Muro sensorial da APAE permite explorar vários sentidos

Com uma função pedagógica, o mural permite trabalhar os diversos sentidos: há instrumentos musicais que se destacam, jogo da memória, plantas com cheiro e uma cabine telefônica que permite trabalhar a fala com a leitura de poesias de autoria de um dos alunos. Vale destacar que boa parte da estrutura foi feita com materiais reciclados.

A artista visual, Letícia Nunes, conhecida como Lenu, relembra sobre como foi o momento da aprovação do projeto. “Eu estava escrevendo um projeto para o edital da lei de incentivo à cultura Aldir Blanc, mas quando eles entraram em contato comigo, me propondo sobre o mural, eu decidi mudar meu objeto de trabalho e encaixar esse novo projeto. Então quando saiu o resultado positivo foi motivo de muita emoção, choramos, nos abraçamos, a equipe da Apae é realmente maravilhosa”, explicou a artista.

A artista destaca que a participação da família nesse processo também foi muito importante. “Eles compraram o projeto com a gente, todos os materiais que usamos foram reciclados, então a família trazia aros de bicicleta, latas de leite. Muitos materiais eles fizeram como dever de casa com a ajuda dos familiares e trouxeram para que nós pudéssemos ir decorando o muro”, explicou. Lenu conta que o desafio foi duplo, por ter sido a primeira arte tridimensional realizada e também com o trabalho de pessoas com deficiência. “Eu fui muito bem orientada pela equipe o tempo inteiro. Trabalhar com eles é transformador. Pude olhar o mundo com novos olhos, principalmente pensando na acessibilidade, então eu ganhei muito com eles também, foi uma troca mútua e maravilhosa”.

O muro poderá ser aproveitado por toda a equipe multidisciplinar da Apae. “Todos da Apae puderam votar sobre o que queriam ver pintado: ganhou o carimbó como o ritmo preferido, assim como a música “No meio do pitiú”, da Dona Onete. A artista transportou direto para o muro o mundo que os alunos querem ver: com mais inclusão, natureza, música, esportes e, principalmente, com eles como protagonistas das suas próprias histórias.