Paraense estreia em primeira série brasileira de animação da Netflix

Luiza Chedieck já tinha conhecimento da produção e trilhou um objetivo. Hoje ela é Assistente de Produção Executiva da série.

Bruna Dias
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Luiza Chedieck é a mistura paraense do ‘O Menino Maluquinho’. Esta é a primeira série brasileira de animação da Netflix, que tem produção da Chatrone. ‘O Menino Maluquinho’ estreia disponível no streaming no próximo dia 12 de outubro e é uma adaptação do clássico da literatura infanto-juvenil brasileira escrita por Ziraldo.

A paraense tem formação como ‘Produtora Executiva e Roteirista’ e deixou Belém em 2020, pouco antes da pandemia. Luiza já tinha conhecimento da produção da série e trilhou um objetivo, que era participar de ‘O Menino Maluquinho’. E conseguiu! Hoje ela é Assistente de Produção Executiva na série.

Além dela, a belenense Pricilla Maria também faz parte do time do ‘O Menino Maluquinho’.

Luiza conta sobre as aventuras de fazer parte dessa produção brasileira e um pouco da sua trajetória.

Luiza, o paraense é muito caloroso, principalmente com os seus. Quando alguém brilha fora do Estado, as pessoas torcem e vibram juntos. Você consegue sentir isso?

É muito bom ser paraense e sentir o apoio da galera da cultura pelas realizações que conquistamos fora do estado.  Aprendi muito nos anos que atuei pelo Pará. Somos muito calorosos, receptivos, comunicativos. E temos muita vontade de fazer acontecer. Isso faz toda diferença, nos torna criativos. Quero sempre carregar esses traços regionais no meu perfil. Eu me sinto muito estimulada pelos meus colegas da cultura na amazônia. E, sempre que posso, busco criar novas pontes e trazer para perto outros talentos da nossa região. A Pricilla Maria é uma roteirista de Belém, que também veio trabalhar com a gente no Menino Maluquinho.  Nós fomos muito felizes e realizadas uma pela outra!

image Luiza Chedieck participando com a equipe do Maluquinho no painel da serie para o PerifaCon. (Divulgação)

 

Você passou pelo Sampleados que é uma produção paraense e que aborda temas locais. Fala sobre essa experiência.

Na segunda temporada de Sampleados fiz Produção Executiva e Roteiro.  Nós tínhamos incentivo da Lei Semar, patrocínio da Natura Musical, apoio da Petruz Açai e da Cerpa. É um trabalho do qual eu me orgulho muito, também. Foi a primeira vez que fiz uma série de ficção. E é muito simbólico para mim que o conteúdo desse meu primeiro trabalho tenha sido tão regional. Sou apaixonada pela nossa realidade, pelo nosso cotidiano, pelos nossos artistas. E o Sampleados celebra o universo paraense de forma muito contagiante.

No campo da Produção Executiva, me senti muito feliz por ter sido bem sucedida na execução de todo projeto. Trabalhamos com mais de 100 pessoas. Ao nosso lado tínhamos artistas como Fafá de Belém, Dona Onete, Keila, Valéria Paiva, Viviane do Batidão... Criamos interpreções de músicas que iam de Calypso a Waldemar Henrique. Foi um desafio bom. E o resultado melhor ainda. Os episódios somaram mais 2 milhões de visualizações nas redes.

E no campo do roteiro: juro, adoro as histórias que criamos. São roteiros divertidos e que trazem personagens muito regionais.

image Clipe Camila Honda (Carol Torres)

Como foi a sua chegada no Menino Maluquinho? Fala um pouco da tua participação no Menino Maluquinho

Desde a primeira vez que eu ouvi falar da produção da série do Menino Maluquinho, eu desejei profundamente fazer parte da equipe. Juro! A produção da série é da Chatrone, uma produtora baseada em Los Angeles e São Paulo, para a Netflix.  A Carina Schulze é uma das sócias da Chatrone e é uma das poucas Showrunners do Brasil. Showrunner é uma função onde a pessoa faz criação, roteiro e produção executiva. No Estados Unidos é bem comum, mas no Brasil é um pouco mais raro. Como sempre fui apaixonada pela área de Executiva e Roteiro, eu há muito tempo era fã da Carina, ela é a Showrunner da nossa série.

Também sempre fui fã do Maluquinho. Sempre quis trabalhar com animação.  E a oportunidade parecia perfeita pro que eu sonhava. Depois de fazer Sampleados no cenário regional, fazer a série do Menino Maluquinho com uma equipe internacional e para a Netflix era o passo que eu queria dar.

Qual a sua conexão com o Menino Maluquinho? Você tem alguma lembrança, por exemplo na infância, de ler os gibis de Ziraldo?

Eu fui uma criança muito dos livros, quadrinhos e desenhos animados. Li várias vezes ‘O Menino Maluquinho’ quando era criança. Mas sabe o que? Eu vivia mesmo era amarrada em uns quadrinhos da ‘Turma do Pererê’. Gostava que esses quadrinhos contavam histórias que se passavam na floresta. Eu achava o máximo, de alguma forma me sentia mais próxima do universo lúdico amazônico.  Ainda, sou mega fã do Ziraldo. Acho ele um dos maiores artistas brasileiros.

image Apresentação 'Cabela' (Arquivo pessoal)

Luiza, você trabalha com o audiovisual, já fez algumas produções no Pará. Como você avalia a valorização e produção desse mercado no Pará e no eixo Rio-São Paulo?

O mercado paraense é muito criativo, rico de referências e tem potências brilhantes em todas as áreas da cultura. No cinema, não poderia ser diferente. Infelizmente, acho que ainda faltam investimentos maiores e mais qualitativos na nossa indústria regional. Nossos talentos precisam cada vez mais de oportunidades.

Fala um pouco para a gente sobre seus projetos autorais.

No momento, sigo trabalhando no projeto do Menino Maluquinho. A estreia da série tá chegando, mas ainda temos alguns trabalhos de produção acontecendo. Mas é claro que no paralelo sigo escrevendo histórias e bolando os próximos projetos que quero realizar. Recentemente apresentei para a minha Pós Graduação um projeto de série de animação chamado "CABELA". O que posso dar de spoiler dessa história que já criei é que ela se passa na Amazônia. Não tem jeito, o universo da onde eu vim sempre continua me cercando. Meu sonho é um dia produzir uma série de animação escrita por mim e que também aborde tema regionais. Quem sabe esse é o próximo passo? Continuo trabalhando muito por isso. E torço por mim. Rs.

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