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Sem festas juninas, casal de forrozeiros aposta na venda de lasanhas em meio à pandemia

Com 20 anos de carreira, Linda Nil e Daniel do Acordeon têm se reinventado no período de preocupações com a covid-19

Ana Carolina Matos
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É perceptível as dificuldades enfrentadas pela classe artística em meio à pandemia de covid-19. As preocupações e necessidades de prevenção do novo coronavírus acertaram em cheio, principalmente, as atrações culturais. Com o cancelamento de eventos Brasil afora, os artistas têm se visto na necessidade de recorrer à outras atividades para obtenção de renda. É o caso de Linda Nil e Daniel do Acordeon, artistas do segmento do forró que, usualmente, estariam com as agendas lotadas durante as festas juninas de São João. Este ano, entretanto, foi diferente.

Além da profissão, eles dividem também o mesmo teto. São casados há 12 anos. Já com uma carreira consolidada no segmento musical, os cantores têm apostado no setor alimentício para complementar a receita familiar. Em meio à tantas preocupações, uma boa notícia: o que começou de forma despretensiosa tem dado certo. "Fomos usando as reservas e chegou um momento em que não tínhamos mais de onde tirar. Um certo dia, tive a ideia de fazer a lasanha e apresentei ao meu marido, Daniel, e nossos filhos. Eles adoraram a ideia. Na mesma noite, anunciei despretensiosamente aqui no grupo do condomínio onde moramos e começaram os pedidos", detalha Linda Nill, que já tem 20 anos de carreira.

"Fomos usando as reservas e chegou um momento em que não tínhamos mais de onde tirar", explica Linda Nil.

Após o sucesso entre os vizinhos, o novo negócio deu origem à "Lasanha da Vovó", que funciona apenas em delivery para moradores de Ananindeua. "Daí em diante se tornou uma fonte de renda, já que estamos impossibilitados de fazer nossos shows. Eu com o dom da culinária e Daniel com o dom do gerenciamento juntamos as forças e estamos seguindo", explica a cantora, natural de Castanhal, que integrou grupos como Banda Caribe, Talismã, Banda Kassikó, Caviar com Rapadura, Forró Zambinar e Forró Bom de Farra.

Pernambucano que adotou o Pará como terra do coração, Daniel do Acordeon conta que, além de uma renda extra, a atividade também é uma forma de preencher o tempo livre que outrora foi dedicado a shows pelo Pará. "Uniu o útil ao agradável porque além de ser uma renda, nos ajuda a ocupar a mente também. A gente trabalha com arte, mas precisa de algo paralelo para passar essa pandemia", ressalta o músico.

"A gente tem buscado se reinventar de todas as formas", ressalta Daniel do Acordeon

Daniel do Acordeon explica ainda que, apesar de trabalharem com o mesmo gênero, o casal segue de forma solo no dia-a-dia. Com 18 CDs gravados e também 20 anos de carreira, o músico conta que fez duas lives durante o período de pandemia, uma delas com a participação da esposa. Agora, o casal pretende fazer de forma conjunta um novo show transmitido ao vivo na internet no dia 4 de julho.

Para o artista, as lives são um modo de reinvenção em meio às mudanças no cotidiano. "A gente tem buscado se reinventar de todas as formas. A música pede uma inovação e por isso também apostamos nisso. Agora precisa de uma estrutura grande de luz, som, cenário. Não é só colocar um celular e fazer pelo Facebook. Na nossa próxima live pretendemos fazer uma vaquinha virtual para bancar a estrutura e arrecadar doações", detalha o músico.

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