Professores paraenses contam sobre relação com a dança e exaltaram diversidade cultural do Estado

O carimbó e o brega estão entre os ritmos mais amados pelos dançarinos

Amanda Martins
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A dança é uma manifestação cultural que envolve movimento, ritmo, expressão corporal e sentimentos. Ela existe desde sempre, pois é uma criação humana ligada à cultura dos povos. No Pará, há muitos ritmos que são característicos do Estado, como, por exemplo, o carimbó, o siriá e o tecnobrega, que tornam-o único  e rico culturalmente. 

Para celebrar o Dia Internacional da Dança, comemorado no dia 29 de abril, o O Liberal convidou três professores para falarem sobre qual a ligação deles com a dança, e dizer “se o Pará” fosse um ritmo qual ele seria. 

A professora de dança Carlana Rodrigues começou a dançar quando era criança e nunca parou. Aos 23 anos, ela diz se sentir muito bem ao saber, que, por meio  da profissão consegue levar alegria para a vida das pessoas e ajudá-las no dia-a-dia dos alunos. 

image Professora de dança Carlana Rodrigues (Reprodução/ Arquivo pessoal)

“A prática traz muitos benefícios para nossa saúde tanto física quanto psicológica, ajuda a fortalecer o corpo, previne doenças ósseas, sedentarismo, entre outras coisas. Também faz sentir bem consigo mesmo, motivação, amenizando problemas como ansiedade”, enumerou Carlana sobre as vantagens para o corpo de dançar. 

Quando se fala no Pará, além da boa gastronomia, o que chama atenção são os ritmos típicos da região e as respectivas formas de se movimentar com cada música. 

Para Carlana, o ritmo que é a “cara” do Estado é o brega. “Quem nunca escutou desde criança? Hoje pode até não gostar, mas todo mundo conhece, sofre e dança ao som de uma marcante, já foi ou quis ir em um baile da saudade, um rock doido. Pode dançar agarradinho com a pessoa que a gente gosta”, afirmou.

As transformações que a dança pode causar na vida das pessoas

A dança entrou na vida do professor de dança,  Rolon Ho, de 39, representante do Pará no quadro “Dança dos Famosos”, quando ele ainda era um estudante de escola pública. Foi através de bolsa de estudante para aprender dança de salão, que ele começou a cada dia mais gostar daquilo que um dia viria ser a futura profissão. 

image Dançarino Rolon Ho  (Carol Langanke / Divulgação)

“Ela me salvou, me tirou das ruas, da bola, de ficar na rua batendo papo, aprontando. A dança me levou para dentro da escola, pra aprender dançar, o brega, o samba. Ela me educou, então, deve tudo à dança de salão. Se hoje estou na Dança dos Famosos é porque a dança me abraçou e me resgatou”, declarou Rolon. 

Quando se fala sobre quais benefícios a dança pode trazer para a vida de alguém, Rolon pontua a transformação dela na vida das pessoas que são introvertidas ou estão no início de uma depressão.

"A dança além de ter a música como terapia, faz você se movimentar, quando vão dançar contigo. Isso já traz uma cura, um afeto, um carinho pelo próximo. São os pequenos atos que a dança de salão te proporciona e fazem totalmente diferença na vida. Quando a pessoa começa a se engajar na dança, ela entende a importância daquilo", explicou o professor.

E toda essa alegria pode ser sentida, por exemplo, ao dançar ao som de brega, um dos ritmos que mais tem a cara do Pará. Para Rolon, é inevitável ouvir o início da batida e ficar parado, o sentimento é contagiante. 

“Alguém que mora no Pará não tem como não gostar da brega, porque você dorme ouvindo, se não é na casa do vizinho, é na nossa casa, a gente acorda ouvindo brega. É um ritmo que contagia, que às vezes quem até não curte começa a olhar diferente para o ritmo”, complementou.

‘Quem dança, seus males estampa’

A professora de dança Marília Araújo, tem 45 anos, dos quais 32 têm se dedicado à área artística. Para ela, a dança foi a primeira linguagem a conquistá-la, apesar de também ser formada como atriz. Com 13 anos, ela se encantou com um grupo de dança de salão, começou participar e nunca mais parou. 

image Professora de dança Marília Araújo (Reprodução/ Arquivo pessoal)

“A dança significa para mim a cura da alma, de todas as enfermidades, que a gente possa ter. Ela é vivenciada a cada dia por mim e pelas pessoas que me procuram como professora de dança”, afirmou Marília, que trabalha hoje em dia em uma equipe multidisciplinar no tratamento e cuidado de pessoas com mais de 60 anos. 

Ela destaca com carimbó como um dos ritmos que mais tem a cara do Estado: “Quando eu comecei a dançar na Banda Nova, ela era referência em Belém nos ritmos do carimbó e merengue aqui em Belém. Eu era bailarina e coreógrafa. Eu pesquisava movimentos que eu pudesse fazer em cima do palco, a gente ter essa autonomia dessa dança que podemos dançar com outras pessoas quanto sozinha".

 

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