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Obra de Haroldo Maranhão "Flauta de Bambu" ganha nova edição e será lançada neste domingo (25)

O livro será lançado às 18h30, no estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), dentro da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes

Redação Integrada
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Os leitores do Pará terão a oportunidade de voltar a ler, após mais de 30 anos, em edição e revisão ortográfica atualizadas, o livro "Flauta de Bambu", uma das obras mais importantes de Haroldo Maranhão, considerado uma dois maiores escritores brasileiros. O livro será lançado neste domingo, 25, às 18h30, no estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa), dentro da 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e Multivozes.

Dono de um estilo único, cheio de humor, cinismo e sabedoria, o escritor paraense Haroldo Maranhão (1927-2004) nos apresenta uma seleção de 27 crônicas que transitam entre o realismo fantástico, as observações existenciais e as memórias familiares e cotidianas. Algumas narrativas são emocionantes de levar ao choro como "Palavras à velha amiga" e outras curtíssimas e cínicas, como a surpreendente descrição de um encontro entre duas pessoas.

image Haroldo Maranhão foi um dos mais importantes jornalistas do século XX no Estado do Pará. (Acervo Paulo Maranhão)

O presidente da Ioepa, Jorge Panzera, destaca na apresentação de "Flauta de Bambu" que a obra teve sua primeira edição em 1982 e que conquistou o Prêmio Nacional Mobral de Crônicas e Contos. "A obra foi escolhida pelo jornalista e crítico literário Elias Ribeiro Pinto, que, a convite de Ioepa, cuidou dessa segunda edição, que contou ainda com a revisão cuidadosa de Paulo Maués Corrêa. Republicar esta obra de Haroldo Maranhão é um orgulho imenso para a Ioepa", afirmou Panzera.

Rodrigo Moraes, coordenador da Editora da Imprensa Oficial, contou que a atual gestão colocou como um dos objetivos a valorização dos escritores paraenses que têm obras fora de catálogo e que o público encontra dificuldades em obter seus livros. "A ideia é voltar a publicar esses escritores, que estão sem publicar há muito tempo". Ele informou que conseguiu o contato com o filho de Haroldo, Paulo Maranhão, que negociou os direitos autorais de "Flauta de Bambu" e de outra obra, que também está fora de catálogo: "Os Anões". "Então, este outro livro também será publicado pela Ioepa futuramente. Logo que pudermos, vamos oferecer ao público paraense mais um livro desse escritor fantástico", anunciou.

A edição de "Flauta de Bambu" teve alguns percalços exatamente por conta da dificuldade de se encontrar as obras impressas de Maranhão. "Fizemos uma busca enorme e encontramos apenas um exemplar. Depois disso, vimos que esse exemplar estava muito deteriorado, impossibilitando a digitalização. A solução foi digitar o livro, folha a folha, para conseguir levar a obra para uma revisão cuidadosa feita pelo professor, escritor e pesquisador Paulo Maués para, enfim, podermos imprimi-la", relatou Rodrigo Moraes.

Ele disse ainda que a capa do livro também faz uma homenagem à primeira edição, com a ilustração original sendo refeita pelo designer gráfico Robson Keller, da Ioepa. "Ficou um trabalho primoroso, de relevância por sua importância, que nos enche de orgulho e que marca a nova política de publicações da Imprensa Oficial".

OBRAS-PRIMAS - Além dos contos, romances e novelas a produção literária de Haroldo Maranhão ganhou destaque com recriações históricas, como ocorreu em "O Tetraneto Del Rey", quando ele visita o período colonial, inspirado enormemente pelo romance píncaro e pelo barroco espanhol. Também fez isso em "Memorial do Fim", no qual Maranhão faz uma narrativa ficcional sobre o ambiente que cercava o escritor Machado de Assis, às vésperas da morte em 1908.

Em "Cabelos no Coração", livro que muitos consideram sua obra-prima, como, por exemplo, o intelectual brasileiro Antonio Houaiss, ele narra as aventuras de Felipe Patroni, personagem da História do Pará do período da Cabanagem. Neste livro, Haroldo Maranhão constrói um texto ficcional, mas fundamentado na intertextualidade, quando deixa perceber as várias influências que o guiaram em sua trajetória literária, como as recebidas de escritores como Rabelais, Gregório de Matos e Guimarães Rosa. O escritor paraense ainda possui várias obras inéditas, entre elas peças de teatro, romances (inclusive um policial) e livros infantis.

Haroldo Maranhão foi jornalista desde os 13 anos de idade. Ele trabalhou como repórter de polícia no jornal "Folha do Norte", de propriedade de seu avô, Paulo Maranhão. Sempre ousado e mostrando sua profunda ligação com as artes, ele fundou e dirigiu o suplemento Arte Literatura desse jornal.  Formou-se pela Faculdade de Direito do Pará (encampada pela Universidade Federal do Pará em 1957).

Em meados dos anos 50, o escritor fundou a Livraria Dom Quixote, que se tornou ponto de encontro de intelectuais paraenses, tais como seus amigos Mário Faustino, Max Martins e Benedito Nunes.  

Obras publicadas

1968 - A Estranha Xícara

1975 - Chapéu de Três Bicos

1980 - Voo de Galinha

1981 - A Morte de Haroldo Maranhão

1982 - O Tetraneto Del Rey - O Torto: suas idas e vindas

1983 - As Peles Frias

1983 - Flauta de Bambu

1983 - Os Anões

1983 - A Porta Mágica

1986 - Jogos Infantis

1987 - Rio de Raivas

1989 - Senhores & Senhoras

1990 - Cabelos no Coração

1991 - Memorial do Fim

1992 - Miguel, Miguel (novela)

1998 - Querido Ivan (cartas)

1998 - Dicionário de Futebol

2000 - Pará, Capital: Belém - Memória & Pessoas & Coisas & Loisas da cidade

2005 - Feias, Quase Cabeludas (contos) - Seleção de Benedito Nunes

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