Abacate, limão, manga e goiaba: Saiba as frutas mais caras e mais baratas do final do ano em Belém
Mais uma vez, abacate fica no topo da lista das frutas que mais encareceram na capital paraense, segundo Dieese
Os preços das frutas em Belém apresentaram um aumento significativo neste fim de ano, segundo o levantamento do Dieese/PA divulgado nesta quinta, 5 de dezembro. O abacate registrou o maior reajuste, com alta de 42,16% em novembro, comparado ao mês anterior. No mesmo período, o limão subiu 34,05%, a laranja-pera teve aumento de 5,28% e a acerola ficou 4,27% mais cara. Esses aumentos refletem diretamente no bolso dos consumidores. A média de preço do quilo do abacate, por exemplo, passou de R$ 13,31 em outubro para R$ 17,50 em novembro. Já o limão saltou de R$ 7,87 para R$ 10,55, enquanto o preço da tangerina subiu de R$ 9,76 para R$ 11,77 por quilo.
Por outro lado, algumas frutas registraram redução de preços. A goiaba vermelha liderou as quedas, com recuo de 21,28%, seguida pela manga rosa (-19,13%) e pela banana prata, que teve o preço médio reduzido de R$ 8,25 para R$ 7,70 por quilo. Essas oscilações refletem tanto a entrada de novas safras quanto fatores climáticos e logísticos, que impactam diretamente a oferta e a demanda. O quilo médio da manga rosa, que custava R$ 13,80, caiu para R$ 11,16. A goiaba vermelha custava, em média, R$ 11,37 em outubro e em novembro custou, em média, R$ 8,95. O Grupo Liberal esteve na feira do bairro da Pedreira na manhã desta quinta (5/12) e conversou com feirantes e consumidores sobre o preço das frutas nesta época do ano.
Feirantes apontam oscilações e tentam atrair clientes
Os feirantes da capital estão sentindo os impactos das oscilações no preço das frutas e buscam estratégias para manter as vendas. Mauri Ferreira, de 50 anos, explicou que as mais caras no momento são o abacate, as uvas e o morango.
"A caixa do abacate custa cerca de R$ 400, e o quilo está entre R$ 25 e R$ 28. Já as frutas mais baratas nesta época do ano são acerola, maçã e laranja", informou.
Ferreira também destacou que algumas frutas típicas estão entrando na safra, o que pode beneficiar os consumidores. "Muruci, graviola, pupunha e jaca estão chegando com preços melhores. No entanto, frutas como cupuaçu e pitaya devem encarecer, com o quilo do cupuaçu podendo chegar a R$ 40 nas próximas semanas", acrescentou.
Já Nildo Moreira, de 45 anos, apontou que o clima é um fator determinante para as oscilações. "No período chuvoso, frutas como acerola, laranja e maracujá ficam mais caras. Hoje, a acerola está custando até R$ 6 o pacote, e o maracujá varia entre R$ 15 e R$ 20 por quilo", explicou.
Apesar disso, Nildo afirmou que tenta negociar os preços para não perder clientes. "Oferecemos descontos e facilitamos o pagamento no cartão, Pix ou dinheiro. Assim, conseguimos atender melhor a clientela", concluiu.
Consumidores adaptam compras para driblar preços altos
Na feira do bairro da Pedreira, os consumidores relatam dificuldades para se adaptar aos aumentos, especialmente no caso de frutas consumidas com frequência.
Maria Ilza, aposentada de 60 anos, afirmou que os preços altos impactaram suas compras. "A banana, que a gente come sempre, está mais cara. Antes, eu pagava R$ 5 ou R$ 6 na dúzia, mas agora já subiu. Faz dias que não compro", disse.
Ela também apontou que laranja, manga e maçã tiveram aumentos consideráveis. "A única fruta que achei mais barata foi a melancia, mas o resto está caro. Para economizar, eu compro de pouquinho em pouquinho", contou.
Socorro Duarte, podóloga de 63 anos, destacou que o aumento do abacate foi o mais significativo. "O quilo custava R$ 17 e agora está R$ 28. A banana e o mamão também subiram muito", reclamou.
Contudo, ela notou quedas nos preços de frutas da estação, como melancia e melão. "A melancia custava até R$ 6 o quilo, agora está R$ 1,99. O melão também caiu, de R$ 7,99 para R$ 4,99. Eu sempre opto pelas frutas da época para economizar", relatou.
Oscilações refletem dependência de fornecedores externos
Everson Costa, supervisor técnico do Dieese/PA, explicou que as oscilações nos preços das frutas são influenciadas por diversos fatores, como safra e entressafra, mudanças climáticas e questões logísticas. "Mesmo respeitando os ciclos de produção, os reajustes chegam a 150% ao ano, o que indica que outros fatores estão em jogo", afirmou.
Costa destacou a grande dependência do Pará de fornecedores de outros estados, o que encarece os produtos. "As frutas percorrem longas distâncias para chegar até aqui. Qualquer problema na produção lá fora reflete em dobro no Pará. Primeiro, pela distância; segundo, porque dependemos desses fornecedores externos", explicou.
Além disso, as perdas por variações climáticas e o aumento dos custos de transporte contribuem para os reajustes. "A logística é um ponto crítico. Combinada à baixa produção local, ela agrava ainda mais a situação dos preços elevados", concluiu.
Expectativa para os próximos meses
Com a chegada das chuvas, feirantes e consumidores esperam que os preços das frutas da estação fiquem mais estáveis. No entanto, frutas como cupuaçu e pitaya, que entram em entressafra, devem ter aumentos expressivos. Ao mesmo tempo, o início da safra de outras frutas típicas, como muruci e graviola, pode trazer um alívio temporário para o orçamento dos paraenses.
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