Famílias controlam gastos para não entrar em 2020 no vermelho

Economistra afirma que as vendas de fim do ano foram tímidas e que cautela deve ser a meta sempre

Abilio Dantas

A entrada de um novo ano é sempre motivo de preocupação para as famílias médias brasileiras. Apesar do apelo das festas de fim de ano, é preciso atenção para não gastar mais que o prudente, já que logo em janeiro chegam os gastos com matrícula e material escolar, para quem tem filhos, e o pagamento de tributos como IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial) ou IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Para algumas pessoas que trabalham no comércio, o mês de dezembro não cumpriu as expectativas de vendas, por isso a atenção deve ser ainda maior.

A empresária Adriana Henriques Lima e o administrador Edvam Santos, pais das meninas Sofia e Valentina, decidiram não viajar para outro estado no fim de ano, diferente de anos anteriores, com o objetivo de economizar. Os dois possuem uma loja de roupas femininas e afirmam que as vendas de fim de ano foram 20% menores que o esperado. “Por isso estamos cautelosos. Como temos duas filhas, nossos gastos de início de ano serão principalmente com as escolas, além de fralda e leite. Para o próximo ano sim, já estamos começando a planejar uma viagem. Tudo com bastante antecedência”, relata.

De acordo com Edvam, o público alvo da loja são pessoas de classe média alta, por isso políticas como a liberação do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não foram responsáveis por um aumento nas vendas. “Portanto, precisamos planejar nossas finanças para o próximo ano com muito mais cuidado, pois além dos gastos com as crianças temos também que pagar impostos como IPVA e IPTU, ainda que seja possível fazer o parcelamento do pagamento, como já fiz quando precisei. Neste fim de ano, não tivemos nenhum gasto com coisas supérfluas. E evitei também utilizar o cartão de crédito, apenas os presentes das meninas foram parcelados em 10 vezes”, assegura.

É preciso lidar com o planejamento para o próximo ano da mesma forma como deve ser feito em todos os meses: apenas ter gastos extras se houver alguma renda extra. É o que defende o economista Marcus Holanda, do Conselho Regional de Economia do Pará e do Amapá (Corecon PA/PA). “Para não perder o controle de gastos no final do ano é preciso desenvolver a consciência que o mês de dezembro, para efeitos de planejamento e controle de contas, deve ser um mês como qualquer outro, as regras são as mesmas. O cartão de crédito, por exemplo, deve ser usado para aquelas compras maiores, como gastos com bens duráveis como uma geladeira ou com gastos extra como material escolar para não comprometer a renda de um mês todo, pois são despesas que costumam comprometer o orçamento mensal”, aconselha.

Em relação ao comércio, o economista afirma que houve muita expectativa e pouco resultado. “O ano de 2019 fecha como um ano de redução de consumo das famílias e consumidores em razão do ainda alto desemprego e crise de confiança no mercado interno. E por fatores internacionais como o preço do petróleo e a alta da carne. Para 2020, esperamos que o PIB seja maior que 1% e sejam colocadas em prática mais medidas de estímulo ao setor produtivo e ao crédito para consumo das famílias e das empresas”, cobra.

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