Comentarista Gabriela Prioli, da CNN Brasil, sugere demissão no Twitter

Gabriela Prioli é mestre em Direito Penal pela USP e professora de pós-graduação da Universidade Mackenzie. Na CNN Brasil, ela participa como comentarista, mas enfrentou entrou em rota de colisão com outro debatedor, Caio Coppolla, ao desmontar a visão bolsonarista dele com argumentos técnicos e, em seguida, teve a fala interrompida várias vezes pelo mediador, o jornalista Reinaldo Gottino, no programa transmitido ao vivo, na última sexta-feira, 27.

O tema do debate era a prisão domiciliar de Eduardo Cunha, mas os debatedores acabaram falando sobre outros temas. Na telinha, ela aparentava constrangimento com as interrupções do apresentador, que cobrava dela uma opinião pessoal, quando ela rebatia que havia se preparado tecnicamente para tratar do tema do debate. A situação teve forte repercussão nas redes sociais, com críticas à postura do apresentador e elogios ao desempenho da advogada, que se destacou no debate ao refutar Coppolla. A polêmica teria provocado duas reuniões na cúpula da emissora.

"Queridos antigos e novos amigos, os últimos dois dias foram de muita reflexão. Não é fácil ser firme no início de um projeto profissional, mas é impossível não me comportar segundo aquilo que eu defendo, apesar das possíveis consequências", postou Gabriela no Twitter. 

"Eu digo a vocês, de forma reiterada, para se posicionarem, serem firmes e não cederem diante de comportamentos que vocês considerem inadequados. Se agora, quando a vida demanda isso de mim, eu agisse de outra forma, estaria sendo hipócrita.  Em mais de uma oportunidade tive que me posicionar cobrando respeito ao meu espaço de fala. É preciso ser mais contundente", prosseguiu na rede social.

"O meu compromisso é com um debate racional, prospectivo, informativo e respeitoso. Não consigo atingir o meu objetivo se for constrangida e não posso seguir participando do debate sem que a convicção sobre a gravidade do constrangimento não seja só minha, mas de todos os envolvidos, na frente e atrás das câmeras. Não posso legitimar que o achismo seja equiparado ao conhecimento científico nem contribuir para acirrar a polarização". 

"Nos posicionar é a forma que nós temos de conscientizar o mundo daquilo que nós consideramos fundamental", concluiu.