Aparelhagens voltam ao passado para tocar as marcantes

Festival reúne as aparelhagens referências do Pará para lembrar um passado recente cheio de brega e amor

Bruna Dias
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Para quem ama aparelhagem, hoje, 12, o “Fest Saudade – O Original” vai reunir as maiores do Pará: Tupinambá – A origem, Tom Máximo – Saudade Marcante, Cineral – O supremo som do amor, Príncipe Negro – Retrô, Rubi – Lendário, e Mauro Som – Retrô. Em uma festa, com início às 16h, a história paraense será conhecida através da música.

As aparelhagem seguem o ramo da saudade há pouco mais de 5 anos, esse processo recente, ainda causa uma certa confusão para o consumidor. O nome Tupinambá – A origem faz justamente essa referência. “Quando falamos em saudade não é sobre músicas muito antigas, é sobre as que tocavam quando o Tupinambá explodiu, nos anos 2000, quando as bandas faziam músicas para aparelhagem e eram bastante ouvidas”, explicou Andir Corrêa, sócio do Tupinambá.

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Ao lado dos irmãos, os DJs Dinho e Toninho, eles conquistaram uma legião de fãs, mas que ao longo tempo foram se perdendo, muito em decorrência dessa atualização da música paraense. Atualmente, com 46 anos de história, o Tupinambá conquista uma “tribo” nova e volta a caminhar junto com as demais do ramo. A nova aparelhagem tem um índio gigante e uma oca eletrônica, unindo visualmente o atual e passado, tudo projetado pelo DJ Dinho.

“Hoje as músicas tem muitos looping e mensagens apelativas, ou seja, não tocamos esse tipo de produto na nossas festas. Não tenho uma sequência de músicas que toco sempre, tudo depende do evento, tem lugares que tem um público mais jovem e outros não, tudo pode mudar de acordo com a entrega das pessoas. Mas é importante dizer, que eu priorizo demais as músicas que falam de amor e que contam histórias”, disse o DJ Dinho, que destaca que no Tupinambá atualmente se toca músicas que fizeram sucesso entre os anos 80 a 2000.

Sobre essa questão do público, o profissional revelou ainda que tem muitas pessoas apaixonadas pela música paraense, que buscam essa tipo de evento para dançar. “Assim, como tinha nas festas antigamente, hoje é possível encontrar aquelas equipes, que são grupos de pessoas que seguem as aparelhagens para se divertir de forma saudável”, acrescentou o DJ.

O DJ relembrou como era há uma década, onde os artistas encontravam na aparelhagem a divulgação para os seus trabalhos. “Lembro perfeitamente que enviava as músicas para as rádios tocarem, justamente porque erámos uma publicidade e sabíamos o que o público gostava de ouvir. O termômetro de sucesso por anos foram as aparelhagens”, contou.

Com uma história de 70 anos, o Rubi também vê dificuldades atuais na música paraense. “Tocamos as músicas chamadas de ‘marcantes’, aquelas que marcaram gerações, como do Fruto Sensual, Xeiro Verde, Rebeca Lindsay Nelsinho Rodrigues, entre outros. A grande dificuldade é encontrar novos conteúdos, muitos compositores não estão mais produzindo esse tipo de música, outros até pararam”, disse Gilmar Santos.

image DJ Gilmar comanda o Rubi, que tem mais de 70 anos de história (Divulgação)

O DJ e empresário faz até uma críticas aos compositores paraenses. “A crescente de músicas chamadas de ‘rock doido’ e do ‘brega funk’ estão ai justamente porque não se tem novidade quando se fala do tecnobrega. Mas o que se percebe, é que a vida útil dessas músicas são curtas, já não podemos falar isso dos artistas que citei antes, porque pode passar o tempo que for e as músicas deles continuam em alta”, analisou, Gilmar do Rubi.

O DJ disse que as aparelhagem saudades abriram espaço também para o arrocha e piseiro, porque casam com essa nova proposta que é de dançar com seu par, ouvir canções com letras maiores e de paquera.

Para quem não lembra, Rubi é a mais antiga do Estado e há anos chegou a ter duas aparelhagens, uma só de saudade, que tocaram canções de baile da saudade raiz, e outra só para múscas atuais. Esta, a Rubi Light, voltará a ser lançada em abril.

Agende-se

Fest Saudade 2022 – O Original

Atrações: Tupinambá – A origem, Tom Máximo – Saudade Marcante, Cineral – O supremo som do amor, Príncipe Negro – Retrô, Rubi – Lendário, e Mauro Som – Retrô.

Data: hoje, 12

Hora: a partir das 16h.

Local: Via Show - Parque Verde, Belém

 

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