Ramon Reis faz reflexão sobre vida e morte na performance "Corpo (in) finito?"
O trabalho é uma junção de performance e audiovisual, que reunidos, são apresentados em livro

Antropólogo por formação, Ramon Reis vem ousando e marcando presença nas artes visuais. O artista elaborou, no último mês de abril, o ensaio "Corpo (in) finito?", que trata da relação entre vida e morte. O trabalho é uma junção de performance e audiovisual, que reunidos, são apresentados em livro com o mesmo título. O material também pode ser visto pelo público pelo instagram @ramonpreis. Quem quiser conferir o trabalho em formato de livro é só acessar o link.
Ramon explica que todo o processo de criação do trabalho começou na virada de 2019 para 2020, quando iniciou a pandemia do novo coronavírus no mundo. É um projeto autoral que consiste em estabelecer um diálogo entre vida e morte. "Esse período que a gente vem passando nos levou a refletir muito sobre essa dualidade de vida e morte, uma vez que várias pessoas morreram nesse período", destaca o artista.
Diante da reflexão, o artista começou a pensar e elaborar o trabalho, mas a performance e as fotos foram executadas no último mês de abril, no cemitério da Ordem Terceira, em Belém. Na performance, o artista usa o corpo para representar vários corpos que se foram e também faz uso de objetos que dialogam e simbolizam a morte.
"Esse trabalho também é uma forma de homenagear a minha avó, que é a minha principal figura materna. Ela morreu quando eu tinha nove anos e depois passei a ser criado pela minha tia. Portanto, ainda muito cedo tive essa experiência de lidar com a morte e por isso esse sentimento é forte e eu acabo expondo na minha arte", destaca Raman.
O artista explica também que o material "Corpo (in)finito?" é um caminho que pulsa. A linha do tempo, não exatamente cronológica, que torna a ancestralidade viva é sentida à medida que reconhecemos as marcas e os legados deixados no corpo e na alma.
Portanto, essa ancestralidade que percorre o ensaio do início ao fim expressa a linguagem do inacabado, daquilo que nos ensina sobre a continuidade da vida/morte e de sua dimensão material e simbólica.
Ramon Reis é antropólogo e desenvolve pesquisas na interface entre a antropologia urbana e os estudos de gênero e sexualidade. Atualmente, atua como professor da SEDUC (PA), é voluntário no Comitê Arte Pela Vida e produz conteúdo digital para a curadoria de conhecimento em antropologia compósita @compositacuradoria.
Ficha técnica:
Conceito e produção textual: Ramon Reis
Fotografia e edição: Selton Martins e Adriana Sena
Moda e vestuário: Fábio Purificação/Purificação Brand
Locação: Cemitério da Ordem Terceira (Belem-PA)
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