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Renato Chalu apresenta primeira edição de 'Paisagens Fluidas' com imagens da Amazônia

O artista pretende apresentar mais duas edições deste trabalho e, por fim, elaborar um livro

Bruna Lima

O artista e fotojornalista paraense Renato Chalu une a pintura e a fotografia na exposição "Paisagens Fluidas", que está aberta ao público, nesta quarta-feira (25), no Espaço Cultural do Banco da Amazônia. O trabalho apresenta 22 obras divididas em séries, que mostram a fluidez da Amazônia, a fluidez entre linguagens artísticas e a fluidez do tempo. A visitação presencial fica disponível até 30 de junho. E nesta quarta, terá um lançamento virtual, às 19h, pelo canal da Jambu Filmes no Youtube, como parte do projeto “Visita guiada”, para alunos de artes visuais da Unama e alunos de artes do Curro Velho.

Chalu explica que o conceito de fluidez surge no fim do século XIX e início do século XX, quando autores como Marx, Nietzsche, Zygmunt Bauman começam a falar sobre tudo que se dilui, tudo se perde rapidamente. O Bauman, na modernidade, fala dos amores líquidos, onde tudo se esvai, tudo também se perde, tudo é passageiro. 

"E então o processo do meu trabalho se apropriou das minhas próprias imagens de arquivo, onde eram imagens fotográficas, eu intervi com a pintura, eu refotografei esse material depois delas serem pintadas e imprimi novamente. E nesse processo a gente acaba diluindo, acaba fluindo entre as linguagens artísticas. A fotografia vira pintura e a pintura vira fotografia", explica Chalu.

A partir desse movimento, o artista trabalha com o conceito da fluidez e acrescenta que entende que o processo não existe um fim. O primeiro passo para o trabalho foi de lidar com o desprendimento da imagem original, já que ela foi interferida e muitas são interferidas nas originais.

"Eu acabo me apropriando do meu próprio arquivo para gerar outras possibilidades, por exemplo, uma imagem de um homem caminhando na chuva com guarda-chuva é uma imagem clássica e ali eu tentei com a tinta transformar um outro ambiente, trazer ele para um outro universo e dar uma outra atmosfera que não aquela mesma. Então é aí que a gente traz esse conceito da fluidez", ressalta o artista.

A exposição tem curadoria do artista plástico Jorge Eiró, que foi professor de Renato Chalu no curso de Artes Visuais e acompanhou todo o processo do trabalho, que dura há 10 anos. Tudo começou em uma disciplina do curso, onde Chalu precisava ter levado uma tela e levou fotografias. 

Na falta da tela, o fotógrafo paraense usou suas próprias imagens e sobrepôs tintas. "Foi aí que tudo começou e o Jorge Eiró acompanhou esse processo. Fomos interferindo, modificando, fazendo experimentos até chegar onde queríamos", detalha o artista.

Sobre a exposição, Eiró diz que: “Renato Chalu retoma as lições de Turner para fazer da paisagem amazônica um território sensorial empregando a chuva como protagonista e, ao mesmo tempo, como o agente fluidor/fruidor a dissolver a imagem/pintura, como no tríptico “Antes e depois da tempestade””, afirma o curador.

A sensação, enfim, como escreve Jorge Eiró, “de que não mais, talvez nunca mais, nos encontremos em um espaço fixo, imóvel, da representação de um lugar. Mas sim um não-lugar, um espaço transitório, hoje tão próprio da nossa condição pós-moderna”, completa sobre a exposição.

Renato Chalu acrescenta que ainda está na primeira fase desta exposição e que pretende apresentar mais duas edições, para , enfim, elaborar um livro. 

Além de artista visual, Renato Chalu é músico e diretor de fotografia. Como fotojornalista, trabalhou uma década no Jornal O Liberal, no qual ganhou o prêmio nacional “Tim Lopes” com reportagens especiais da série “Prostituição infantil na fronteira norte do Brasil”.  Como artista visual, ganhou três prêmios aquisições do salão Arte Pará e venceu o 2º Grande Prêmio do Arte Pará em 2010.

Serviço:
Paisagens Fluidas”, do artista visual Renato Chalu.

Data: De 25 de maio a 30 de junho.

Local: Galeria Cultural do Banco da Amazônia (presidente Vargas).

No dia 25, haverá um lançamento virtual, às 19h, pelo canal da Jambu Filmes no Youtube, como parte do projeto “Visita guiada”, para alunos de artes visuais da Unama e alunos de artes do Curro Velho.

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