Moda plus size cresce com a influência do movimento body positive

O "Body Positive" preza pela aceitação das características físicas sem a necessidade de se enquadrar em um padrão

Bruna Lima
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Incluir mulheres reais com seus corpos diversos no universo da moda tem sido transformador para a moda plus size, mas uma das explicações para este avanço se deve ao movimento "Body Positive", que significa corpo positivo. E como  o mês de setembro combate a gordofobia, conversamos com representantes da moda autoral paraense para falar sobre o avanço nesse universo.

A paraense Tiane Melo é dona da marca manga poética, que é tipicamente paraense e surgiu a partir de dizeres que são a cara do Pará. Ela criou a loja Manga, que é uma loja virtual e transferiu essas frases para peças de vestuário e acessórios. Em meio a todo esse trabalho, Tiane que também é consumidora da moda plus size, percebeu a necessidade de criar coleções para esse público. E junto com Carolina Pitágora, dona da Maninha Plus, realizaram duas coleções de max blusões.

"Eu via a necessidade de incluir e abranger esse público para a minha marca, pois as mulheres paraenses têm um corpo que veste entre 46 e 48 e lançamos os max blusões. Fizemos duas coleções juntas e as frases são do manga poética. A importância é gerar autoestima , pois a moda plus size tem a intenção de abraçar todos os corpos" destaca Tiane.

Carolina Pitágora, 38, trabalha no ramo da moda plus size desde 2019. Ela disse que a partir de uma necessidade própria resolveu entrar no universo da moda. "Foi em um momento em que eu tinha engordado e sempre tive muita dificuldade para encontrar roupas. Em conversa com a minha tia ela deu a ideia de abrirmos uma loja, que é virtual", disse Carolina.

Em um ano a loja cresceu em torno de 300% no lucro e Tiane disse que tudo isso se deve ao estudo e ao investimento que fez. "Há dois anos as pessoas não encontravam em Belém roupas para gordas dentro da tendência da moda. Hoje, na minha loja, o que a magra usa a gorda também usa, pois nos especializamos em vender o que está na tendência", pontua Carolina.

As empreendedoras dizem que todo esse trabalho não se resume apenas na renda, pois vai para além disso, a moda plus size é um ato político. Isso se deve aos movimentos das redes sociais com o "Body Positive", que preza pela aceitação das características físicas sem a necessidade de se enquadrar em um padrão. Gordo, magro, com celulites, estrias, cicatrizes, deficiências, condições de pele, avanço da idade. O movimento valoriza a aceitação ao corpo, a libertação de complexos e distúrbios de imagem corporal e não apenas que as pessoas se conformem e vivam insatisfeitas. 

A consultora de moda e imagem, estilista de  Goiânia, Maristela Barbosa, explica que a moda plus size permite que pessoas que vestem manequins acima do 46, encontrem mais opções de peças e estilos, feitas para valorizar seus pontos fortes.  “Antigamente, a moda para essas mulheres era muito restrita. Hoje, nós temos uma variedade grande para esse público. A mesma peça de roupa pode ser vista no tamanho 38 e em tamanhos maiores. As marcas estão bem mais atentas, o cliente quer as tendências no corpo dele, cores, modelagens”, afirma Maristela. 

Dados da Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), apontam que o segmento plus size cresceu 21% nos últimos três anos, enquanto a indústria como um todo caiu cerca de 5%. Apenas em 2019, os negócios ligados ao setor cresceram 8%, chegando a uma movimentação financeira superior a R $7 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira Plus Size (ABPS), entidade criada em 2016 para representar empresas de varejo e consumos que compõem a cadeia de produção destinada a esse público.

 

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