'O Matrimônio Secreto' abre temporada do Festival de Ópera do Theatro da Paz

A comédia "Il Matrimônio Segreto", de Domenico Cimarosa, abre nesta sexta-feira, 6, a primeira temporada do XVIII Festival de Ópera do Theatro da Paz. A narrativa - que tem dois atos e é ambientada em Bolonha durante o século XVIII - contará ainda com sessões nos dias 8 e 10 de setembro, sempre às 20h.

A programação segue até o dia 22 de dezembro e conta com mais duas óperas: "Suor Angélica", de Giacomo Puccini, e "Amahl e os visitantes da noite", de Gian Carlo Minotti. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou por meio do site ticketfacil.com.br.

"O Matrimônio Secreto" se desenrola após o comerciante Geronimo propor um dote ao Conde Robinson para que ele se case com sua filha mais velha, Elisetta. O homem, entretanto, se apaixonada pela caçula Carolina que, por sua vez, está apaixonada por Paolino, empregado de seu pai com quem se casa secretamente. O espetáculo tem direção cênica de Walter Neiva; direção musical e regência de Miguel Campos Neto; direção geral de Daniel Araújo; direção artística de Jena Viera e direção de produção de Nandressa Nunez.

A solista Lanna Bastos, que dá vida à espevitada Elisetta, fala sobre o desafio de interpretar sua segunda protagonista no Festival de Ópera. "Não tinha feito nada de comédia antes, então foi um presente. Tem sido uma experiência maravilhosa porque é diferente de tudo o que eu já fiz. Essa coisa de estar todo o tempo entretendo o público para que fique gostoso de se ver é algo divertido, mas também é a parte mais desafiadora. Com a ajuda dos diretores a cada dia, a cada ensaio, a minha personagem pôde aparecer mais ainda e se desenvolver com esse jeito de ser mais altivo, com essa vontade de ser alguém de alto nível. O Walter (Neiva) deixa a gente muito livre enquanto ator e vai apenas moldando o personagem pra que fique realmente interessante", pontua a artista, que participa da programação desde 2011.

Ópera 'O Matrimônio Secreto' tem elenco formado por convidados internacionais e cantores locais (João Soares/ Divulgação)

Daniel Araújo, diretor geral do Festival e do Theatro da Paz, ressalta que o público vem aumentando a cada ano. "O interesse da população tem sido crescente. Mal anunciamos e no mesmo dia já estávamos com metade dos ingressos vendidos", pontua. Segundo o diretor, a modalidade artística tem ultrapassado a cada dia as barreiras e o estigma social de ser uma programação elitista e vem construindo uma relação mais sólida e de proximidade com o grande público.

"Belém já tem uma tradição longa de interesse por ópera e nós estamos tentando ampliar isso. Buscar atrair novos públicos que venham assistir pela primeira vez. Pra isso, estamos barateando os valores dos ingressos, que também são vendidos com meia-entrada. Aos poucos, vamos desconstruindo essa ideia de ser algo que a população não gosta. Na verdade, não tem como não gostar daquilo que não se tem acesso", defende.

O elenco é formado pela soprano Kézia Andrade, no papel de Carolina, filha mais jovem de Gerônimo; soprano Lanna Bastos, que vive Elisetta, a filha mais velha; mezzo soprano Edinéia de Oliveira, da Alemanha, que vive Fidalma; barítono Fellipe Oliveira, da Itália, que vive o nobre inglês Conde Robinson; o baixo Saulo Javan, de São Paulo, que vive o comerciante Gerônimo e o tenor Antônio Wilson, que vive o empregado Paolino. A produção tem participação dos aprovados no "I Curso de Formação em Ópera", que selecionou 20 cantores líricos profissionais.

Neste ano, a programação apostou em um modelo mais amplo e contínuo, distribuído ao longo dos meses de agosto a dezembro a Temporada de Ópera, Formação, Temporada de Concertos, Teatro Musical e Itinerância. Em 2020, o Festival de Ópera será realizado durante o ano todo, ampliando o campo de trabalho para todos os artistas e técnicos envolvidos nas produções.