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Aumenta procura por imóveis maiores e afastados do centro de Belém

Sinduscon e Ademi/PA confirmam a mudança de hábito dos clientes

Abílio Dantas / O Liberal
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A procura por imóveis com disposição de áreas verdes e grande extensão cresceu na Região Metropolitana de Belém (RMB) com o advento da pandemia do novo coronavírus, iniciada em março de 2020. O aumento do interesse de clientes pela compra de casas em condomínios horizontais, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA), trouxe desafios para as empresas do setor na Grande Belém, levando as indústrias a ter que buscar soluções para aproveitar a alta da demanda.

O presidente do Sinduscon-PA, Alex Dias Carvalho, afirma que um dos obstáculos para o segmento é a oferta de áreas apropriadas para as construções e vendas posteriores. “Precisamos ter uma oferta de terrenos com extensões grandes para atender a demanda por locais distanciados do centro, mas que possam trazer atrativos que têm sido bastante relevantes para a escolha na hora da compra da casa própria”, atenta o dirigente do setor da construção.

A qualidade dos serviços públicos nos bairros em que há a possibilidade de construção de condomínios horizontais, para Alex Carvalho, é outro ponto que deve ser debatido com cautela pelas empresas. “São gargalos que precisam ser imediatamente tratados: nós temos um sistema de transporte público bem aquém da necessidade da população, por exemplo. Temos também um sistema de tráfego caótico, que faz com que o tempo de deslocamento seja um empecilho muito grande para que as famílias optem pelo investimento na nova moradia, considerando que no cotidiano terá que experimentar os dissabores do caos que ainda é ir e vir em Belém e na região metropolitana”, analisa.

Embora não tenha números atualizados sobre as vendas do segmento, a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Pará (Ademi-PA) também confirma o crescimento do mercado. “Não temos a quantificação, mas está sendo tendência, inclusive com imóveis com maior infraestrutura condominial, principalmente condomínios horizontais. E existem ofertas para diferentes faixas de salário, não apenas para famílias de alto poder aquisitivo”, destaca o presidente da entidade, José Albino Vieira.

De acordo com o representante da Ademi, além de Belém, Castanhal também é um município que se destaca pelo surgimento de novos empreendimentos. “Existe grande diferença entre o desejo do consumidor e as possibilidades de oferta do mercado, mas há o esforço das incorporadoras em tentar adaptar as melhores soluções condominiais ao mercado”, acrescenta.

Qualidade de vida

A busca por casas em condomínios em tempos de pandemia também está associada ao estresse e danos à saúde mental verificados durante a quarentena. O empresário Carlos Teixeira, morador há 15 anos de um condomínio localizado na avenida Centenário, observa que os preços dos lotes aumentaram bastante desde o início da crise sanitária. “Quem passou os períodos de quarentena em apartamento, sem dúvida passou por mais dificuldades do que quem mora em casa, com área arborizada. No meu caso, não senti tanto, pois podia passear pelo condomínio”, descreve.

Carlos Teixeira escolheu comprar um terreno em uma área, até então, mais longínqua do centro de Belém para fugir do barulho e da criminalidade crescentes. “Naquele período, você não tinha tanto acesso a serviços como agora. Nos últimos anos, já há quase tudo: escolas, shopping, restaurante. As opções aumentaram muito, e o silêncio continua bem grande, temos muita tranquilidade. Até o clima é diferente, nossa sensação é de que a temperatura é mais amena, menos quente que no centro”, destaca.

O empresário afirma que os congestionamentos do trânsito na saída na cidade ainda são um ponto negativo de quem mora nos condomínios, mas considera que podem ser adotadas estratégias para driblar o problema. “Uma dica é se programar para sair de casa, quem puder, em horários fora do pico. Eu, por exemplo, ao invés de sair bem cedo, posso sair um pouco mais tarde, às 8h15, e assim consigo fazer o trajeto até o meu escritório, que fica no bairro da Cidade Velha, em 30 minutos”, relata.

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