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'Paraense', Carlinhos de Jesus fala do amor pelo Pará e da aposentadoria 

O dançarino recebeu o título de cidadão paraense

Bruna Lima

O mais novo conterrâneo dos paraenses, o dançarino, carnavalesco e coreógrafo de importantes Escolas de Samba do país, Carlinhos de Jesus, deu entrevista exclusiva para olberal.com para falar do amor pelo Pará, das amizades que fez por aqui desde a década de 80. Da participação histórica como jurado do 75º Rainha das Rainhas e também da aposentadoria do carnaval, que vem ocorrendo aos poucos, desde 2020. A meta de Carlinhos de Jesus para o próximo ano é curtir o carnaval apenas como folião.

 

1. Carlinhos, vamos começar falando do título de cidadão paraense que recebeste na semana passada. Me fala como foi receber essa homenagem e da tua relação com o Pará?

A minha relação com o Pará tem mais de 30 anos. Fui convidado para fazer uma oficina de dança pela Fundação Romulo Maiorana e dessa oficina começou uma relação familiar. Comecei a conhecer várias pessoas, degustando as delícias, o filhote, o sorvete, o tacacá do norte a gente senta em uma calçada. Cheguei a conhecer o Sabor da Terra, um restaurante especialista em comida e música regional naquela época.

Eu gosto de conhecer a cultura local, por meio dos festivais de dança, consegui formar opinião pelo Pará, eu sempre tive uma troca muito boa com as pessoas do Pará. É uma relação de amizade, de amor e respeito. Em 2017, recebi a informação de que tinha o decreto requerido pelo deputado Luiz Afonso Sefer de que receberia o título de cidadão paraense. E a entrega foi na semana passada. Estou muito feliz, pois sempre tive uma relação muito familiar com os paraenses.

2. Na semana passada também participaste do Rainha das Rainhas como jurado. Já participaste de outras edições? Me fala como enxergas o concurso?

Eu não sabia da existência do concurso, mas claro que aceitei o convite, tudo que vem de Belém eu aceito. Quando recebi o release e o direcionamento fui entender e vi que se tratava de julgamento, eu abri uma exceção, pois o único trabalho de julgamento que faço é na Dança dos Famosos, pois fora isso eu não faço. Mas como se tratava de Belém, eu abri essa exceção. Quando eu sentei na cadeira e vi a primeira candidata, fiquei boquiaberto, pois vi a magnitude que é o concurso, tive noção de tamanho, proporção de peso. E o que mais me chamou atenção é que quando as candidatas terminavam a performance, elas desmontavam e caiam em si, em agradecimento, emoção. Eu vi a importância deste evento para a cultura paraense e para aquelas meninas. 

3. Teve alguma candidata que tu te encantaste mais?

Sim, a que ganhou me chamou muita atenção. Uma que representou a cultura paraense e também teve uma candidata que tinha uma estatura física maior que as demais candidatas e me chamou muita atenção a flexibilidade e a performance dela. Eu estava cuidando da expressão cênica, do corpo falante, o corpo mensageiro. Algumas pecaram pelo exagero, muito movimento repetitivo das mãos, mas isso era um detalhe que pude diferenciar entre elas. Mas essa menina me mostrou que qualquer corpo pode dançar, o primeiro dez que dei foi para ela. Se o corpo quer, ele faz. 

4. E agora que estamos no carnaval como está tua agenda? 

Carnaval rege a minha vida assim como a dança de salão, pois foi por meio desse trabalho que consegui o reconhecimento público. E o carnaval é muito forte. No ano passado fiz uma comissão de frente em São Paulo e mal sabia que já era minha despedida definitiva da avenida. No Rio, a minha despedida foi na Portela, em 2020, e 2022 foi em São Paulo. Eu tenho vários prêmios, passei 15 anos na Mangueira, depois fiz um trabalho na Beija-Flor e visitei outras bandeiras, mas esse ano eu pretendia descansar a imagem e ficar de turista na avenida, mas recebi um convite da Globo para comentar o carnaval em Belo Horizonte, e no Rio de Janeiro serei mestre de cerimônia. Mas minha meta ano que vem é curtir o carnaval como folião.

5. Tu já percorreste por vários locais com a dança. Tem algum lugar que ainda desejas ir por meio da dança?

Pergunta difícil, mas na minha realidade acho que já fiz muita coisa, já viajei para todos os continentes. No Brasil nem se fala, pois sempre foi minha prioridade conhecer a minha cultura, o meu país. Só depois disso fui para o mundo, já como protagonista do meu trabalho. Portanto, eu não consigo almejar agora um lugar para ir, se falta conhecer algo são pessoas.

 

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