'Misoginia dos homens gays' é o tema do 9º episódio do Chá de Canela

A convidada da semana é a antropóloga Denize Cardoso Machado, professora da UFPA e integrante do Grupo de Estudos sobre Mulher e Relações de Gênero (Gepem)

O Liberal

O videocast Chá de Canela traz como tema para o 9º episódio da temporada "Misoginia de Homens Gays", assunto pouco debatido e delicado por se tratar de dois grupos vulneráveis, que são vítimas de violência na sociedade. Mas Bruna Lima e Ana Carolina Matos conversaram com a antropóloga Denise Cardoso Machado, que é professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) e integrante do Grupo de Estudos sobre Mulher e Relações de Gênero (Gepem). O episódio vai ar hoje, 23, às 20h, no LibPlay e Youtube de OLiberal.com, além das plataformas de streaming como Spotify, Deezer e Apple Podcast.

Um dos primeiros pontos da conversa é com relação a complexidade do tema, pois por mais que seja comum é pouco debatido e dialogado. Para a professora Denise, a misoginia, que se trata da aversão às mulheres, vem muito do inconsciente e muitas vezes passa despercebido.

"A misoginia é algo comum de fato, vem de todo um processo histórico secular, desde a Grécia clássica. Mas claro, não podemos generalizar que são todas as sociedades, todos os homens. Mas na nossa sociedade, que tem uma tradição grega clássica, a percepção do corpo da mulher é construída dessa maneira, ou seja, o que é misoginia? É a aversão ao corpo feminino", introduz a pesquisadora.

O nojo e a repulsa pelo corpo feminino em muitos momentos são alvos de críticas, deboches por parte de homens pertencentes à comunidade LGBTQIA+. Esse tipo de violência geralmente é declarado em forma de comentários agressivos com relação ao órgão feminino, com relação a menstruação da mulher e entre outros aspectos que só a mulher vive.

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Diante de uma sociedade machista, onde diariamente milhares de mulheres são mortas vítimas do feminicídio, esse tipo de violência contribui para que cada vez mais as mulheres sofram e passem por questões diversas de violência.

"A menstruação, por exemplo, não é a toa que as mulheres escondem essa fase em que vivem. É algo oculto, pois é visto como sujo e nojento por muitas pessoas", destaca a professora.

Na sociedade ocidental o que é masculino é dito como superior ao feminino. E tudo o que se aprende sobre o corpo feminino acaba refletindo de forma inferior. "É uma forma de violência ter o nosso corpo tratado como inferior, nojento e impuro. E geralmente essa violência que parte de homens gays vem em tom de brincadeira, o que se torna uma violência psicológica, é uma forma de discriminação", destaca Denize Machado.

Sobre o Chá de Canela

Semanalmente, o videocast Chá de Canela aborda assuntos tabus em uma dinâmica de roda de amigas, com informação descontraída e de um jeito leve. A iniciativa foi concebida pelas jornalistas Bruna Lima e Ana Carolina Matos em 2020, ainda como formato de podcast. Três anos depois, o projeto foi ampliado para o formato de videocast em uma temporada de 12 episódios lançados toda quarta-feira, às 20h. O Chá de Canela tem apoio do Grupo Liberal.

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