Protagonismo feminino nas batalhas de rap é o destaque da Battle Girl Power
Batalha será realizada pela 5º vez com participantes de todo o Brasil

O movimento cultura do rap tem tomado as periferias de Belém. O estilo que influencia jovens a se expressarem cresce também com o protagonismo feminino e LGBTQIA+ com a mais nova live da Battle Girl Power. A batalha será exibida no canal do Youtube da Battle Girl Power hoje (15), a partir das 18h. A produção contou com shows de grandes nomes do hip hop do Estado, com apresentações da cantora Nic Dias, da cantora Matemba e da b-girl Mini Japa.
Nesta segunda batalha de 2021 participaram as MCs Amanda Braba, Ágatha Sou, Yara Mc, Rod M.T, Amazônida, Samantinha, Mc Maluvida e Kat D. O júri foi composto por Mc Biata, Luazzm e Anastácia. Uma das primeiras batalhas especificamente LGBTQIA+ de Belém, o coletivo surgiu da idealização da cantora Ruth Clark, um dos grandes nomes do rap feminino no Estado, juntamente com a diretora de audiovisual e produtora, Camila Loie e da cantora e DJ Mc Íra.
A vencedora das batalhas ganha uma premiação de R$ 500 reais e um troféu, e a vice-campeã R$ 250. Ruth Clark acredita que evento abre as portas para as mulheres que ainda estão começando. “É um canal de acesso para as meninas novas que estão entrando no rap. É uma esperança para as outras manas que sonham em batalhar. Uma inserção no meio artístico, várias figuras se fortalecem na Battle Girl Power”, explica.
A MC Baita, que foi jurada na batalha que será exibida agora, considera que todas as participantes desenvolveram bem os temas sorteados. “A batalha de conhecimento é um desafio para quem rima no estilo duelo tradicional. Porém todas as MCs desenvolveram bem em cima dos temas sugeridos, às vezes o nervosismo atrapalha mas a mensagem que foi transmitida é maior”, destaca.
Para ela, a Battle Girl Power é “de suma importância o incentivo de mulheres e a comunidade LGBTQIA+ na cultura e de ter espaços para ocuparem de forma que nos valorizem como artistas, é acolhedor ver o movimento expandir”.
A Battle Girl Power surgiu em 2019 propondo mais representatividade feminina na cena do rap, destacando que a presença e a performance das mulheres nesses espaços contribuem para o protagonismo. O evento já contou com cinco edições, em diferentes bairros de Belém, com batalhas de rima em praças públicas e eventos fechados.
Devido a pandemia do novo coronavírus, o grupo promoveu edições online neste ano, contando com representantes de dentro e fora do Estado. Dentro da dinâmica do evento, seis mc’s se enfrentam em uma batalha de conhecimento, rimando com tema sorteados na hora.
A Dj Íra explica que é muito importante para quem já frequenta batalhas há bastante tempo, ter um evento voltado somente para mulheres. “Já vi inúmeras vezes os absurdos que as meninas passam batalhando com os caras e quanto é desconfortável, e eles fazem a gente acreditar que o espaço não é nosso, mas ele é sim. Então criar, produzir e tocar em um espaço construído pela gente e para gente é muito significativo”, enfatiza.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA