões do Estado registram um cenário pior, em que o preço do gás chega a custar R$ 130.

Altas puxam inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na Região Metropolitana de Belém, ficou em 1,04% em setembro, puxado principalmente pelo aumento na energia elétrica, botijão de gás e combustíveis. Dentro do grupo e Habitação (4,8%), o gás de botijão apresentou aumento de 2,85%.

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