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Dia dos Namorados deve injetar R$ 22 bilhões na economia, diz Confederação Nacional de Lojistas

Com 93 milhões de consumidores previstos para irem às compras, roupas, cosméticos e calçados lideram a lista de presentes. Mais de 30% dos consumidores pretendem comprar mesmo com contas em atraso.

Gabi Gutierrez

Apesar da inflação persistente e do alto nível de endividamento das famílias brasileiras, o comércio deve registrar forte movimentação no Dia dos Namorados deste ano. Segundo levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Offerwise Pesquisas, a data deve movimentar cerca de R$ 22,14 bilhões em vendas no varejo e no setor de serviços.

A expectativa é que 57% dos consumidores brasileiros presenteiem na data, o equivalente a 93 milhões de pessoas — uma ligeira queda de 2,9 milhões em relação ao ano passado. O valor médio de gasto por presente será de R$ 238. Roupas (38%), perfumes e cosméticos (34%) e calçados (20%) lideram a lista dos itens mais procurados.

“Ainda que o número de consumidores que pretendem comprar tenha diminuído em relação ao ano passado, o Dia dos Namorados segue como uma das datas mais importantes para o varejo. O consumidor brasileiro, mesmo com o orçamento apertado, tende a não abrir mão de presentear ou celebrar a ocasião”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.

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Além dos presentes materiais, o levantamento mostra que 39% pretendem comemorar a data em casa, enquanto 31% optam por sair para jantar e 8% planejam comemorações em hotéis ou motéis. Entre os presentes não materiais, jantares românticos (20%) e bombons ou chocolates (18%) também aparecem entre os mais mencionados.

Gastos sob pressão

Embora a maioria (38%) dos entrevistados afirme que deve manter o mesmo nível de gastos de 2024, 33% pretendem gastar mais, principalmente para comprar presentes de melhor qualidade (62%) ou por considerarem que os preços estão mais altos (35%). Já 16% planejam gastar menos, motivados principalmente pela necessidade de economizar (54%) ou pelo orçamento comprometido (32%).

A pesquisa revela ainda que 59% percebem os preços mais altos do que no ano passado, enquanto 37% acreditam que se mantêm estáveis e apenas 4% veem redução. Essa percepção reforça a cautela do consumidor que, mesmo diante do desejo de agradar o parceiro, busca alternativas para manter os gastos sob controle.

PIX lidera forma de pagamento; lojas físicas seguem fortes

A maioria dos consumidores (69%) pretende pagar os presentes à vista — 34% usando o PIX — enquanto 28% planejam parcelar, sobretudo no cartão de crédito (22%), com média de 3,5 prestações.

Apesar da forte presença do e-commerce, 57% ainda pretendem realizar suas compras em lojas físicas, especialmente em shopping centers (21%) e centros de comércio popular (16%). As compras online representam 36% das intenções, sendo que aplicativos (73%), sites de varejistas nacionais (57%) e internacionais (56%) são os canais mais citados.

As plataformas estrangeiras mais lembradas foram Shopee (81%), Amazon (57%) e Shein (43%), impulsionadas por fatores como preços mais baixos (75%), variedade de produtos (55%) e a percepção de melhor custo-benefício.

Endividamento preocupa: 31% vão às compras mesmo com contas em atraso

Um dado preocupante revelado pela pesquisa é que 31% dos consumidores com intenção de compra estão com contas em atraso, sendo que 71% deles estão com o nome negativado. Ainda assim, pretendem comprar presentes para o parceiro ou parceira.

Além disso, 28% reconhecem que costumam gastar mais do que podem na data, impulsionados pela vontade de agradar (22%) ou pela crença de que o parceiro "merece" (41%).

A economista e especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, faz um alerta: “O país vive um momento de endividamento elevado. Por isso, é fundamental usar a criatividade e buscar alternativas para celebrar sem comprometer o orçamento. A comemoração não precisa estar associada a um gasto excessivo para ser especial”, destaca.

Sobre a pesquisa

A pesquisa ouviu 1.032 pessoas nas 27 capitais brasileiras, entre os dias 28 de abril e 7 de maio de 2025, com margem de erro de até 3 pontos percentuais. O foco foram consumidores com 18 anos ou mais, de todas as classes sociais, que pretendem comprar presentes no Dia dos Namorados.