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Jovens paraenses se expressam pelo rap para o mundo

O gênero é usado para alçar voos mais altos.

Vito Gemaque
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O rap é o estilo musical que tem dividido a atenção dos jovens nas periferias da Região Metropolitana de Belém. Eles têm buscado no estilo musical uma forma de se expressar. Uma nova geração de rappers tem se destacado no Pará. Um dos nomes que tem alçado voos mais longos é o rapper Cronixta, que recentemente lançou a música “Deus é mãe” com o reconhecido Djonga. A música foi lançada também no "Sons do Pará". Outro rapper que vem das periferias, diretamente de Castanhal, Kratos lançou o mais novo single “Baila Comigo”.

“O rap é um grande WI-FI da periferia, ele cria essa conexão direta com o mundo, te permite acessar diferentes canais de informação, de divertimento e cria esse leque de possibilidades de liberdade que naturalmente atrai os jovens. O Pará sempre foi um captador de outras culturas desde a falta de frequência na década de 40, 50 quando absorvemos as rádios caribenhas, então a gente está ligado em tudo desde então, com o rap não é diferente e hoje temos vários artistas da cidade que são referência para o nosso país”, declara com sobriedade Cronixta.

A nova música “Deus é Mãe” é uma conversa íntima com aquele Deus com quem falamos sozinhos. “Eu estava em meio a uma crise quando compus e captei o sentimento do momento para o papel. Parecia uma dúvida, um teste e a gente está aqui exatamente para ser testado... Testei e falei com Deus, que na minha visão não é pai, é mãe, é a natureza do sagrado feminino”, assegura.

“A gente cresce cheio de trauma, vendo muita coisa ao redor e uma hora o baú não fecha... É muita informação! Isso somado com a crise que atravessamos, família longe, nosso ego coletivo sempre foi acostumado com o controle nas mãos... A música nasceu exatamente dentro de uma dessas crises de ansiedade, de Pânico que me fizeram conectar com esse deus, que para mim tem muito mais relação com a mãe, com a natureza de tudo... E eu e o Gustavo, Djonga, tivemos momentos parecidos, lei da atração!”, afirma.

Para ilustrar o lado determinado, o jovem Weverton Júlio de Souza, de 19 anos, decidiu escolher como nome de batismo “Kratos”, um personagem do jogo “Deus da Guerra” conhecido como um deus renegado. O personagem trava várias batalhas contra aqueles que o desprezaram. E, segundo rapper, aquele que é “cria da Baixada do Milagre”, a história do personagem lembra a realidade de tantos meninos renegados, “traídos” pelo sistema e, até mesmo, por pessoas ao redor.

Já Kratos trabalha com a temática da superação. Na nova música “Baila Comigo” chega com uma pegada mais descontraída, mostrando mais uma vez sua versatilidade de flows e líricas. O vídeo juntamente com a música, transparece algo que de acordo com o Rapper, é sinal de superação. “Baila comigo surgiu de uma ideia que tinha há muito tempo na minha cabeça que era fazer uma música mais dançante e chiclete para ficar na cabeça da galera e acredito que consegui cumprir essa missão, pensei no refrão e na dancinha para o pessoal fazer”, explicou.

Para o jovem, o rap sempre foi uma válvula de escape dos jovens da periferia. “O rap é sobre esse lance de poder chegar lá. Ele fez nascer esse sentimento dentro da gente. O rap e o trap estão batendo de frente com os gêneros musicais, que por muito tempo, e até hoje imperam no Brasil como o forró, o sertanejo e hoje estou muito feliz em ver o rap ganhando esses espaços, tocando disparado nas playlists”, atesta.

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