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Projeto no bairro da Pedreira vende livros a preços populares e ajuda na democratização da leitura

O paraense Aguinaldo Rosa há dez anos transformou a garagem de casa em uma livraria e decidiu possibilidade o acesso à obras literárias para crianças, adolescentes e adultos

Amanda Martins
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A paixão pelos livros e a vontade de democratizar o acesso à leitura fez o pedagogo Aguinaldo Rosa criar na garagem da própria casa uma livraria, no bairro da Pedreira, em Belém. O projeto “O Clube Amigo do Livro”   abriga cenas de obras literárias dos mais variados gêneros e autores, que podem ser adquiridas a um preço popular. Criada em 2013, o espaço resistiu às barreiras que surgiram ao longo do tempo, como a popularização dos livros digitais, e continuou “alimentando” uma geração de crianças, adolescentes e adultos fascinados por tocar e sentir os livros físicos.

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Quando criou a biblioteca dez anos atrás, Aguinaldo queria mudar a carência de livrarias na capital paraense e incentivar a cultura e a educação. “Achei que seria importante levantar uma bandeira em prol dos livros, dos escritores paraenses, criando dentro do espaço um local para que eles possam desenvolver os seus trabalhos de divulgação”, relembrou.

image A biblioteca é recheada de livros do Harry Potter, Pequeno Príncipe, sagas de vampiros, romances, quadrinhos, que despertam a curiosidade dos leitores (Carmem Helena / O Liberal)

Mas o que o livreiro sempre quis foi aguçar a curiosidade e fascinação dos pequenos para a literatura. Como trabalhou anos ministrando aulas, Aguinaldo percebia que, apesar das escolas conterem bibliotecas, muitas ofereciam livros que interessavam às crianças. 

“Muitas tinham vontade de ler, mas infelizmente a gente não encontrava livros bacanas, porque as bibliotecas não tinham um olhar voltado para o leitor. Muitas vezes as escolas tinham voltado a elas,  com livros do Carlos Drummond de Andrade, o que ainda não está no nível das crianças”, acrescentou Aguinaldo sobre o que fazia com que os alunos se afastasse dos espaços. 

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Por iniciativa própria o paraense decidiu fazer diferente, e, passou a rechear a biblioteca que criou com livros do Harry Potter, Pequeno Príncipe, sagas de vampiros, romances, quadrinhos, que despertasse a curiosidade dos pequenos leitores que passassem pelo local. “Assim, eu sabia que iria fisgá-los e deu certo”, concluiu.

Livros são vendidos à um preço popular

Hoje, estas mesmas obras ainda podem ser encontradas pelas crianças, mas também adultos e jovens que frequentam o clube, explorando a infinidade de livros dispostos nas estantes. A atenção dos frequentadores também foi “fisgada” por um outro ponto: o valor. Os livros vendidos por Aguinaldo podem ser adquiridos a um preço popular, variando em média de R$ 5 a R$ 35, dependendo da quantidade de obras a serem levadas para a casa. 

“Como eu sempre tive o desejo de provocar na criança e no adulto a vontade de ler, coloquei um preço em conta, porque não quero quebrar o orçamento da família. Quero que aquela mãe, mesmo com todas as dificuldades, consiga chegar aqui e comprar um livro para seu filho”, disse o livreiro, acrescentando que na livrarias mais conhecidas um livro em média pode buscar R$ 60. 

image Aguinaldo Rosa (Carmem Helena / O Liberal)

Para Aguinaldo, uma das suas funções sociais sempre foi colocar bons livros para que as pessoas pudessem ler e terem acesso de uma forma justa, economicamente falando. Ele  sabe que a educação é a “chave” para muitas crianças mudarem de realidade, e, se tornarem futuros médicos, advogados e professores.

“Eu me sinto maravilhado em saber que posso ajudar. É edificando como ser humano fazer parte dessa transformação. Acho que todos nós devemos semear o amor, o bem”, declarou sobre se sentir bem ao facilitar o acesso à leitura a tantas pessoas.

Saiba como ajudar o projeto

Aguinaldo afirmou que todos os livros vendidos são novos e foram adquiridos diretamente com as editoras. Mas, o livreiro também depende de boas ações e doações para manter o acervo. 

“Tem obras que eu não tenho condições de adquirir por serem muito caras. Então, tem gente que adora fazer boa ação, o que eu acho uma coisa bonita, e doa alguns livros para mim, fico admirado”, acrescentou, dizendo que estas doações podem ser feitas presencialmente no espaço, localizado na Travessa Lomas Valentina. 


 

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