Açaí fica mais caro em abril e acumulado do ano chega a quase 30%
Vendedores em diferentes pontos da capital paraense apresentam valores diferentes para o produto

Muito consumido pelos paraenses, o açaí tem ficado mais caro. De acordo com uma pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no acumulado deste ano, entre os meses de janeiro e abril, o reajuste no preço do litro de açaí tipo médio comercializado nas feiras de Belém foi de 29,57%, passando de R$ 16,04 para R$ 19,18. No mesmo período, o produto mais grosso subiu de R$ 23,67 para R$ 27,83, alta de 25,27%. Já a variação mensal foi de 1,97% no litro do açaí médio e de 1,37% do açaí grosso.
O comerciante Eduardo Souza, que possui um estabelecimento localizado no bairro do Guamá, em Belém, disse que o preço continua o mesmo, mas deve cair até a metade de junho, época em que a safra fica melhor. "A produção está começando a melhorar agora, é normal nessa época do mês. No ano passado conseguimos diminuir o valor até R$ 8, e fica nessa faixa até o mês de novembro, mais ou menos", explicou o vendedor. Apesar da expectativa positiva, Souza também contou que sofreu queda nas vendas este ano. No local, o açaí popular custa R$ 12, o médio R$ 14 e o grosso R$ 16.
A situação é oposta em um estabelecimento localizado na avenida Conselheiro, também na capital. Segundo a vendedora Lidiane Melo, há três meses os preços ficaram mais altos, mas, mesmo assim, os clientes não deixam de frequentar o local para garantir o litro de açaí diariamente. "Antes o médio custava R$ 24 e aumentamos para R$ 26, enquanto o grosso era R$ 28 e agora custa R$ 32. Mas em agosto vamos voltar aos preços antigos", garantiu Melo. Já na feira da Cremação, a comerciante Valda de Jesus vende o açaí no mesmo valor desde dezembro - médio é R$ 15 e o grosso, R$ 20. "Não aumentei neste ano porque o plantio está sendo bom, não tem faltado produto para mim, então não há necessidade", comentou.
Para a microempresária Ilone Mainardi, de 62 anos, os valores comercializados em Belém são razoáveis e estão de acordo com a safra. "Nessa época fica mais caro mesmo, não tem jeito, ainda mais eu que tomo quase todo dia. Minha neta gosta, então sempre compro", contou. A aposentada Lucimar Medeiros, de 76 anos, também não deixa falta. "Quando tenho dinheiro tomo, não fico sem", disse. Na opinião dela, não houve aumento de preços recentemente. Em abril, o menor preço encontrado nas feiras livres de Belém foi R$ 10, enquanto o maior foi R$ 20. Nos supermercados, o menor preço foi de R$ 19,90 e o maior, R$ 22.
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