Ópera de Puccini será apresentada neste sábado durante o Festival de Ópera

Escrita entre os anos de 1915 e 1916, obra gira em torno de um caso de traição

O Liberal
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“Il Tabarro” é a primeira ópera da trilogia “Il trittico” (O tríptico), de Giacomo Puccini, formada ainda por “Suor Angelica” e “Gianni Schicchi”, cada uma composta por um único ato. Escrita entre os anos de 1915 e 1916, ela gira em torno de um caso de traição e será apresentada neste sábado (25) em Belém, às 20h, dentro da programação da 20ª edição do Festival de Ópera do Theatro da Paz. Outras récitas de Il Tabarro ocorrem nos dias 27 e 29 de setembro, no mesmo horário. Já no dia 2 de outubro, 20h, o Festival apresentará um recital de canto e piano com a soprano Eliane Coelho e o pianista Gustavo Carvalho.

Desde que estreou em 14 de dezembro de 1918 no Metropolitan Opera House de Nova Iorque, muitos começaram a comparar cada uma das peças da trilogia escrita por Puccini às partes da Divina Comédia, de Dante Alighieri. Nesse caso, Il Tabarro (traduzido como capote) seria o Inferno. A ação se passa em Paris, na primeira metade do século 20, a bordo de uma barcaça ancorada no Rio Sena pertencente a um homem chamado Michele. Ele é casado com Giorgetta, que demonstra insatisfação com a relação e mantém um caso amoroso com Luigi, um dos estivadores. A descoberta da traição leva a um fim trágico, no qual o capote usado antes pelo marido para acalentar a esposa servirá para encobrir o corpo do amante assassinado.

Essa será a primeira vez que o drama do compositor de óperas italiano será apresentado no palco do teatro com os músicos da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), direção musical de Gabriel Rhein-Schirato, direção cênica de Jena Vieira, figurino de Fernando Leite, cenografia de Carlos Dalarmelino Jr., visagismo de Omar Junior e iluminação de Fábio Retti. “O cenário foi feito por Carlos Dalarmelino que é arquiteto, artista plástico e fez curso de especialização na França. Além de fazer belas panadas para o cenário de Il Tabarro que sempre precisa ter um barco, porque é o local em que se passa a história, ele concebeu uma inspirada ambientação do barco no rio Sena, com imagem de Paris atrás, tudo pintado à mão”, destacou a diretora de artes cênicas do espetáculo, Jena Vieira.

Na montagem que será apresentada em Belém, os três personagens centrais serão interpretados pelo barítono Rodolfo Giugliani (Michele), pelo tenor Hélenes Lopes (Luigi) e pela soprano Eliane Coelho (Giorgetta), com elenco composto ainda por: Fellipe Oliveira (Talpa), Antonio Wilson (Tinca) e Alexsandro Brito (Vendedor de Canções). “Estamos reabrindo a temporada com um grande elenco. O que tem de melhor no Brasil: são vozes internacionais e renomadas, pessoas muito experientes, o que deu uma combinação perfeita para a obra de Puccini. Temos Eliane Coelho, Rodolfo Giugliani, Hélenes Lopes, Carolina Faria e Fellipe Oliveira, entre outros vários talentos, inclusive locais. Um elenco de primeira grandeza”, pontua a diretora.

Para ela, dirigir um elenco dessa grandeza tem sido um desafio. “Está sendo um aprendizado muito grande. Na minha filosofia de trabalho, um diretor não deve impor a sua vontade e sim criar um ambiente propício no qual os cantores possam desenvolver os seus personagens”, avalia.

Nesse sentido, destaca, “um dos aspectos mais importantes de uma direção cênica é você respeitar a criatividade e a necessidade artística de cada cantor. Desta forma, posso dizer que este trabalho foi uma criação coletiva, onde cada artista pôde se expressar livremente”, garante.

Uma das inovações desta edição do festival foi o fato de ter iniciado em abril deste ano com o "Projeto Sons de Liberdade", que permitiu que parte do figurino feminino do coro (saias e aventais) fosse confeccionada pelas custodiadas costureiras do Centro de Referência Feminino (CRF). Todo o trabalho foi orientado pelo figurinista Fernando Leite, que fez questão de conversar com as costureiras sobre sua pesquisa para atingir o conceito trazido a cada cena.

Comemoração

Este ano, o Festival comemora duas décadas de criação. A secretária de Estado de Cultura, Úrsula Vidal enfatiza a importância desse momento. “Nessa celebração dos 20 anos, comemoramos também o fortalecimento de passos mais ousados: nosso Festival de Ópera se consolida como uma escola que forma cantores e técnicos, que pavimenta um novo caminho para custodiados do Sistema Penal e que gera emprego e renda para centenas de profissionais", destaca.

A titular da Secult também lembrou que a cultura tem sido fundamental diante desse período pelo qual o mundo vem atravessando. "A cultura cumpriu um papel muito importante nos momentos mais críticos de isolamento da pandemia. Alimentou nossa alma, nos reconectou com a beleza da criatividade e da sensibilidade humanas. A expectativa do público é grande em relação a este reencontro com as grandes montagens do Festival de Ópera. Il Tabarro é um espetáculo inédito no palco do Festival, reúne um número expressivo de profissionais super reconhecidos no cenário da Ópera e promete ser uma experiência artística impactante para a plateia”, frisou.

Para assistir à Ópera, os visitantes precisam cumprir requisitos obrigatórios previstos no decreto do Governo do Estado como: apresentar a carteira de vacinação (com pelo menos uma das doses) ou o exame PCR realizado até 72 horas antes do dia em que se pretende ir, além de estarem de máscara.

Agende-se: Apresentação da ópera “Il Tabarro”, de Giacomo Puccini, dentro da programação do XX Festival de Ópera do Theatro da Paz. Récitas nos dias 25, 27 e 29 de setembro, sempre às 20h. A casa de espetáculos segue operando com 85% da lotação. Do total de 650 ingressos, 30% serão disponibilizados pelo site ticketfacil.com.br, e custam entre R$ 10 e R$ 50, com meia entrada para estudantes e cota de gratuidade para idosos e pessoas com deficiência.

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