A poucos dias do Círio, procura pelo pato é menor que no ano passado
Alta nos preços é um dos principais fatores para a queda nas vendas

Mesmo com a alta nos preços, comerciantes afirmam que, embora menor que no ano passado, muitos consumidores procuram o produto para o tradicional pato no tucupi do almoço do Círio. Neste ano, os preços do quilo da ave abatida variam de R$ 50 a R$ 60 nas principais feiras livres da Capital.
Marcelo Carvalho, que trabalha há 30 anos vendendo pato na Feira da 25, acredita que a queda nas vendas deste ano foi provocada pelas altas despesas das famílias após o aumento do combustível, energia elétrica e outros alimentos. “Ano passado foi melhor, tinha o auxílio mais alto. Mas tudo está mais caro; para fazer uma maniçoba o gás está caro, para fazer um pato no tucupi está caro; aí a pessoa tem que escolher entre um e outro”, comenta o vendedor.
Para Benedito Corrêa, comerciante, outro fator que contribuiu para a queda nas vendas foi a falta de patos grandes nos criadores devido a pandemia. “Todos os anos eu vendo pato grande, mas esse ano não consegui comprar. Eu trouxe os patos que criei.”
Os comerciantes afirmam que vendem em média 300 patos no mês que antecede o Círio, podendo chegar a vender até 1.000 aves durante o período. A maioria das aves comercializadas na Feira da 25 é abatida pelos próprios vendedores, mas eles ressaltam também a importância de comprar apenas aves com boa procedência e de fornecedores confiáveis.
A dona de casa Francisca Viana, de 59 anos, afirma que é tradição da família se reunir para o almoço do Círio, e que na ceia não pode faltar o famoso pato no tucupi. Ela conta que prefere comprar o pato congelado, pois facilita o preparo. Para ela, no entanto, a receita possui um alto custo, com um gasto médio de R$ 200 na compra dos ingredientes, o que a faz considerar o pato no tucupi um prato caro. “Nem que seja um ou dois, sempre compramos. Mas tudo aumentou, só que nem todo mundo pode comprar um pato para comer no Círio, por isso, come frango ou outra coisa.”
(Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Hamilton Braga)
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