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Amor e tradição do boi azul

Fãs e seguidores ajudaram a construir a trajetória da manifestação cultural

Ana Carolina Matos
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Lucelle Oliveira tinha seis anos quando viu o característico Boi Pavulagem - naquela época bem menor do que o que conhecemos hoje - em cima de um cabo de vassoura. A pedagoga, de 36 anos, conta que foi ali que se apaixonou pelo Arraial do Pavulagem. O cortejo, no início da década de 1990, ainda não tinha a proporção que tem hoje em dia. “Quando a gente começou a acompanhar, era só uma volta. A gente saía do Teatro Waldemar Henrique e voltava para tocar lá. Não tinha ainda padronização de camisa e era só um boizinho no cabo da vassoura. Quem já conhecia os músicos, podia tocar os instrumentos. Na verdade era um ponto de encontro aos domingos”, lembra.

O projeto nasceu em junho de 1987, a partir do encontro de um grupo de músicos e compositores na Praça da República, reunidos ao redor de um pequeno boi-bumbá batizado de “Boi Pavulagem do Teu Coração”. A ideia era enaltecer a música produzida na Amazônia.

Desde então, muitas coisas mudaram no Arraial e Lucelle lembra com carinho do que foi testemunha. “Eu acho que foi de 1998 pra 1999 que eles fizeram o primeiro cortejo com camisa padronizada e tiveram a ideia de sair da escadinha, mas ainda não tinha ensaio”, conta. “Já entre 1999 e 2000, passou a ter o ensaio antes do cortejo. Depois que o boi saiu do cabo de vassoura, de 1993 pra 1994, ficou maior e era quando tinha uma criança que dançava lá embaixo. Já foi em 1998 que ganhamos um boi da Prefeitura Municipal e já cabia um adulto dentro. Já tiveram muitas mudanças e tenho acompanhado todas elas”.

Ela lembra ainda que, ao longo das três décadas em que acompanha a tradicional festa popular, já tocou maracas e barrica. Neste ano, porém, Lucelle conta que vai acompanhar na organização da equipe das crianças. “É por questão de saúde”, revela. “Meu coração tá apertado por não tocar minhas maracas, mas fico feliz de conseguir participar”, admite. Ao longo do percurso, a mãe e a irmã de Lucelle também deixaram de participar como antes da programação. A mãe, por estar com uma saúde debilitada e a irmã, pela correria do dia-a-dia. “Minha irmã não consegue mais participar dos ensaios, mas sempre participa dos cortejos”, pontua.

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